A Petrobras divulgou seus números referentes ao 4T20. No geral, consideramos o resultado positivo, com números levemente acima da expectativa do mercado (Ebitda no trimestre atingiu R$35 milhões vs. estimativa do consenso de R$34 milhões). Vale dizer que o ano de 2020 foi extremamente desafiador para companhias relacionadas ao setor de mobilidade; e consequentemente as empresas de óleo e gás, já que as medidas de isolamento social refletiram em uma brusca queda da demanda por combustíveis. Ainda assim, a Petrobras conseguiu enfrentar o cenário de forma eficiente e adaptar sua operação para aproveitar novas oportunidades. Entre os destaques do release, destacamos:

• A receita líquida do 4T20 foi 6% superior ao 3T20, principalmente em função da valorização do preço do Brent, aliada à maior demanda por geração termelétrica, que levou ao aumento das vendas de energia elétrica, gás natural e óleo combustível. Por outro lado, o volume das exportações de petróleo diminuiu devido à menor produção no trimestre. Encerraram o trimestre com exportações de petróleo em andamento de 15 MMbb. O crescimento de 6,0% vs. 3T20, diferentemente da sazonalidade usual do produto, que historicamente resulta em maiores volumes no 3T20; foi possível devido ao esforço comercial para aumentar as vendas, principalmente por meio de leilões;

• As despesas com vendas caíram 4% no 4T20, quando comparadas ao 3T20, devido aos menores volumes de exportação e menores custos de frete;

• As despesas gerais e administrativas caíram 72% devido ao efeito da reversão de gastos passados do plano AMS, em R$ 1,2 bilhão, decorrente da revisão de obrigações futuras da empresa. Excluindo esse fator, as despesas gerais e administrativas teriam se mantido estáveis;

• Parte dos impairments realizados anteriormente, no montante de R$ 31 bilhões, foram revertidos como resultado das novas curvas de preço do Brent e de câmbio aprovadas no Plano Estratégico 2021-25, bem como pela revisão do portfólio de projetos, principalmente relacionadas ao E&P;

• No 4T20, o EBITDA ajustado aumentou 41% quando comparado ao 3T20, atingindo R$ 47 bilhões. Este resultado deveu-se principalmente ao ganho oriundo da reversão de gastos passados do plano AMS, decorrente da revisão de obrigações futuras da empresa. Em 2020, apesar do cenário adverso ocasionado pela pandemia; com a desvalorização de 35% dos preços do Brent em dólares no ano, o EBITDA ajustado subiu 11%, para R$ 143 bilhões;

• O resultado financeiro melhorou no 4T20 devido a ganhos cambiais relacionados à valorização do real de 7,9% em relação ao dólar norte-americano. Vale citar também os efeitos da gestão da dívida, que possibilitou a redução das despesas financeiras, reflexo da redução das despesas com financiamentos em R$ 1 bilhão, e o menor prêmio na recompra de títulos em R$ 746 milhões, tendo em vista a recompra de títulos com vencimentos mais curtos;

• O 4T20 foi impactado positivamente principalmente por dois itens não recorrentes: reversão de impairment de R$ 31 bilhões e a reversão de gastos passados do plano AMS, em R$ 13,1 bilhões, decorrente da revisão de obrigações futuras da empresa. Porém, desconsiderando os efeitos não recorrentes, o lucro líquido ainda seria positivo em R$ 29 bilhões. O EBITDA recorrente teria sido de R$ 35 bilhões. Em 2020, itens não recorrentes (principalmente impairment) afetaram negativamente o lucro líquido, que teria sido de R$ 13,2 bilhões excluindo esses itens.

Impacto: Positivo. O resultado veio bom, levemente acima da expectativa do mercado. Entre pontos de influência, podemos citar as seguintes estratégias tomadas pela empresa: (i) o aumento das exportações, que compensou a redução da demanda e das margens dos derivados de petróleo no Brasil, (ii) a redução dos gastos administrativos, (iii) reversão de gastos passados do plano AMS, decorrente da revisão de obrigações futuras da empresa (iv) ganhos pela exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS / COFINS e menores contingências. Os números sugeriram a retomada dos volumes por parte da Petrobras por meio de seus esforços de venda; visando compensar o forte impacto sofrido em 2020. Contudo, avaliamos que o momento deve seguir com elevada volatilidade e uma percepção de risco de que a Petrobras pode não capturar os ganhos da recente elevação dos preços do petróleo.

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