Nos próximos dias 22 e 23 (quinta e sexta-feira) reúne-se a Cúpula do Clima, convocada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. A reunião será virtual, como convém nesses tempos de pandemia, e tem dois aspectos que merecem ser destacados: o democrata procura recuperar o terreno que seu antecessor (D.Trump) deixou pra trás, no protagonismo climático, e o interesse das grandes potências internacionais pelo debate, como China e Rússia que confirmaram presença.

Desta concertação (palavra que muito me agrada e parece ser bastante adequada neste ambiente) deverão surgir necessariamente dois pontos: o equilíbrio econômico – que precisa ser melhorado, e muito! – e a vacinação, sem o quê não existirá o primeiro. Sem pessoas saudáveis e sociedades minimamente organizadas não há como se discutir “os próximos passos”.   

Um dos maiores países do mundo, em extensão territorial, população, recursos naturais e potencial futurístico, o Brasil entrará na sala pedindo desculpas. Não precisava, mas vai. Isto porque a falta de clareza das políticas social e ambiental (e aqui certamente se inclui a saúde) incomodam não só as chamadas entidades progressistas da sociedade civil, como o mundo que hoje nos segrega abertamente por sermos o “epicentro da Covid-19”, além de desmatadores contumazes etc etc etc. Exageros à parte – e os interesses nem sempre confessáveis por trás dessas acusações –, o fato é que o Brasil tem se mostrado um país atrasado.

A troca do retrógrado chanceler Ernesto Araújo pelo atual Carlos Alberto França foi uma sinalização para o mundo de que o Brasil “é teimoso, mas ainda tem jeito”. Seria extraordinariamente bom se o atual ministro do Meio Ambiente pedisse pra sair “só um pouquinho” também. Mas isto é esperar demais de um governo cujo presidente faz questão de andar sem máscara, tocar pessoas e dizer que `quem tomar a vacina pode virar jacaré`, em pleno auge da pandemia.

O Brasil escreveu uma carta, endereçada ao anfitrião Joe Biden, se comprometendo a zerar o desmatamento ilegal até 2030. Por conta dessas intenções – que no mundo civilizado das relações internacionais vale muito –, espera ganhar um crédito e a fama de bom menino para adquirir novos lotes de vacinas. É uma espécie de barganha: eu me comprometo a cuidar das árvores e dos ecossistemas e você ajuda com os medicamentos.

Tomara o país entre na reunião no horário combinado e com as mãos e tênis limpinhos.      

IPO

Descontados os fatores que deixam esquálida a economia neste momento, a área de saúde continua em destaque – junto aos investidores inclusive. A Rede Mater Dei – ecossistema de serviços hospitalares e oncológicos, com forte presença em Minas Gerais – fez seu IPO na última sexta-feira (ticker MATD3).

A operação levantou R$ 1,6 bilhão, dos quais R$ 1,4 BI vão para o caixa (construção de novos hospitais e aquisições estão no planejamento) e o restante para os acionistas vendedores.

IPO 2

Nesta segunda-feira, 19, será a vez da Blau Farmacêutica (ticker BLAU3) tocar a campainha na B3. A companhia, produtora de medicamentos de alta complexidade, tinha até aqui Marcelo Rodolfo Hahn com 99,99% das ações em mãos.

Com a oferta, a Blau será a 186ª companhia do Novo Mercado. Embora tenha presença no continente latino-americano, seu olhar está voltado para a América do Norte.

IPO 3

Como o mar não está pra peixe, a Viveo espera uma situação mais favorável para se lançar a mercado. Holding da Cremer e da Mafra, a companhia – que fez vários M&A (fusões e aquisições) nos últimos tempos – vai esperar uma janela melhor para espairar a rede ao oceano de investidores.   

IBOVESPA

O índice da Bolsa de Valores do Brasil (Ibovespa) deve superar a casa dos 120 mil pontos no final deste ano. Pelo menos é o que aponta a pesquisa do Bank of America junto a gestores de fundos. Nada menos que 84% dos pesquisados – destaca a Coluna Fabio Alves, do Estadão – apostam na performance, contra 52% da pesquisa anterior.

