O setor de educação já vinha sendo penalizado mesmo antes da pandemia, com muitas dificuldades no processo do FIES; evasão de alunos e dificuldades na captação de novos alunos.

A Cogna Educação é uma das maiores organizações educacionais privadas do Brasil e do mundo; com uma trajetória de mais de 50 anos na prestação de serviços no Ensino Básico e de mais de 15 anos no Ensino Superior. A Companhia possui 176 unidades de Ensino Superior, presentes em 116 cidades brasileiras, e 1.410 Polos de Ensino a Distância.

A Companhia registrou queda de 85,3% no lucro líquido do 1T20, de R$ 318,7 milhões no 1T19 para R$ 46,8 milhões no 1T20; refletindo a redução do resultado operacional, o aumento nas despesas financeiras e uma menor reversão de imposto diferido. A combinação desses fatores mais do que compensou o maior volume de reversão de contingências verificado no período e os esforços da Companhia em reduzir as despesas corporativas e os itens não recorrentes.

A receita liquida reduziu de R$ 1,84 bilhão no 1T19 para R$ 1,63 bilhão no 1T20 (-11,4%) e o EBITDA reduziu 32,8% de R$ 750,8 milhões para R$ 504,8 milhões com redução na margem 40,8% para 31,0%.

Comportamento das principais contas:

• No 1T20, o resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 227 milhões, um aumento de 12%; apesar da redução na despesa com juros oriunda da redução da taxa básica de juros;

• A geração de caixa operacional antes do capex foi negativa em R$ 28 milhões no 1T20; um consumo significativamente inferior ao verificado no 1T19, apesar de todas as presóes verificadas no resultado da Companhia. O fluxo de caixa livre somou R$ 2,1 bilhões em março, com a entrada de novos financiamentos;

• Durante o 1T20, o nível de capex e investimentos em expansão sobre a receita líquida representou 7,3%; patamar apenas 0,9 p.p. abaixo do verificado no mesmo período do ano passado, como consequência da queda de receita, uma vez que nominalmente o capex foi 22% inferior;

• Ao final do 1T20, o total entre caixa e aplicações financeiras somava R$ 2,9 bilhões; nível consideravelmente superior ao verificado no trimestre imediatamente anterior, como consequência do aumento de capital realizado no período;

• O endividamento líquido caiu para R$ 5,1 bilhões no 1T20 (ou R$ 5,4 bilhões incluídas outras obrigações referentes à pagamento de aquisições e parcelamento de tributos), ou 2,45x a dívida líquida dos últimos 12 meses;

• É importante ressaltar o perfil alongado do endividamento: os vencimentos de dívida no curto prazo representam apenas 5% do total (o próximo pagamento relevante de principal acontece em agosto de 2021);

• Em 15/03 a empresa anunciou uma nova emissão de dívida de R$ 500 milhões com vencimento em 3 anos que contribuiu ainda mais para reforço do caixa e alongamento do perfil da dívida.

A ação COGN3 encerrou ontem cotada a R$ 4,70 com queda de 68,9% no ano.

GUIDE INVESTIMENTOS: COGNA (COGN3) divulga resultados do 1T20

A receita líquida caiu 11% na comparação anual, atingindo R$ 1.627 milhões, reflexo de pressões de receita do ensino superior.

O Ebitda totalizou R$ 504,8 milhões, queda de 33%, devido à menor diluição de custos e despesas; maior nível de provisões para créditos de liquidação duvidosa (PCLD) por conta do Covid-19, e aumento nas despesas de marketing.

O lucro líquido cedeu 85%, a R$ 46,8 milhões, em função da queda no resultado operacional e maior alavancagem financeira.

A companhia conseguiu reduzir o consumo de caixa após capex e investimentos em expansão; apesar da queda no Ebitda, devido a menor consumo de capital de giro com estabilização do prazo médio de recebimento.

Na Kroton, o número de alunos de unidades presenciais sofreu queda expressiva, -16.2%, principalmente por conta da redução do segmento de FIES. Os alunos em EAD cresceram 12,4%, principalmente pelo aumento
em unidades,24%.

Excluindo os efeitos das receitas advindas dos alunos FIES, a variação no ticket médio de graduação presencial foi de -10,5%, enquanto do EAD foi de -7,7%.

A dívida líquida do período encerrado ficou em R$5,4 bilhões, queda de 8,7% na comparação anual, com índice de alavancagem (dívida líquida /Ebitda) em 2,45x.

Destaque positivo para o resultado da Vasta, com crescimento de 24% em receita e margem Ebitda em 1%.

Impacto: Neutro. A companhia novamente apresentou resultados com pressão em margens (que não deverá ser reestabelecida em breve), grande provisão de créditos de liquidação duvidosa e queda no número de alunos do segmento presencial. Por mais que a dívida líquida tenha se reduzido no período, o Ebitda da companhia deverá ser severamente impactado com os efeitos do coronavírus no 2T20, elevando a preocupação com o índice de alavancagem, tendo em vista que o IPO da Vasta não deverá ocorrer tão cedo com o mercado de capitais desaquecido.

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