– curva de juros steepando fortemente em consequência da absoluta incerteza fiscal. É bem verdade que o teto está, por enquanto mantido, mas a necessidade de um anteparo de defesa contra medidas heterodoxas (leia-se Rodrigo Maia) aumenta a cada dia. Basta lembrar que na sequência do pseudo abandono do renda Brasil (o que a valor de face deveria ser positivo) já surgiu no congresso a saraivada tradicional de necessidade de aumento dos gastos, financiados via mais taxação.

– Ainda assim, a realidade é que o teto não está seguro. Bolsonaro acena constantemente com a vontade de aumentar os gastos. Algumas formas de financiar podem ser positivas, mas pergunta-se obviamente a real possibilidade de que isto seja implementado. Logo, para a frente, a probabilidade de maior pressão no teto é maior do que maior pressão no piso (usando a expressão que PG tanto gosta).

– Soma-se ainda a piora no perfil da dívida e a perspectiva de que o próprio endividamento retira PIB ao longo do tempo. Assim, a DBGG/PIB piora tanto pelo nominador como pelo denominador.

– Os juros baixos são necessários, mas a capacidade de sustenta-los ao longo do tempo é absolutamente questionável.

– Assim, a curva inclinada aperta as condições financeiras no Brasil, tira força da bolsa e enfraquece o real.

– Chamamos atenção ao longo dos últimos meses para situação de cointegração entre Dívida/PIB e incerteza econômica. Parece que é isso que está em jogo: incerteza econômica impacta na decisão dos agentes e reduz consumo e investimento. Ou seja, caeteris paribus, menos PIB.

– Esperamos um equacionamento da situação fiscal do Brasil, mas ela não é inequívoca nem ocorrerá amanhã. Ou seja, o cenário de incerteza persistirá e aumentará ainda mais a necessidade de um pára-choque político contra medidas heterodoxas. Pois, a julgar pelas notícias, Bolsonaro converteu Guedes e não o contrário.

– A âncora do Brasil no momento se chama setor externo. Tanto o monetário do FED como BRL desvalorizado deveriam contribuir para maior estabilização, mas o FED essa semana comunicou mal o que pretende fazer e a recuperação dos dados na economia americana (que até o fed reconhece no SEP) levam a crer que poderia há, ao menos teoricamente, a chance de uma reversão no futuro deste referencial (vide Kaplan dissenter). Point in case da dificuldade de comunicação: 5Y5Y fecha desde quarta-feira.
– Neste cenário, a realização de tech nos EUA, a incerteza do cenário eleitoral (que não se resolve dia 3/11) e o aumento de contaminações na Europa (com risco de novo lockdown no UK) somente atiçam mais a situação.

Felipe Sichel
Estrategista do banco digital modalmais
Fonte: https://www.modalmais.com.br/blog

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