SILÊNCIO

Nesta terça, 20, o Banco Bradesco entrará em período de silêncio e seguirá assim até 4 de maio, quando fará a divulgação de resultados (após fechamento de mercado).

No dia 05/05 haverá teleconferências – em português e em inglês –para apresentação do 1ºTRIM21.

CLIMÁTICA

Lançada pelo Banco Central no dia 7 último, a consulta pública para aprimoramento da gestão de risco e responsabilidade social, ambiental e climática aplicáveis ao sistema financeiro nacional tem prazo até o dia 5 de junho para receber sugestões.

ÁGUA

A preocupação com a água sempre existiu. Desde os sumérios, por volta de 5.000 aC, mesopotâmios em 4.000 aC, e os hindus em 3.200 aC, que já desenvolviam canais de irrigação, galerias e procuravam separar as águas impróprias, porque sabiam que eram transmissoras de doenças.

Pensando nisto, a Sabesp desenvolve projeto de criação do Museu da Água (em área de 2.400m2, na capital de São Paulo), para fixar a consciência do seu valor, estimular o interesse das pessoas pelo saneamento e, ainda, para que exista o envolvimento da sociedade para a preservação e uso racional da água.

A Associação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas – Automotivos e Industriais (Abrafiltros) já declarou apoio ao museu.

ODS

O Plano Plurianual (PPA) da cidade de Santos, litoral de São Paulo, contará, pela primeira vez, com programas e indicadores vinculados aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), visando o acompanhamento local das metas da agenda mundial para o fim da pobreza, preservação da natureza, garantia da paz e prosperidade.

A novidade foi apresentada em audiência pública virtual sobre as propostas da Prefeitura local para a elaboração do PPA 2022-2025 e da lei de diretrizes orçamentárias (LDO) de 2022.

MINERAÇÃO

O escritórioCescon Barrieu Advogados anuncia o lançamento do Mining Guide 2021, guia que reúne informações gerais e foi especialmente criado como suporte para as áreas Ambiental e de Mineração de forma estratégica e integrada.

Iniciativa é resultado do trabalho de um time multidisciplinar e foi desenvolvido pelos especialistas do escritório no Brasil e no Canadá, onde atua desde janeiro deste ano.

GRAFENO

Desenvolver e comercializar produtos com a aplicação de grafeno é a mais nova aposta do Grupo Gerdau que lançou uma nova empresa: a Gerdau Graphene, cuja operação será independente das divisões de negócio de aço.

A nova unidade já nasce posicionada como relevante desenvolvedora do material, com vistas a oferecer mais tecnologia para os setores de construção civil, automotivo, lubrificantes, termoplásticos, tintas e sensores. O escritório principal é em São Paulo e terá uma filial nos Estados Unidos.

ENCONTRO RI

O 22º Encontro Internacional de Relações com Investidores e Mercado de Capitais está agendado para os dias 27 e 28 de Setembro próximo.

Com apoio de divulgação do Portal Acionista, o evento poderá ter uma novidade neste ano: o formato híbrido, com parte dos palestrantes e congressistas presenciais e parte online. A organização do Encontro – promovido pela Abrasca, conjuntamente com o Ibri – definirá a questão até o final de junho.  

AGRO

O 20º Congresso Brasileiro do Agronegócio, promovido pela Abag, ocorrerá no formato presencial, no Sheraton WTC São Paulo, dia 02 de agosto próximo.

DIVERSIDADE

Diversidade e inclusão são temas relevantes para a Jaguar Mining, empresa brasileira de mineração, de capital estrangeiro, com foco na exploração de ouro na região do Quadrilátero Ferrífero (Minas Gerais).

O Comitê de Diversidade e Inclusão tem a participação voluntária de empregados da empresa engajados com as questões. Lançado em 2020, com o intuito de fomentar discussões e propor melhorias internas, foi oficialmente apresentado ao mercado na semana que passou.

