A pandemia do novo coronavírus provocou um rombo de R$ 3,6 bilhões na receita das concessionárias de transportes de passageiros sobre trilhos, entre os meses de março e junho. No período, com o isolamento social, o volume de pessoas transportadas semanalmente, sobretudo em trens e metrôs, caiu 71,3%, segundo dados da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos).

Mesmo com a abertura gradual em algumas partes do País, a demanda continua fraca, com quedas de até 70%.

Apesar de terem o direito de recompor os prejuízos por meio da revisão dos contratos, as empresas dizem que não podem esperar até o término do processo – que em alguns casos pode chegar a dois anos – e precisam de uma solução rápida, sob o risco de colapso no setor. Isso porque muitas delas não conseguem arrecadar nem o necessário para cobrir a operação.

“As concessionárias estão sem caixa e tendo de manter a operação e a manutenção do sistema, que não pode parar”, diz o presidente da ANPTrilhos, Joubert Flores. Segundo ele, 670 milhões de passageiros deixaram de passar pelos trens e metrôs do País, o que representa pouco mais da metade do que foi transportado em igual período do ano passado (1,55 bilhão).

No MetrôRio, empresa administrada pela Invepar, a queda na demanda chegou a 80% e hoje está em 70%. Isso provocou um prejuízo operacional de R$ 150 milhões no período, apesar das medidas para cortar custos, como redução de jornada dos trabalhadores, renegociação com fornecedores e postergação de alguns pagamentos, afirma o presidente da concessionária, Guilherme Ramalho. “Estamos queimando todo o caixa, que dura até o fim de agosto. Depois disso, não teremos mais condições de honrar nossos compromissos.”

Ramalho afirma que dados do órgão regulador do Estado mostram que o break even – ponto de equilíbrio em que um negócio não dá lucro nem prejuízo – da empresa é de 550 mil passageiros/dia. “Estamos na casa de 270 mil passageiros, à beira de um colapso.”

Na SuperVia, concessionária de trens do Rio de Janeiro, administrada pela japonesa Mitsui, a situação não é diferente. A empresa deixou de transportar 34 milhões de passageiros até o dia 16 e perdeu R$ 102 milhões de receitas até junho, diz o presidente a empresa, Antônio Carlos Sanches. No início da pandemia, a demanda caiu 74% nos dias úteis e agora, com o fim das restrições, está 53% menor. Nas contas dele, a movimentação de passageiros só retornará ao nível de 2019 em 2022.

Negociações

As empresa tentam negociar com os governos estaduais e até com o governo federal algum tipo de medida, como aporte financeiro e financiamentos, para garantir a operação. Na CCR Metrô Bahia, por enquanto o que tem ajudado foi a postergação de pagamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), até setembro. “Se tivesse de honrar esse compromisso, não teríamos condição de operar”, diz o presidente da empresa, Rodolfo Gonzalez. Segundo ele, apesar da retomada gradual, a concessionária ainda opera com queda de 66% da demanda. No período, a receita caiu R$ 100 milhões.

Em São Paulo, na ViaQuatro (Linha Amarela) e ViaMobilidade (Linha 5 Lilás), ambas administradas pelo grupo CCR, a perda de faturamento no período foi de R$ 200 milhões. Mesmo com a flexibilização do isolamento social na capital paulista, a demanda continua 60% abaixo do esperado.

O presidente da empresa Francisco Pierrini destaca que, apesar da movimentação baixa e receita menor, a empresa teve de aumentar em 15% o efetivo para garantir a higienização dos trens, que precisa ser constante para segurança dos usuários.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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