A essência da proteção para a sua Carteira de Investimentos, conforme Seth Klarman “nos investimentos, uma margem de segurança é sempre necessária, pois a avaliação de empresas é uma arte imprecisa, o futuro é imprevisível e investidores são humanos e comentem erros.”
Qual o momento certo de entrar?
A que preço?
Quanto de dinheiro coloco?
Devo esperar mais?
Essas são algumas questões do dia a dia de um investidor, não importa em que etapa da trilha você esteja, são perguntas difíceis de serem respondidas seja para o iniciante ou o experiente.
Logicamente, o experiente possui um pouco mais de segurança por entender dos riscos e ter uma maior vivência neste caminho.
A sugestão, nestas horas, é sempre questionar-se sobre o que pode dar errado. Segundo Taleb, “comece pensando pela cauda”, o mecanismo adequado para se proteger dos contratemos. Afinal, ninguém compra um carro pensando em bater.
Talvez não tenha acontecido com você, mas é fácil imaginar: Você no carro, cansado, no fim do dia e louco para chegar em casa. Do nada o trânsito para e você desprevenido não vê, entrando com o carro na traseira do que está à sua frente. Por estar atrás, a culpa é sua e em fração de segundos todos os sentimentos se afloram entre frustração, nervosismo, braveza e uma imagem de um cheque de vários mil reais para o conserto dos carros. Até que chega um alívio: você tem seguro.
A analogia acima, funciona para os investimentos. De certo modo, as proteções podem não resolver os seus problemas, mas estarão presentes para servir de alívio nos contratempos.
Muitas vezes, o segredo da gestão de recursos não é uma tese de investimento, mas sim a forma como a carteira está protegida. Isso não significa compor toda a carteira de ativos de proteção, afinal, comprar seguro do carro pode ser ótimo, mas ele não pode custar mais do que o próprio carro, concorda?
VOCÊ ESTÁ PROTEGIDO?
Do mesmo modo que um seguro de carro ou plano de saúde, por exemplo, você não espera ter retornos imediatos, este mesmo conceito deve ser levado para as proteções nos investimentos.
Sendo assim, o correto seria separar ou destinar um percentual (%) da sua carteira para esse tipo de ativo com potencial de proteger você em momentos turbulentos, fazendo uma relação muito parecida com a Reserva de Emergência. Portanto são dois pilares importantes para uma estratégia vencedora no longo prazo.
Inserindo proteção para Carteira de Investimentos
Em outras palavras, esse é o termo comum do mercado chamado: Hedge (palavra em inglês, que em tradução livre é cobertura, proteção). A forma de amenizar as oscilações do mercado para que não afete tão profundamente os seus investimentos.
Basicamente as principais maneiras para proteger a carteira são, via:
· Dólar
· Ouro
· Ações
· Mercado de Opções
Cada tipo de hedge faz referência ao tipo de ativo a ser protegido, com seu objetivo e funcionamento para conhecer os fatores que impactam o investimento.
As duas primeiras opções, dólar e ouro, são conhecidas por serem consideradas reservas de valor, uma por ser a moeda referência globalmente e a outra por ser um metal precioso e escasso.
Dólar
Em relação ao dólar, historicamente, a moeda possui um histórico descorrelacionado com os movimentos da Bolsa brasileira, apresentando valorização frente ao real em inúmeras situações independente de uma queda da Bolsa.
Muitos investidores utilizam como forma de proteção contra períodos ruins da economia do país. Contudo, é possível presenciar momentos em quem se vê Bolsa e Dólar subindo, por conta do fortalecimento da moeda frente ao real.
Ouro
Com relação ao ouro, o investimento é visto como um porto seguro diante da escassez do metal precisos. É um ativo que pode proteger de uma desvalorização global, crise mundial ou grandes incertezas.
Um exemplo recente é a nossa atual situação com relação a pandemia do coronavírus, marcada por semanas de volatilidade no qual o ouro foi um dos poucos ativos que teve forte valorização neste ano (2020).
Movimentos de forte valorização do metal precioso também ocorreu durante a crise de 2007/2008, no 11 de setembro e em outros momentos de grande tensão global.
Ações
Outra forma de ter proteções é via Ações, conhecido como Hedge natural, pois envolve uma proteção indireta. É o caso de investir em empresas que possuem ativos, operações ou custos em dólar, muito comum em ações de companhias exportadoras.
Em cenário de desvalorização do real, as ações dessas empresas tendem a se valorizar, pois a receita é constituída do recebimento em moeda estrangeira.
Mercado de Opções
Opções geralmente são utilizadas para proteger uma carteira (podem ser usadas para outro objetivo, mas isso será tratado em outra etapa desta trilha). A operação em si, permite que você pague um valor pelo ativo para se proteger das variações inesperadas de preço do futuro.
PREVINA-SE E SIGA SUA TRILHA DE FORMA SEGURA.
O futuro é incerto, não podemos prevê-lo.
Possuir algum destes ativos acima é uma forma saudável de prevenir-se e preservar o patrimônio. Seguindo o conceito de diversificação entre ativos de maior e menor risco, bem como o controle de investir em mercados que não estejam diretamente correlacionados, para não sofrerem os impactos simultaneamente.
Direto ao ponto: os caminhos práticos para investir nestas opções.
Dólar e ouro, a maneira mais simples é via Fundos de Investimentos. Hoje você encontra uma variedade de Fundos Cambiais e de Ouro nas corretoras.
Mas também é possível investir em dólar via: Compra e venda de papel-moeda; BDR, ETFs, COE; Contratos Futuros de dólar.
Já o investimento em ouro pode ser feito através de: Barras de Ouro, Contratos Futuros de Ouro e Fundos de Ouro.
As Ações e as Opções você pode adquirir diretamente pela sua plataforma de investimentos (o Home Broker).
Conforme a edições atrás Um porquê para a diversificação estar presente em sua trilha, a sugestão é que você destine cerca de 5% de sua Carteira para esta classe de ativo.
Até a próxima semana!
Equipe Acionista.