MENTORIA

A Suzano, empresa de bioprodutos desenvolvidos a partir do cultivo de eucalipto, inicia o programa de mentoria “Contribuindo para o Futuro”. Trata-se de uma iniciativa voluntária para impulsionar a formação da 7ª turma de trainees da companhia que será mentora de jovens negras e público LGBTI+, todos universitários, no preparo e desenvolvimento para o mercado de trabalho.

Os/as mentorados/as do projeto são residentes de seis regiões de atuação da companhia, nos estados da Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul e São Paulo. A metodologia é do Instituto Joule, ONG privada sem fins lucrativos que atua há cinco anos transformando a vida de jovens de todo o país. Durante três meses, cada um/a dos/as 30 jovens – sendo 93% mulheres – será apoiado/a por um/a trainee da companhia por meio de capacitação 100% online.  

ARTIGO

Saúde mental: na pauta das empresas, dos investidores,
do mundo!

(*) Sonia Favaretto

Há exatamente 1 ano, em 9 de abril de 2020 escrevi um artigo, publicado pela Plurale em Site, propondo que a Saúde Psíquica fosse um ODS Transversal. Minha lógica naquele momento, quando não tínhamos ainda a mínima noção dos impactos e amplitude dessa pandemia, era que nenhum dos 17 ODS seriam plenamente atingidos se não cuidássemos da saúde psíquica das pessoas que, no fim, são quem operam os objetivos. Ou seja, ela é condição para avançarmos em todos os ODS, daí minha reflexão sobre ser um “ODS transversal”, que permeie todos os demais. Naquele distante mundo, escrevi: (…) “A saúde psíquica, no entanto, não é um estado estanque. Ela flutua ao longo da nossa vida. Às vezes estamos “mais saudáveis”, em outras precisamos dar mais atenção ao nosso psiquismo. É um processo que não termina. Por isso mesmo, precisamos estar sempre atentos a ele, especialmente em momentos únicos e traumáticos do mundo, como a pandemia do novo coronavírus. Estamos mais ansiosos, mais assustados, mais preocupados. O on line se tornou nosso novo chefe, o mundo se resumiu às paredes de nosso lar, sair à rua e exercer nosso direito de ir e vir se tornou ato de coragem e alvo de represálias. Mais do que nunca, percebemos o quanto a nossa saúde mental é fundamental para chegarmos no dia seguinte. E no seguinte, e no seguinte.”

Como esse tema se tornou urgente! Passamos 2020 em casa e entramos 2021 com novas variantes, cepas, preocupações e medos. Saúde mental entrou na pauta de todas as organizações, com prioridade. Virou item de todas as tendências para o ano. A McKinsey&Company, no seu estudo “2021: o ano da transição” coloca: “A crise da Covid-19 criou um imperativo para que as empresas repensem sua forma de operar e tenham a oportunidade de se transformar”. A Russell Reynolds Associates, no paper “2021 Global and Regional Trends in Corporate Governance” traz a ‘Gestão do Capital Humano’ como uma das seis tendências do ano para Conselhos de Administração: “Os conselheiros serão responsabilizados pela supervisão da gestão do capital humano e da cultura corporativa e pela divulgação dessas informações”. Tudo isso é totalmente relacionado ao cuidado com @s funcionári@s, saúde mental incluída.

Investidores também inseriram o tema no seu radar. A pesquisa “Sustainability goes Mainstream”, de setembro de 2020 com 425 investidores de 27 países, apontou que atualmente 58% deles focam sua alocação de portfolio na agenda social (o “S” do ESG) e esse percentual subirá para 58% nos próximos 3 a 5 anos. O estudo mostrou ainda que 32% atualmente investem ou planejam investir em ações que considerem o ODS 3 (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável) – Saúde e Bem Estar.

