As manifestações de preocupação com a situação dos emergentes têm crescido bastante, e isso ficou patente na reunião de primavera do FMI que está ocorrendo. Vários representantes abordaram esse tema, assim como a inserção nas mudanças climáticas e emissão de gases. De nossa parte, faz tempo que já tínhamos alertado para o nível de endividamento dos países e empresas, depois de anos seguidos de taxa de juros baixas e abalroados pela pandemia.

A diretora do FMI, Georgieva, falou que a dívida global está próxima de alcançar 100% do PIB e as divergências na recuperação de economias avançadas e emergentes podem não gerar crescimento para compensar o nível de endividamento maior. Raghuram Rajan também abordou o risco de quando a inflação deixa de ser uma ameaça, citando a postura do FED sobre só intervir após ultrapassar a meta de inflação por algum tempo.

Ainda do encontro do FMI o Brasil foi citado algumas vezes por ser, infelizmente, um dos mais afetados pela pandemia e com mais desafios impostos para o futuro. Mas para melhorar um pouco o humor de todos, o FMI alterou como prometido suas projeções de crescimento para melhor. Agora, o PIB global deve crescer em 2021 algo como 6%, de anterior em 5,5%, muito em função da economia americana com expansão de 6,4% (anterior em 5,1%), e China com 8,4% (de 8,1%). A zona do euro deve crescer em 2021 cerca de 4,4% (de 4,2%), Japão com +3,3%, mas tudo com grau de incerteza elevado pela pandemia. O Brasil também mudou para expansão de 3,7% em 2021, de anterior em 3,6%, mas com desemprego de 14,5%.

No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava alta de 1,21%, com o barril cotado a US$ 59,36. O euro era bem transacionado em relação ao dólar e cotado a US$ 1,187, e notes americanos de 10 nos com taxa de juros em boa queda para 1,65%. O ouro e a prata também com boas altas nas negociações da Comex e commodities agrícolas com comportamento positivo na Bolsa de Chicago. O minério de ferro com alta durante a madrugada em Qingdao de 1,44% e com a tonelada em US$ 170,90.

No cenário doméstico, o dia foi de posse dos novos ministros trocados por Bolsonaro, em sessão privada e sem transmissão. Surpreendeu o discurso do novo chanceler falando em abertura da economia para forçar a modernização, interação com o Congresso e elencando três urgências: saúde, economia e desenvolvimento sustentável. Disse que a função de diplomatas é construir pontes de integração. Uma antítese a seu predecessor. Bolsonaro também tem alguns dias para negociar e aprovar ou vetar parte do orçamento de 2021, o que deixa os investidores estressados. Além disso, Bolsonaro conversou hoje com Putin, da Rússia, sobre a vacina Sputnik ser fabricada no Brasil.

Ao longo do dia tivemos exposições de Roberto Campos Neto e Paulo Guedes explicando pressões inflacionárias (dólar valorizado e commodities, basicamente) e a mudança de visão do Copom sobre juros. Campos Neto disse que o Brasil precisa transmitir credibilidade e citou que há grande coordenação da política fiscal e monetária em diversos países. Guedes disse que vai retomar reformas e abrir a economia e que conseguimos alguns avanços importantes mesmo durante a pandemia, citando a independência do Bacen em tempos de alta dos preços. Reafirmou que a recuperação terá que vir do setor privado.

Já o IIF (Institute of International Finance), disse que o Brasil é vulnerável a alta dos juros dos títulos americanos e que o risco de rolagem da dívida doméstica é alto. Segundo o IIF, cumprir regras fiscais exigir anos de cortes duros de gastos.

No mercado, dia de dólar em boa queda de 1,41% e cotado no encerramento em R$ 5,60. Na Bovespa, na sessão de 1/4, os investidores estrangeiros voltaram a sacar recursos no montante de R$ 937,4 milhões, deixando o saldo do ano ainda positivo em R$ 11,22 bilhões. Porém, temos que considerar que em fevereiro e março, saíram recursos no montante de R$ 15,9 bilhões.

No mercado acionário, volta do feriado prolongado na Europa, a Bolsa de Londres terminou com alta de 1,28%, Paris com +0,47% e Frankfurt com +0,70%. Madri e Milão com altas de respectivamente 0,66% e 0,21%. No mercado americano, realizações depois de recordes batidos, o Dow Jones terminou com -0,29% e Nasdaq com -0,05%. Na Bovespa, dia de oscilações mais modestas e Ibovespa fechando com -0,02% e índice em 117.498 pontos. Máxima do dia atingindo 118.212 pontos.

Na agenda de amanhã, teremos a divulgação do IGP-DI, o IC-Br das commodities e as vendas de veículos; todos do mês de março. Sai também o fluxo cambial da semana anterior. Nos EUA, o saldo da balança comercial de fevereiro, a ata da última reunião do FED, os estoques de petróleo da semana anterior, o crédito ao consumidor de fevereiro e discursos de dirigentes do FED.

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