Conforme os ânimos vão se acalmando no cenário político dos Estados Unidos, os mercados mundiais começam a respirar aliviados com a vitória de Joe Biden pela Casa Branca. Conforme analistas de investimentos e gestores de fundos, a eleição do democrata acena para um cenário comercial mais aberto com outros países, inclusive China e Brasil, e pode destravar acordos econômicos ou barreiras tarifárias impostas pelo seu antecessor, o candidato derrotado Donald Trump.

Em um recado claro a Trump e sua diplomacia do “America First”, Biden afirmou na semana passada que “os EUA estão de volta” e pretendem liderar o mundo, não se isolar dele. Daniela Casabona, sócia-diretora da FB Wealth, explica o mercado financeiro como um todo ficou mais positivo desde a vitória do democrata e isso tem se refletido também no pregão brasileiro. Desde a eleição nos EUA, em 3 de novembro, a B3 ganhou 15 mil pontos. “A expectativa é que Biden traga uma abertura maior dos EUA com todos os países”, analisa Daniela.

Esta percepção se solidificou nos últimos dias, quando Trump passou a admitir o processo de transição – deixando de lado o discurso de que a votação havia sido fraudada, tese que não foi acatada pela Justiça americana. Régis Chinchila, analista da Terra Investimentos, afirma que a relativa apaziguação em torno da eleição americana já começa a ser percebida com entusiasmo pelo mercado. “Os índices futuros de Nova York subiram com a autorização do Trump em começar o processo de transição, autorizando membros da equipe de Joe Biden acessarem dados dos EUA”, afirma.

Na semana passada, o índice Dow Jones chegou a fechar em 30.046 pontos, superando pela primeira vez na história a marca de 30 mil pontos. Já o S&P 500 subiu 1,62% na última terça (24), a 3.635 pontos, enquanto o Nasdaq teve ganhos de 1,31%, para 12.036 pontos.

Chinchila explica, ainda, que agrada ao mercado a equipe que tem sido escolhida para liderar as instituições que tocam a economia e a máquina fiscal americana. “Biden confirmou o nome de Janet Yellen, ex-presidente do FED, como a futura secretária do Tesouro”, exemplifica o analista.

Mas a simples ascensão de Biden ao poder não deverá irradiar os mercados por muito tempo, pelo menos até que haja anúncios efetivos sobre sua agenda econômica. Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, projeta que o mercado deve ficar em um período de adaptação pelo menos até o primeiro trimestre de 2021. “Como Trump vinha até agora resistindo a passar o cargo de forma pacífica, isso acabou prejudicando a percepção em relação ao primeiro trimestre do ano que vem, principalmente para pacotes de estímulos”, alerta.

Nos próximos dias, Biden deve anunciar mais nomes para seu governo, enquanto é esperado para dia 14 de dezembro a confirmação dos resultados das urnas, declarando o democrata oficialmente o novo presidente dos EUA. Para especialistas, pode ser um bom momento para o investidor analisar ações que tendam a se valorizar com abertura comercial acelerada e reaquecimento da economia mundial – até porque o período de transição está coincidindo com as boas notícias sobre a chegada de uma vacina contra o coronavírus.

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