A primeira investidora brasileira e uma das primeiras do mundo a investir na Bolsa chamava-se Eufrásia Teixeira Leite. Nascida no Rio de Janeiro nos anos de 1850, Eufrásia veio de uma família rica de aristocratas e cafeicultores. Após ficar órfão, mudou-se para Paris e lá, na companhia do seu tio, começou a acompanhar os pregões da bolsa de valores da capital. Em 1880 passou a operar na Bolsa de Londres e, em 1914, na de Nova Iorque. No final do século 19, Eufrásia já fazia parte de um seleto grupo de personalidades milionária de Paris (Fonte: Mariana Ribeiro, que investigou por conta própria a história de Eufrásia Teixeira Leite).

Com certeza, a história de Eufrásia foi cheia de dificuldades, afinal o mercado financeiro sempre foi um lugar prioritariamente masculino e hostil às mulheres. Contudo, com o passar dos anos, temos vistos muitas mulheres avançarem nesse mercado. O número de mulheres que investiram na bolsa de valores triplicou de 2015 a 2019, segundo dados as B3 (Bolsa de Valores Brasileira).

Num estudo recente realizado pela B3 que analisou 2 milhões de investidores que entraram na bolsa entre 2019 e 2020, chama a atenção o crescimento das mulheres que estão investindo na bolsa, saltando de 179.392 (2018) para 809.533 (2020). A participação feminina no total de investidores saiu de 22,06% para 25,47% no período, percentual ainda muito baixo quando comparado à participação de cerca de 40% das mulheres nos Tesouro Direto.

Perfil das mulheres investidoras na B3

Ainda segundo dados dessa pesquisa, a maioria das mulheres investidoras estão na faixa etária entre 26 e 45 anos. Dessa forma, pode-se observar que, neste estágio de vida, as mulheres iniciam ou despertam para a necessidade de formar suas reservas financeiras.

A maior parte das mulheres ativas na bolsa estão concentradas na região Sudeste do país, mais especificamente em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Em seguida, temos a região Sul do país.

Os dados coletados em 2020 revelam que as entrevistadas pensam em investir com foco no médio e longo prazo e entendem o risco de cada investimento; passaram a reservar parte de seu patrimônio para investimentos; pensam no futuro e entendem que, para ganhar mais, devem assumir mais riscos; buscam informações em diversos canais e tomam decisões sozinhas ou com base na opinião dos intermediários e pessoas próximas.

Interação Financeira das mulheres no mundo – UBS Investor Watch

No último UBS Investor Watch, de 2019, foi realizada uma pesquisa para saber a interação financeira das mulheres no mundo. Segundo o estudo, as mulheres estão percebendo que suas necessidades financeiras de longo prazo são importantes.

O período de vida está aumentando em todo o mundo, e muitas mulheres esperam viver uma vida longa: 68% das entrevistadas acreditam que viverão mais do que seus cônjuges. Contudo, elas estão delegando as decisões financeiras de longo prazo: em 45% dos casos é o cônjuge que assume o controle das finanças; 33% a mulher assume o controle e em 22% as decisões são compartilhadas igualmente. A maioria das mulheres está altamente envolvida em decisões financeiras de curto prazo: 85% administram as despesas diárias; 83% participam ativamente nas decisões de compra; 80% pagam as contas.

Algumas características da mulher investidora, segundo Warren Buffett

  1. Mulheres, na média, dedicam mais tempo a estudar e conhecer os investimentos que pretendem fazer e buscam mais pontos de vista que desafiem suas concepções já formadas.
  2. Mulheres não são tão suscetíveis à pressão do grupo e comportamento de manada como homens, o que resulta num estilo de investimento mais paciente e centrado.
  3. Homens tendem a fazerem trade (comprar e vender ativos no curto prazo) 45% a mais que mulheres e não tem rentabilidade que aguente o custo disso.

Conclusão

Apesar do avanço das mulheres no mercado financeiro nos últimos anos, o número de investidoras ainda é pequeno se comparado a dos homens. Mas, ainda assim é um passo muito importante para a construção de um espaço mais igualitário e acessível.

A participação das mulheres no mercado financeiro tem trazido muitos impactos positivos, não só pelo fato de disseminar conhecimento, mas também por transformar a cultura por vezes machista.

Acreditamos que a tendencia dos próximos anos é vermos cada vez mais mulheres investidoras, com seu jeito cuidadoso, preventivo, planejador e organizado e com alto rigor na hora de correr risco.

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