Quem enxerga nos títulos do Tesouro Direto um porto seguro para seus investimentos tomou um susto nas últimas semanas com a queda nos valores dos papéis. Quem tem papéis do Tesouro IPCA+ 2035, por exemplo, um dos mais populares para o longo prazo, viu a cotação cair 10% desde o início de março, quando a crise do coronavírus começou a chacoalhar o Brasil. Outros títulos exibiram resultados semelhantes nos dois últimos meses nos extratos dos investidores.

“Essas variações refletem o preço do papel no mercado secundário, ou seja, para quem decidir se desfazer do título antes do vencimento”, explica o consultor financeiro Adriano Severo, especializado em aplicações da Renda Fixa. “Quem mantiver o título até o vencimento receberá o que foi pactuado na aplicação, sem arcar com esta variação”, ilustra.

Isso significa, na prática, que quem decidir vender seus títulos antes do vencimento poderá sair do negócio com valores maiores ou menores do que o previsto inicialmente – inclusive com risco de amargar prejuízo. Via de regra, os títulos variam de preço quando há expectativa de queda ou alta na inflação e na Taxa Selic, que são as balizadoras dos títulos, explica Adriano.

Se o mercado avalia que um título já vendido no mercado primário é mais atraente do que as novas emissões, aceita pagar mais para ter este papel – é o que vinha ocorrendo em 2019 e no início de 2020, quando alguns papéis se valorizaram exponencialmente. Agora ocorre o inverso: em meio às incertezas com a economia, as taxas de juros futuras dispararam, principalmente as de médio e longo prazo. E quando as taxas de títulos prefixados e atrelados à inflação sobem, seus preços de mercado caem.

A variação chamou a atenção de investidores para as peculiaridades do mercado secundário do Tesouro. Conforme a corretora Genial Investimentos, uma das vantagens é a isenção de taxas: há ausência da taxa de custódia da CBLC de 0,3% ao ano. Além disso, há muito mais vencimentos para cada tipo de título do que no Tesouro Direto nesta modalidade do que comprando diretamente do Tesouro. Por exemplo, o Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais só costuma ter três vencimentos no Tesouro Direto. Enquanto isso, no mercado secundário, há títulos com vencimentos em todos os anos até 2055.

Por outro lado, há desvantagens e peculiaridades que afastam pequenos investidores do mercado secundário. Ainda conforme a Genial, entre estas estão no aporte inicial maior – como os grandes investidores não costumam negociar poucos papéis, o mínimo negociado nesse mercado é de cerca de R$ 50 mil. O caminho, portanto, são fundos que investem em títulos públicos, disponíveis nas corretoras, mas sujeitos às taxas de administração.

Conforme o Tesouro Nacional, o bom funcionamento do mercado secundário promove a avaliação dos ativos financeiros de forma mais eficiente e transparente, além de possibilitar uma melhor administração do risco, elevar a liquidez e potencializar o mercado primário.

A liquidez elevada torna o processo de formação de preços mais eficiente, permitindo ao Tesouro Nacional emitir instrumentos financeiros com menor custo e, consequentemente, menor risco de refinanciamento. As duas medidas de liquidez mais comumente encontradas na literatura são o spread entre a taxa de compra e venda e o volume negociado em relação ao seu estoque, explica o Tesouro Nacional.

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