São 325 mil toneladas de plástico atiradas ao mar, por ano. E isto só por obra de brasileiros. Em aritmética simples, dá quase 1.000 toneladas por dia. Além de engasgar – e matar! – parte da fauna marinha, prejudica exponencialmente (e em alguns casos de forma irreversível) ecossistemas inteiros.

Imagine que os números oficiais estejam subestimados, em se tratando de Brasil – por várias razões, que agora não convém entrarmos. Imagine mais: que o assustador volume divulgado é “apenas” o que aparece a olho nu; não se considerando peças robustas que podem afundar e ficarem presas em local distante da observação comum, os microplásticos que vão se misturar a corais e aparecer na barriga dos peixes que a eles conseguem sobreviver. Desconsidere, também, as tintas que vã

o se desprender e os metais pesados a estes misturados na confecção dos produtos quando em uso na terra. Esqueça, por ora, os testes nucleares e artefatos atômicos afundados.

Desconsidere tudo o que você achar irrelevante, mas pense que podemos, todos, transformar esse mar de descaso em um mar de oportunidades. Na pessoa física é possível se fazer vários trabalhos voluntários e na jurídica por que não se pensar em indicar um (a) biólogo (a) marinho (a) ou oceanógrafo (a) para o Conselho? As organizações modernas não buscam sempre uma visão sistêmica para detectar oportunidades e desenvolver produtos e serviços?

Em tom otimista, vamos conjecturar: ainda pode dar tempo de revertermos esta perigosíssima lata de lixo, disposta em mar aberto, em um privilegiado espaço produtor de alimentos e vida.

ICO2

A B3 divulgou a nova carteira do seu Índice de Carbono Eficiente (ICO2), dia 4 de janeiro, com validade até 30 de abril próximo. São ao todo 58 companhias listadas, entre papeleira, frigoríficos, produtoras de energia elétrica e de petróleo, entre outras.

“Nesse meio tem empresa altamente poluidora que só está lá porque fez o inventário de carbono e isto não é mérito”, criticou Fábio Alperowitch, da Fama Investimentos, pela rede social Linkedin.

CRITÉRIO

O Índice de Carbono Eficiente (ICO2) é desenvolvido em parceria da B3 com o BNDES, tendo por base as empresas participantes do IBrX50 que adotaram políticas transparentes em relação a suas emissões de gases do efeito estufa.

Além das emissões, o índice leva em consideração o free float. As integrantes do ICO2 precisam se apresentar voluntariamente para integrá-lo e preencher os requisitos estabelecidos. Companhias em recuperação judicial ou sob regime de intervenção não participam.

PERFORMANCE

As companhias no ICO2 representam 22 setores da economia e, juntas, somam R$ 3,3 TRI, ou seja, 63,63% do valor total de mercado das companhias negociadas na B3. Na carteira anterior compunham o índice 25 companhias, de 13 setores. Água, saneamento e serviços médicos são alguns dos novos setores representados. Desde que foi criado, o ICO2 apresentou performance de 153,85%, contra 82,69% do Ibovespa (fechamento em 31 de dezembro 2020).

DEPILAÇÃO

A Espaçolaser, considerada a maior rede de clínicas de depilação do país, tem pedido registrado na CVM para abrir o capital.  Fatura R$ 1,2 BI, com 550 lojas espalhadas pelo país.

Ideia é se capitalizar em um IPO para agredir ainda mais o mercado e aumentar a base de franqueados.

CHOQUE

A Cemig entrou em choque com a Light e resolveu se desfazer de 68,6 milhões de ações naquela companhia. A oferta deverá render mais de R$ 3 BI para o caixa mineiro.

START UP

Aprovado em dezembro último, na Câmara, o Projeto de Lei 146/19 agora segue para o Senado, estabelecendo o Marco Legal das Startups.  

Se aprovado, investidores PF e PJ poderão participar desse tipo de empresa, gerando novos modelos de negócio para a economia nacional. É pensamento no Congresso que o investidor tenha apenas o risco do capital investido, ficando isento de possíveis dívidas/má gestão dessas empresas, já que não precisará participar da administração para investir.

De acordo com a Associação Brasileira de Startups, há 10 anos o Brasil tinha apenas 600 empresas; hoje são 13.378.

AVANÇO

O Banco Mercantil do Brasil melhora a governança e parte pra cima do mercado, visando o crescimento.

Na primeira semana do ano a B3 anunciou as negociações das ações ordinárias e preferenciais do MB, no segmento especial Nível 1.

RESULTADOS

O Bradesco anunciará seus resultados no próximo dia 3, logo após o fechamento do mercado.

No dia seguinte, 4, fará teleconferência com os stakeholders para explicar os números.  

ESTRATÉGIA

O IRB-Brasil selecionou uma consultoria empresarial para assessorar a companhia em sua revisão estratégica. Em nota distribuída, reconhece que o foco da revisão deverá ser baseado na transparência e qualidade da informação.

REFORÇO

O executivo Roger Nickhorn é o novo gerente de Relações com Investidores da Dimed. A companhia, que pretende se aproximar mais do mercado, fez a escolha de profissional qualificado e respeitado no meio.

