Depois de quase dois anos com a vida social restrita, realizando atividades profissionais e estudando de forma remota e, depois das duas doses da vacina, me permiti no último fim de semana almoçar na casa de alguns amigos para um churrasco, uma caipira e um bom bate-papo. Eis que de repente alguém comenta que uma das mulheres presentes vendia bolsas lindíssimas. Pois bem, lá fomos dar aquela olhada básica e fiquei realmente encantada com a beleza e qualidade dos materiais.

A proprietária de uma fábrica de bolsas, que vende para lojas de grife em todo Brasil e para o exterior, levara uma mala cheia de cores, tamanhos, texturas e design de encher os olhos! Encantada por um modelo e cor específicos, comecei a pensar na possibilidade de comprar uma, pois afinal, tratava-se, a princípio, de uma “grande oportunidade” tendo em vista que o preço era um quinto do valor praticado no mercado de varejo, ou seja, aquela mesma bolsa se comprada na loja custaria cinco vezes mais cara. Quanta tentação!!

Comecei a pensar que era uma superoportunidade, que aquele preço e qualidade eu não poderia deixar passar, que talvez eu até “precisasse” mesmo de uma bolsa daquele modelo etc. Outra questão importante, eu tinha dinheiro? Na verdade se tivesse crédito já era suficiente, porque poderia pagar com cartão, maravilha! É sabido que as nossas decisões de consumo são baseadas nas nossas emoções e não na razão, e, claro, sentir o prazer imediato que temos quando adquirimos algum produto que tornou-se objeto de desejo é difícil de evitar. Momento decisivo: comprar ou deixar?

Bem, se eu realmente precisasse de uma bolsa, se ela estivesse na faixa de preço que eu tivesse estipulado no meu orçamento e, se estivesse no meu planejamento, eu a teria levado. Acontece que não preenchia nenhum dos requisitos acima, embora fosse linda e acessível estava fora dos meus planos, muito embora minha conta bancária e meu limite de crédito me permitissem esse consumo.

Trouxe esse exemplo apenas para gerar reflexão sobre as nossas decisões de compra e como estabelecemos nossas prioridades em relação ao dinheiro. Como definimos metas e objetivos, se é que o fazemos, e o quanto nos comprometemos conosco mesmas.

Para alcançarmos a liberdade financeira, e aqui nem trato daquela liberdade de viver de renda passiva, mas a liberdade de sair de um relacionamento tóxico, seja ele com cônjuge, parceiro ou parentes; de largar um emprego ruim onde não somos valorizadas ou onde sofremos algum tipo de abuso; precisamos de um planejamento claro, consistente, que retrate quem nós somos de verdade e que também nos permita criar uma reserva financeira.

Antes de tudo isso vem a sua renda, quanto é necessário você gerar de dinheiro para manter sua sobrevivência e fazer todos os seus projetos saírem do papel? Sua renda, ou seja, o recurso que você gerou precisa de “destino”, de propósito, de definição clara de como, quando e no que você vai gastá-lo. O nome disso é “planejamento financeiro”, nele você vai criar um orçamento determinando os recursos para cada área da sua vida, categorizando seus gastos em necessidades básicas, tais como: alimentação, transporte, saúde, habitação; essenciais, como: lazer, diversão, entretenimento, academia etc. Vai destinar uma parte para educação e desenvolvimento pessoal e definir um percentual também para realização de sonhos, para reserva de emergência e liberdade financeira.

Então você vai dar nome aos gastos, destinar recursos específicos, mas princialmente colocar-se em primeiro lugar e para fazer isso precisa, pagar-se primeiro. Antes de qualquer gasto ou despesas, assim que seu dinheiro entrar na sua conta, já faça uma destinação para ele com o objetivo de ser sua reserva, de pelo menos 10% da sua renda líquida mensal. Se não puder fazer os dez por cento, comece com menos, mas faça, não se limite. Aos poucos você vai conseguindo aumentar esse valor.

Viva um step abaixo sempre! Assim terá fôlego para administrar situações adversas e não viverá no limite comprometendo toda sua renda. Se tiver dívidas, pare de fazer dívidas novas, faça um planejamento para pagamento dessas dívidas destinando um percentual da sua renda para liquidá-las, mas não deixe sua reserva de emergência em segundo plano.

Mas quanto vale sua liberdade financeira? Pode ser a soma de diversas bolsas, sapatos, brinquedos dos filhos, mensalidades de academias não aproveitadas, assinaturas, juros e dívidas acumuladas. Diversos eventos somados que aconteceram sem planejamento e sem orçamento. A liberdade financeira vem da soma de uma série de hábitos positivos em relação ao dinheiro, adquiridos ao longo da vida. Vem da constância desses hábitos, do foco e da definição de objetivos claros. Se você determinar para onde vai seu dinheiro ele será seu servidor e não seu mestre.

“Não abra mão do que você mais quer na vida, pelo que você mais quer no momento!”

Autor desconhecido

Adriana Godim

Administradora, Pós-Graduada em Gestão Empresarial e Controladoria e Finanças, atuou por mais de 30 anos em finanças corporativas em cargo de alta gestão, liderando equipes e participando de diversos projetos estratégicos. Atualmente atua como Mentora, Coach, Consultora, Palestrante e Educadora Social, com foco no desenvolvimento da sociedade por meio da educação financeira.

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