As ações de Petrobras tiveram um dia de forte queda na Bovespa e no mundo, por conta de declarações feitas por Bolsonaro em sua live de toda quinta-feira. Bolsonaro disse que teria consequência nos próximos dias o forte aumento de preços anunciado pela empresa para o diesel e gasolina. Bolsonaro esqueceu que as ações de Petrobras são negociadas e têm investidores em todo o mundo, e também com forte pulverização no mercado local. Isso compromete a imagem do país no exterior. 

Também esqueceu que a empresa não fez nada de errado, já que o momento é de convergência perversa de alta do óleo no mercado internacional e desvalorização do real. Também não fez fé que quem elege e destitui o presidente da empresa é o conselho de administração, muito embora a união ainda tem maioria nesse órgão da administração. Além disso, podemos lembrar o passado caótico da empresa a partir de interferência de outros governantes. 

Resumindo, a fala do presidente mexeu com as ações da empresa e todo o mercado acionário, com o câmbio e também com os juros, sem que se possa atribuir qualquer erro de gestão da Petrobras. Ao contrário, a administração atual vem obtendo sucesso em reorganizar as atividades, ganhar produtividade e competitividade. Querer previsibilidade em dois mercados imprevisíveis como câmbio e petróleo, só fazendo um “colchão” via fundo, mas poderia atuar também com estímulos para renovação da frota e licenciamento. Mexer em impostos cai na lei de responsabilidade fiscal (LRF).   

Com isso, abortamos um dia positivo para os mercados de risco em todo o mundo. Tivemos boas notícias com declarações dos principais dirigentes do mundo sobre clima e necessidade de cumprir metas do acordo climático de Paris, mas o principal foi mesmo a reintegração dos EUA ao acordo, e também na parceria transatlântica. Todos unidos no G-7 para as disputas duras com a China e empenhados no multilateralismo.

Declarações tranquilizadoras de dirigentes do FED, com John Williams do, FED de NY, dizendo que os EUA ainda estão em buraco profundo, mas os investidores estão olhando para o futuro em recuperação. John Williams diz não estar preocupado com o risco do excesso de estímulo. Nessa linha, o líder dos democratas, Schumer, espera conseguir passar no senado até 14/3, aquele pacote de estímulos encruado.

O relatório do FED da exposição de Jerome Powell no Congresso não trouxe grande novidade a tudo que os dirigentes regionais do FED têm dito, falando das incertezas com a pandemia, vacinação ainda lenta, possível perda para instituições com inadimplência; mas também dizendo que vão manter política acomodatícia até melhorar o emprego e preços.

No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava queda de -2,40%, com o barril cotado a US$ 59,07. O euro era transacionado em alta para US$ 1,21 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 1,30%. O ouro e a prata com altas na Comex e commodities agrícolas com viés positivo na Bolsa de Chicago. O minério de ferro teve dia de queda de 0,86% na China, com a tonelada negociada em US$ 173,55.

Aqui, Bolsonaro voltou a repetir hoje que haverá consequências na Petrobras (portanto de caso pensado), quando o ministro Ricardo Salles cobrou de Paulo Guedes o orçamento para melhorar imagem no exterior. Ainda continua a novela do deputado preso que tira um pouco de foco de questões absolutamente essenciais. 

No mercado, dia de dólar oscilando bastante entre positivo e negativo, para fechar com -1,02% e cotado a R$ 5,385. Na Bovespa, na sessão de 17/2, os investidores estrangeiros alocaram R$ 1,81 bilhão, deixando o saldo positivo de fevereiro em R$ 4,46 bilhões e ingresso líquido no ano de R$ 28,02 bilhões.

No mercado acionário, a Bolsa de Londres encerrou com leve alta de 0,10%, Paris com +0,77% e Frankfurt com +0,77%. Madri e Milão com altas de respectivamente 1,35% e 1,15%. No mercado americano, o Dow Jones fechou estável e Nasdaq com +0,07%. Na Bovespa, dia de queda de 0,64% e índice em 118.430 pontos. 

Nota: devido a curta semana, optamos por não fazer o tradicional resumo, mas abordamos nossa visão sobre a situação da Petrobras.

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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