A Rede Brasil do Pacto Global, em uma iniciativa idealizada pela InPress Porter Novelli com o endosso científico da Sociedade Brasileira de Psicologia, acaba de lançar um movimento fundamental nesse contexto: o #MenteEmFoco. No embasamento da iniciativa, explicam: “Levantamento preliminar do Ministério da Saúde, de 2020, aponta que a ansiedade é o transtorno mental mais presente entre a população, durante a pandemia”. Sabemos isso por instinto, vivência ou observação. Temos que agir. Este belo movimento “convida empresas e organizações brasileiras a atuarem em benefício de seus colaboradores e da sociedade como um todo no combate ao estigma e ao preconceito social ao redor da saúde mental. O movimento é uma forma de trazer para o centro das decisões das empresas a pauta da saúde mental, estimular a discussão sobre o tema, estabelecer ações concretas e de suporte aos seus colaboradores e criar um ambiente de trabalho saudável. O objetivo é que a saúde mental seja tratada não apenas como uma medida emergencial, mas sim como um tema perene e que faça parte da estratégia de negócio das companhias”.

Vejam a que belos compromissos as empresas que se tornam signatárias do movimento devem aderir:

  • Ter um profissional de referência para aconselhamento e atendimento.
  • Oferecer orientação e manejo de crises.
  • Garantir a avaliação permanente dos colaboradores.
  • Manter gestores engajados, com capacitação para atuar em relação ao tema e orientação sobre as melhores condutas, sendo agentes de transformação.
  • Criar um programa antiestigma: promover debates abertos e intervenções em grupo com assuntos que busquem reduzir o estigma relacionado ao sofrimento psíquico, inserindo-o como pauta permanente na organização.
  • Promover ações de incentivo à saúde mental: campanhas e iniciativas para incentivar práticas culturais, esportivas, de nutrição, bem-estar, educação, entre outras, a partir de demandas identificadas.

Precisamos urgentemente dessa conscientização. Os dados que o Pacto Global traz no site do movimento (https://pactoglobal.org.br/pg/movimento-mente-em-foco) são alarmantes. Destaco alguns da OMS – Organização Mundial de Saúde:

  • Uma em cada quatro pessoas sofrerá com um transtorno da mente ao longo da vida.
  • Globalmente, mais de 300 milhões de pessoas sofrem de depressão e 260 milhões vivem com transtornos de ansiedade.
  • O Brasil é o país mais ansioso do mundo, com 18,6 milhões de pessoas convivendo com o transtorno.
  • A depressão e a ansiedade custam à economia global US$ 1 trilhão por ano em perda de produtividade.

Muito me anima quando vejo essas mobilizações acontecendo. E, fico igualmente otimista quando leio o resumo do último encontro dos líderes do G20, em novembro do ano passado. É uma Declaração que mostra que, sim, podemos como mundo buscar um caminho viável:

  • Temos o compromisso de liderar o mundo na formação de uma era pós-Covid-19 forte, sustentável, equilibrada e inclusiva.
  • O impacto social e econômico da pandemia torna ainda mais urgente acelerar os esforços para erradicar a pobreza e combater as desigualdades e trabalhar para garantir que ninguém seja deixado para trás.
  • Vamos contribuir para a implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
  • Reafirmamos a importância do empoderamento de mulheres e meninas como uma questão transversal em todos os aspectos de nossas políticas e reconhecemos que as mulheres são um importante impulsionador do crescimento econômico.
  • Continuaremos a promover a igualdade de gênero, bem como a combater os estereótipos, reduzir as disparidades salariais e enfrentar a distribuição desigual do trabalho não remunerado e das responsabilidades de cuidado entre homens e mulheres.

Para concluir essa reflexão, reproduzo o parágrafo com o qual encerrei meu artigo há um ano e que segue absolutamente atual: “É por isso que proponho uma visão transversal do psiquismo nos ODS. Cidadãos, governantes, líderes empresariais, consumidores — pessoas, enfim, seja qual for seu papel na sociedade — que tenham melhor saúde psíquica certamente trafegarão e atuarão pelos ODS de forma mais fluida, ativa, equilibrada, consequente e realizadora. Assim, acredito, 2030 chegará mais robusto, feliz com o que construímos nesses anos que o antecederam. Avaliaremos o que conquistamos nos ODS e o que ainda temos que buscar. E vamos seguir, sem deixar ninguém para trás.

(*) Sonia Favaretto é jornalista e trabalha há mais de 20 anos com comunicação e sustentabilidade e foi reconhecida em 2016 como “SDG Pioneer” pelo Pacto Global da ONU.

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