Em novembro, o IFIX, principal índice de fundos imobiliários da bolsa brasileira, agravou ainda mais suas perdas do ano: encerrou o período com uma baixa de 3,64%, pior variação desde fevereiro de 2020, quando o índice caiu 3,69%.

O momento do País com inflação em dois dígitos, juros nas alturas e insegurança em relação ao cenário fiscal prejudicam o IFIX e seus fundos imobiliários listados.

Os investidores preferem migrar da renda variável para a renda fixa, que oferece mais segurança e bons rendimentos com os juros em 7,75% e a inflação acima de 10%.

Nesse contexto, os fundos de papel ainda têm alguma vantagem, já que o portfólio é composto predominantemente por Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), que são títulos de renda fixa e possuem indexadores de inflação e juros para corrigirem seus rendimentos.

Resultado: os fundos de tijolo apresentam os maiores tombos. Veja as piores quedas do IFIX em novembro:

  • Santander Renda de Aluguéis (SARE11): -17,52%
  • Fundo de Fundos Kinea (KFOF11): -16,60%
  • Continental Square Faria Lima (FLMA11): -14,82%
  • RB Capital FoF (RFOF11): -11,46%
  • VBI Logistico (LVBI11): 11,33%

Apesar da desvalorização das cotas, a base de investidores de fundos imobiliários alcançou a marca de 1,5 milhão em novembro. As pessoas físicas representam 72% da custódia de FIIs. Já os investidores institucionais têm 20% de participação.

SARE11 despenca quase 20% em novembro

O fundo imobiliário que investe em lajes corporativas e galpões logísticos Santander Renda de Aluguéis teve o pior desempenho do IFIX no mês de novembro. O FII SARE 11 começou o mês com a cota avaliada a R$ 75,53 e fechou no último dia sendo negociado a R$ 61,62, com uma variação de -17,52%.

O fundo de lajes corporativas acumula 35,85% de desvalorização neste ano. Grande parte das perdas estão associadas ao momento do País, visto que o FII SARE11 apresenta os mesmos imóveis e continua pagando o mesmo valor nos últimos meses.

No último relatório gerencial, o Santander Renda de Aluguéis comunicou a assinatura de uma proposta de aquisição de imóvel logístico em Santo André. Trata-se de um galpão de 38.025 m² de área bruta locável, 100% alugado para a Pirelli, no valor de R$ 77,79 milhões.

Em 16 de novembro, o SARE11 pagou R$ 0,60 em rendimentos aos cotistas, com um retorno em dividendos de quase 0,8%.

KFOF11: troca de imóveis por CRIs prejudica o Fundo

O Kinea Fundo de Fundos registrou 16,60% de desvalorização no Ifix em novembro e também apresentou queda no pagamento de dividendos no mês.

Os gestores do FII KFOF11 explicaram que a troca de fundos de tijolo por fundos de papel nos últimos meses tem gerado prejuízo nas vendas no mercado secundário. Os dividendos menores em novembro foi resultado desse prejuízo.

O Fundo consumiu a reserva e diminui o dividendo para compensar. Porém, os gestores do KFOF11 afirmam que se trata de um movimento pontual e que nos próximos meses os pagamentos devem voltar para os valores anteriores.

O valor a ser pago pelo FII KFOF11 em 14 de dezembro caiu para R$ 0,48, com rendimento de 0,696%. Nos meses anteriores, o valor era de R$ 0,58, com rendimento de 0,716%.

FLMA11: cenário macro prejudica o FII

Sem nenhuma notícia para movimentar a cotação do FLMA11, o fundo imobiliário sentiu o peso do cenário macro em novembro. Dos 20 dias de pregão na bolsa brasileira, somente em seis deles o FII fechou com variação positiva.

Com isso, a queda do Continental Square Faria Lima em novembro foi de 14,82%, saindo de um valor de cota de R$ 132,75 no início do mês para fechar em R$ 115,00.

O último pagamento aos cotistas do Fundo foi de R$ 0,60 por cota do FLMA11, equivalente a um dividend yield de 0,461%.

RFOF11 e LVBI11 fecham o ranking do Ifix de novembro

Assim como o FII FLMA11, as outras duas maiores perdas de novembro não tiveram noticiário específico para movimentar as cotas. Foi resultado do cenário macro que prejudica os fundos imobiliários de modo geral.

Com isso, o RB Capital FoF e o VBI Logístico ficaram para trás e perderam 11,46% e 11,33%, respectivamente.

O que é o IFIX

O IFIX é um indicador criado pela Bolsa de Valores de São Paulo (B3) e tem como objetivo a medição da performance de uma carteira composta por cotas de Fundos Imobiliários.


Sobre a Suno Research

A Suno Research é uma casa de análise de investimentos focada em fornecer as melhores informações para que o público interessado no mercado de capitais seja capaz de tomar decisões inteligentes de investimento.

Confira as principais assinaturas da casa:

ASSINATURAS SUNO


Veja mais:

Suno Drops – Embraer (EMBR3). Veja por aqui.

Suno Drops – Cogna (COGN3). Veja por aqui.

Suno Drops – Construção Civil. Veja a análise por aqui.

Suno Drops – Setor Elétrico. Veja a análise por aqui.

Publicidade