A última semana de outubro chega ao fim com grandes movimentações no mercado. Tivemos a manutenção da Selic e a temporada de balanços do 3T20. No mundo, as bolsas sofreram nesta última semana do mês diante de taxas recordes de infecção por Covid-19 anunciados pela Alemanha, Itália e Espanha.

Futuro do S&P 500 perdeu 3,5% na quarta-feira, sua maior queda desde junho. Moedas emergentes tiveram desempenho mais fraco do que as bolsas, mas seguem voláteis, embora com variações menores.

O Ibovespa começou a semana respondendo ao nervosismo em relação ao pacote de estímulos americano, que estendeu a queda no decorrer dos dias com os temores locais e mundiais.

Após o IPCA-15 mostrar aumento de 3,52% ao ano e 0,94% ao mês, alguns agentes ficaram cautelosos em relação à decisão do Copom, o Comitê de Política Monetária.

Confira abaixo o que bombou na semana e as perspectivas para os próximos meses do ano:

Manutenção da Selic e aumento da inflação pressionam BC

De acordo com o texto de 1Bilhão Educação Financeira, a perspectiva de crescimento econômico para o fim do ano pode continuar a subir. Todavia, a preocupação com a questão da inflação, devido o aumento do IPCA-15, pode ser menos otimista.

Mesmo diante de pressão inflacionária, Comitê de Política Monetária, do Banco Central, decidiu nesta semana (quarta-feira) manter a taxa básica de juros em 2% ao ano.

No comunicado da decisão, a autoridade monetária citou o choque de inflação recente, mas reforçou que é temporário. O BC destacou que os últimos índices de preços divulgados vieram acima do esperado.

Projeção de IPCA eleva de 2% para 2,8% e o PIB deve cair 4,8%

As instituições filiadas à Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) revisaram a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2020. A inflação, antes estimada em 2,0%, agora deve ficar em 2,8%. A projeção foi alterada por conta de fatores como a recomposição das margens de lucro, a alta nos preços dos alimentos e das commodities e os desalinhamentos pontuais entre demanda e oferta que surgiram com a pandemia.

De acordo com o texto de Estadão Conteúdo, a associação também alterou a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2020, que antes era de queda em 5,0% e agora é de retração de 4,8%, por conta do que os economistas das entidades associadas classificam como “trajetória de recuperação gradual” da atividade. A projeção para o câmbio no fim do ano também mudou: de R$ 5,21 para R$ 5,40, uma desvalorização anual de 34%.

A temporada de balanços 3T20

Tivemos uma semana muito movimentada com as apresentações dos resultados trimestrais das empresas, um fato que contribuiu para dar mais volatilidade ao mercado. De acordo com nossa Agenda de Resultados 3T20, a partir do dia 3 as apresentações entrarão a pleno vapor.

Alguns destaques foram:

A Ambev registrou lucro líquido atribuído a controladores de R$ 2,274 bilhões no terceiro trimestre de 2020, queda de 8,9% em relação ao mesmo intervalo de 2019.

O Bradesco registrou lucro líquido recorrente de R$ 5,031 bilhões no terceiro trimestre deste ano, cifra 23,1% menor que a identificada um ano antes, de R$ 6,542 bilhões.

A Multiplan fechou o terceiro trimestre de 2020 com lucro líquido de R$ 568,762 milhões, alta de 368% em relação ao mesmo período de 2019.

O Pão de Açúcar registrou lucro líquido consolidado de R$ 386 milhões aos acionistas controladores no terceiro trimestre de 2020, o resultado é de alta de 151,3% ante o mesmo período de 2019.

O cenário na indústria do petróleo melhorou, mas não o suficiente para evitar que a Petrobras registrasse prejuízo de R$ 1,54 bilhões no terceiro trimestre deste ano.

A Vale reportou um lucro líquido de US$ 2,908 bilhões no terceiro trimestre de 2020, alta de 76% em relação ao mesmo período de 2019.

Veja aqui todos os Balanços Trimestrais divulgados, até agora.

Indústria passa pelo 2º efeito da pandemia de covid-19.

A indústria brasileira passa agora pelo segundo efeito da pandemia do COVID-19.

O primeiro paralisou a produção. No segundo, faltam estoques, insumos e matérias-primas. É o que mostra sondagem especial da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

De acordo com a pesquisa, 68% das empresas consultadas estão com dificuldades para obter insumos ou matérias-primas no mercado doméstico e 56% das empresas que utilizam insumos importados regularmente, com dificuldades em adquiri-los no mercado internacional.

No texto da Enfoque, vemos que 82% perceberam alta nos preços, sendo que 31% falam em alta acentuada. A pesquisa contou com a participação de 1.855 empresas, entre 1º e 14 de outubro, em 27 setores das indústrias de transformação e extrativa.

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, explica que as empresas optaram por reduzir os estoques para enfrentar a forte queda no faturamento e o difícil acesso ao capital de giro nos primeiros meses da crise.

A pesquisa ainda mostra que 44% das empresas consultadas afirmam que estão com problemas para atender os clientes. Essas empresas apontam entre as principais razões para a dificuldade de atendimento a falta de estoques, apontada por 47% das empresas, demanda maior que a capacidade de produção, com 41% e incapacidade de aumentar a produção, com 38%.

Em 10 dos 27 setores considerados, ao menos metade das empresas está com dificuldades para atender a demanda. Os percentuais de empresas que encontram dificuldades para atender os clientes é maior nos setores Móveis (70%), Têxteis (65%) e Produtos de material plástico (62%).

A situação é mais grave entre as empresas de pequeno porte.

Nesse segmento, 70% foram afetadas pela falta de insumos ante 66% nas grandes.

Além disso, o percentual de empresas menores que afirmam enfrentar muita dificuldade é maior, alcançando 28% entre as pequenas empresas e 27% entre as médias.


Volatilidade alta é a palavra mais forte para o início do mês de novembro.

Se você ainda não viu, na quinta-feira, disponibilizamos nosso podcast semanal o Acionista News justamente falando de outros temas relevantes da semana. Está bem interessante para quem gosta de saber mais alguns detalhes.

Acionista News #30 A retomada do setor imobiliário, veja por aqui.

Além disso, durante a semana disponibilizamos o IMÃ – Instante Mágico Acionista.

A série para você incluir entre as suas estratégias de investimentos. Todas manhãs mostrando os comportamentos dos preços dos ativos através de uma análise técnica que permitirá tomar as melhores decisões em relação à compra e venda de ativos. Veja mais.

Bom final de semana.

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