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Segunda-feira, dia amanhecendo, você levanta pega o celular para ver mercados da Ásia e já fica de sobreaviso. Ato contínuo olha para os mercados da Europa e futuros do mercado americano em forte queda e dá vontade de voltar para a cama. Aí você vai pesquisar e vê que o medo da pandemia está de volta na aversão ao risco dos investidores. Como grande trauma do dia, a notícia de que alguns bancos principais do mundo participaram (mais uma vez) de lavagem de dinheiro, coisa antiga, porém com grande possibilidade de arrastar ativos em queda. Querem ver, o petróleo com queda de mais de 5%, dólar se fortalecendo com refúgio contra aversão e até o ouro em queda.

E não deu outra. Bolsas da Europa encerrando com quedas superiores a 3,0%, mercados americanos com perdas maiores que 2,0%, e a Bovespa em dia de vencimento de opções para o prazo setembro, que poderia ser dia de recuperação chegando ao patamar de 95.000 pontos. Tudo isso numa semana que promete ser intensa em termos de indicadores e posicionamentos, começando pelo discurso de abertura da assembleia da ONU pelo presidente Bolsonaro, muito pressionado internacionalmente para preservação do meio ambiente, justo quando o bioma do pantanal arde e espalha suas cinzas pela atmosfera.

Nos EUA, o índice nacional de atividade calculado pelo FED de Chicago para agosto mostrou queda para 0,79 pontos, vindo de anterior em 2,54 pontos. O secretário de Trump Kudlow disse que o novo pacote fiscal perdeu ímpeto, mesmo com o governo aberto para negociações. O presidente do FED de Dallas Kaplan disse que juros baixos podem ser necessários por três anos, mesma estimativa feita por agentes do mercado após fala do presidente Jerome Powell na semana passada. Os Democratas apresentaram proposta de financiamento temporário do governo para evitar shutdown, depois do encerramento do ano fiscal em setembro.

Já sobre a manipulação de recursos ilícitos por grandes instituições, as estimativas dão conta de volumes da ordem de US$ 2,0 trilhões, mesmo depois do governo americano dizer que iria punir. Segundo o noticiário instituições como HSBC, JP Morgan, Deutsche Bank e Mellon estariam envolvidas, enquanto aqui não havia nenhuma evidência. Mas ainda assim as instituições locais sofreram impacto.

No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY pouco antes do encerramento mostrava queda de 4,77%, com o barril cotado a US$ 39,15. O euro era transacionado em queda para US$ 1,175 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 0,66%. O ouro em queda e a prata despencando na Comex e commodities agrícolas em quedas na Bolsa de Chicago. O minério de ferro negociado na China teve madrugada de queda de 4,07%, com a tonelada em US$ 119,82, ajudando a pesar sobre siderurgia e mineração no segmento local.

Aqui a nova pesquisa semanal Focus do Bacen veio com o IPCA em alta para 1,99% para 2020 (anterior em 1,94%), PIB melhorando para -5,05% (de -5,11%) produção industrial encurtando a queda para -6,30% (de -6,90%) e relação dívida/PIB indo para 12,05%. A FGV mostrou a confiança da indústria crescendo 7,2 pontos, para 105,9 pontos, no maior nível em sete anos. O superávit da balança comercial até a terceira semana de setembro estava no ano em US$ 41,07 bilhões. 

O dia foi também de vencimento do mercado de opções para o prazo setembro, com volume de exercício de R$ 10,47 bilhões, sendo R$ 2,2 bilhões em opções de compra e R$ 8,3 bilhões em opções de venda.  O CDS do Brasil chegou a estar subindo para 231 pontos (semana passada abaixo de 200 pontos) e o índice VIX (tido como índice do pânico) no mercado internacional tinha alta de mais de 15%.

No mercado, o dólar encerrou o dia com alta de 0,43%% e cotado a R$ 5,40 (chegou a esbarrar em R$ 5,50), juros longos em alta, e na Bovespa, na sessão de 17/09, os investidores estrangeiros alocaram recursos no montante de R$ 161,3 milhões, deixando o saldo de setembro ainda negativo em R$ 2,01 bilhões e com saídas líquidas em 2020 de R$ 87,37 bilhões.

No mercado acionário, a Bolsa de Londres teve queda de 3,38%, Paris com -3,74% e Frankfurt puxando a queda da região com -4,37%. Madri e Milão com perdas de, respectivamente, 3,43% e 3,75%. No mercado americano, dia de queda do Dow Jones de 1,84% e Nasdaq com -0,13%, ajudado pela Apple. Na Bovespa, queda de 1,32% e índice fechando em 96.990 pontos. Quedas fortes das líderes Petrobras e Vale por conta de desvalorizações nas commodities.

Na agenda de amanhã teremos o indicador de expectativa de inflação pela FGV de setembro e a ata do Copom que manteve a Selic em 2,0%. Nos EUA, as vendas de imóveis usados de agosto, o índice de atividade industrial de Richmond e discursos de Jerome Powell presidente do FED e Charles Evans do FED de Chicago.

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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