Uma eventual paralisação dos caminhoneiros, como a greve nacional de 2018, deve ser o “último recurso” da categoria, avalia o assessor executivo da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Marlon Maues. “Enquanto houver diálogo consistente, a paralisação deve ser o último recurso da categoria. Temos muito ainda para trabalhar para chegar nisso. Consideramos paralisação como último recurso para qualquer categoria pleitear suas demandas”, disse Maues, em coletiva de imprensa virtual realizada na manhã desta quinta-feira para apresentação da pesquisa “A realidade do caminhoneiro autônomo em 2022”.

Na avaliação de Maues, houve uma “mudança muito grande” na situação da categoria entre 2018 – ano da greve nacional que parou o País – e a atual, principalmente pela abertura de diálogo com o governo, sendo recebida como entidade de transportes, e pela criação de leis de amparo à categoria. “Naquela ocasião, houve também adesão das transportadoras, das empresas de ônibus e do agronegócio”, destacou o assessor executivo da CNTA.

De acordo com Maues, observa-se hoje uma paralisação “técnica”, ou seja, o transportador autônomo para de trabalhar por não ter condições de arcar com custo de combustível. “Enquanto outros atores ainda têm margem, caminhoneiro coloca caminhão na frente de sua casa por não ter mais condição de abastecer, por causa de aumentos sucessivos do diesel”, disse. “A paralisação é como um grito de socorro, dizendo: sou escravo sobre rodas e não tenho mais condição de exercer meu trabalho. Mas não deve ser conduzida por ‘pseudos’ líderes que se tornam até folclóricos”, afirmou.

Publicidade

SIMULAÇÃO GRATUITA: Descubra onde investir e fazer o seu dinheiro render de verdade.
Veja por aqui.

Segundo ele, a categoria mostra desconhecer as lideranças que se apresentam como seus representantes. Maues também questionou possíveis interesses eleitorais de alguns líderes.

Sobre os valores elevados do diesel, Maues afirmou que entre o aumento anunciado pela Petrobras na refinaria leva-se no mínimo 10 dias para ser efetivo no mercado e reajustado a tabela para o caminhoneiro, em virtude da metodologia de cálculo do piso mínimo do frete. “O diesel é a matéria-prima do trabalho dos caminhoneiros. Ele é polemizado com aumentos sucessivos, mas deve ser encarado como elemento de formação do custo do frete dos caminhoneiros. A questão é que ao tentar renegociar o frete com intermediário, caminhoneiro não está conseguindo repassar o valor do diesel reajustado ao frete até mesmo por excesso de oferta de mão de obra. Se ele não aceitar o valor, haverá outros para fazer o frete”, explicou Maues.

A CNTA congrega 850 mil caminhoneiros, por meio de 120 sindicatos, e é considerada a entidade legal de representação dos interesses da categoria. Segundo a entidade, 65% das cargas transportados por rodovias no Brasil passam direta ou indiretamente pelos autônomos.

Publicidade

Clube Acionista

A maior cobertura para impulsionar sua carteira de investimentos

Agendas

Saiba quando as empresas vão pagar antes de investir.

Análises

Veja análises dos bancos e corretoras em um só lugar.

Carteiras

Replique carteiras dos bancos e corretoras para investir com segurança.

Recomendações

Descubra a média de recomendações de empresas e fundos.

Clube Acionista

A maior cobertura para impulsionar sua carteira de investimentos

Agendas

Análises

Carteiras

Recomendações

Comece agora mesmo seu teste grátis