Além de conhecer finanças e a área de RI, sabe muito do setor de saúde também.

CONFLITOS

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Secretaria Nacional do Consumidor, do Ministério da Justiça, assinaram Acordo de Cooperação permitindo que a autarquia tenha acesso à plataforma de solução alternativa de conflitos (consumidor.gov.br).

Segundo a CVM, iniciativa tem por objetivo aumentar a proteção dos investidores no mercado. Exemplo: o mecanismo desta plataforma detecta mais rapidamente indícios de pirâmides financeiras.

MULHER

As mulheres goianas saíram à luta. O percentual de empresas em Goiás (de acordo com a Junta Comercial do estado) que têm mulher em sua constituição saltou de 19%, em 2019, para 38%, em 2020. Em números, esses 38% equivalem a 10.065 empresas.

BDRs

Dezembro último bateu recorde em negociação de BDRs. Com a B3 liberando acesso a todos investidores a esses papéis, desde outubro passado, os volumes só cresceram – registra a Economática.

Até setembro (2020) a quantidade não ultrapassava 60 mil transações. Em outubro o volume saltou para 207 mil e em novembro foi para 472 mil (em números redondos).

No último dezembro os BDRs geraram 522.120 negócios.  

SEGUROS

Desde 4 de janeiro, primeiro dia útil do ano, o grupo Sompo Holdings tem um novo CEO no Brasil. É Alfredo Lalia Neto, executivo com experiência de 27 anos na área de seguros, prometendo “crescimento sustentável e lucrativo juntos”.


ARTIGO

Boa governança: o ativo de 2021

(*) Tatiana Maia Lins

2020 foi o ano que ninguém esquecerá. Um ano de incertezas, de mudanças de paradigmas, de crise. Houve muita transformação digital. O mundo pareceu completamente novo. Mas um aspecto permaneceu igual: como nas grandes crises que conhecemos, a governança capaz de alinhar as expectativas dos stakeholders assumiu papel ainda mais estratégico e ditou a reputação. Foi assim que aconteceu quando o mundo vivenciou a Grande Depressão, foi assim quando o mundo passou pela Segunda Guerra Mundial. Foi assim agora durante o isolamento causado pela pandemia de Covid-19 e já tinha sido assim no Brasil após as denúncias da Lava-Jato. E por que isto sempre acontece? Porque a boa governança gera algo muito demandado durante períodos de crise: confiança. 

Uma pesquisa realizada pela The RepTrak Company mostrou que o peso da governança para a reputação de uma empresa no Brasil durante os primeiros meses da pandemia chegou a 18,5% do total, sendo o item com maior impacto. Em 2007, como comparação, a contribuição da governança para a reputação era de 13,8%. Para a nota de reputação, dentro do pilar “governança”, são avaliadas as percepções das pessoas sobre se a empresa é justa e responsável, se tem comportamento ético e se é transparente. A The RepTrak Company também constatou que a agenda ESG está relacionada à maior intenção de compra dos produtos por parte dos consumidores, à maior chance de recomendação e a laços mais sólidos de confiança. 

As pesquisas do Grupo Caliber também mostraram a força da governança para a reputação. Integridade foi o item com maior peso na pesquisa Global Pharma Study 2020, com 14%, enquanto o Global Financial Study, de 2019, já tinha mostrado que integridade era o item de maior importância para pessoas de diferentes gerações, dos millennials até os nascidos no pós-guerra. 

Em um mundo que vive a expectativa do reaquecimento da economia após a vacina contra a Covid-19, acredito que a boa governança será o ativo mais importante que uma empresa pode ter neste ano de 2021. Minha aposta na governança se dá pela sua transversalidade em quase todos os outros atributos de valor para a reputação de uma empresa. A percepção de justiça impacta o juízo de valor que as pessoas fazem para determinar a relação custo benefício de um produto ou serviço. O preço é justo? O ativismo é justo ou a empresa está tentando ganhar a simpatia das pessoas sem uma contrapartida relevante? As relações de trabalho e com fornecedores são justas? A inovação é ética e focada na geração de valor para todos ou visa apenas a ganância de lucros financeiros maiores? 

A grande questão é: como comunicar boa governança para fortalecer a reputação e garantir a perenidade dos negócios neste momento de crise, se governança é um conceito tão sofisticado e longe do alcance de entendimento de pessoas que não fazem parte do universo empresarial? 

Minha sugestão é aproximar o máximo possível as narrativas às realidades das pessoas. Mostrar o impacto das decisões no dia a dia da comunidade onde a empresa está inserida. Descrever o valor que é compartilhado com todos por meio de negócios éticos, transparentes e justos.  Afinal, o que faz sentir faz sentido. Feliz Ano Novo! 

(*) Tatiana Maia Lins é consultora em reputação corporativa, fundadora da Makemake – A casa da Reputação e editora da Revista da Reputação. Professora de Relações com o Mercado e com Investidores do Master em Comunicação Empresarial Transmídia da ESPM e do curso “Reputação para Competitividade” da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial – Aberje.

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