Com o importante feriado americano do Dia de Ação de Graças, os mercados trabalharam diante de grande morosidade, baixa liquidez e formação deficiente de preços. Amanhã não será muito diferente disso, em função da extensão do feriado e a grande liquidação Black Friday que movimenta o comércio global, especialmente o americano.

O dia foi de fracas oscilações nos mercados da Europa, índices futuros americanos encerrando mais cedo e também com pequenas variações. Apenas o petróleo, depois de intenso rali de recuperação mostrou queda mais acentuada, mesmo considerando que a OPEP+ (inclui a Rússia e outros) deve estender o corte de produção de seus membros e Líbia ampliando um pouco.

Hoje tivemos a divulgação da ata da última reunião do BCE (BC europeu) expressando que renovação das medidas de lockdown mexeram com os preços dos ativos e devem recalibrar os instrumentos de política monetária já em dezembro. Com isso, sinalizaram que podem ampliar a compra de títulos, e os juros por lá estiveram em queda. Ainda na região, a Hungria confirmou que tem o apoio da Polônia para vetar o orçamento da União Europeia, situação que vem se arrastando.

Ainda sobre a ata do FED divulgada ontem, ficou o recado que podem aumentar a compra de títulos para dar mais funcionalidade ao mercado e aguardam o acordo sobre novo pacote de estímulo fiscal. Na China, o PBOC (BC chinês) diz que vai tornar a política monetária mais flexível e direcionada. Li Keqiang fala isso faz tempo, mas sem a pressão de Trump, pode ser efetivada.   

O primeiro-ministro Boris Johnson ampliou as restrições na Inglaterra para conter o vírus da covid-19. No mercado internacional, o petróleo WYTI negociado em NY mostrou queda de 1,58%, com o barril cotado a US$ 44,99. O euro era transacionado praticamente estável em US$ 1,191 e o ouro mostrou alta e a prata queda na Comex. Commodities agrícolas sem negociações. Porém, o minério de ferro na China (Qingdao) registrou alta durante a madrugada de 0,77%, com a tonelada em US$ 128,39. O cobre foi na mesma direção com forte demanda chinesa.

Aqui, a Petrobras anunciou seu plano estratégico 2021/25, com investimentos de US$ 55 bilhões, mantendo o discurso de melhorar a lucratividade, de remuneração dos acionistas e pegada ESG. Foi bem avaliado pelos investidores, mas a queda do petróleo no mercado internacional inibiu reação. A Fiesp é que anunciou que as vendas reais da indústria em outubro encolheram 0,4%.

O Tesouro divulgou a estimativa de dívida bruta no final do ano de 96% do PIB para 94,4%, lembrando que no final de 2019 estava em 75,8% do PIB. O secretário Bruno Funchal manteve a toada de seu discurso dizendo que o país tem posição fiscal frágil, incluindo políticas sociais.

Mas hoje, o Tesouro foi bem-sucedido na colocação de títulos.

O Tesouro também anunciou que o governo central teve déficit de R$ 3,56 bilhões em outubro, acumulando déficit nos primeiros 9 meses do ano de R$ 681 bilhões e em 12 meses de R$ 725,6 bilhões, algo como 9,8% do PIB. As receitas de outubro cresceram 9,6% contra igual período de 2019, enquanto as despesas com +21,8%. As despesas sujeitas ao limite do teto de gastos crescem 5%, quando o limite é de 6%. O empoçamento de outubro estava em R$ 34,7 bilhões. Os números vieram melhores que o esperado, mas não muda a situação fiscal complicada.

O Caged de outubro (Cadastro Geral de Emprego e Desemprego) mostrou saldo líquido de vagas criadas de 395 mil e o ministro Paulo Guedes disse que podem terminar o ano sem contração. O segmento de Serviços foi destaque com 156,8 mil vagas criadas. O vice-presidente Mourão é que parece querer comprar outra briga com Jair Bolsonaro, ao declarar que a estratégia chinesa representa oportunidade para ampliar relações econômicas com o país.

No mercado, dia de dólar em alta de 0,35% e cotado no encerramento em R$ 5,336. Na B3, na sessão de 24/11, os investidores estrangeiros voltaram forte a alocar recursos no montante de R$ 2,76 bilhões, deixando o saldo positivo de novembro em R$ 29,5 bilhões e 2020 ainda com saídas líquidas de R$ 55,41 bilhões, lembrando que já esteve próximo de R$ 90 bilhões em setembro.

No mercado acionário, dia de queda da Bolsa de Londres de 0,44%, Paris com -0,08% e Frankfurt com -0,02%. Madri e Milão também com perdas de respectivamente 0,74% e 0,46%. O futuro do Dow Jones com -0,16% e o Nasdaq com +0,01%. Na Bovespa, dia de queda e índice lutando para permanecer acima de 110 mil pontos. Destaque positivo novamente para Vale e siderúrgicas. Na agenda de amanhã teremos o IGP-M de novembro, dados da PNAD contínua do trimestre fechado em setembro, a nota de política monetária, e resultado primário do governo central de outubro. Além disso, a bandeira tarifária para dezembro

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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