Mercado supera notícias ruins

O dia se avizinhava como desfavorável para os mercados de risco desde a noite anterior, quando o preço do barril de petróleo despencou mais de 5%, por conta da negativa da Arábia Saudita em participar de reunião para buscar consenso sobre produção e preço do óleo no mercado internacional. Ao contrário disso, na manhã de hoje ainda afrontou dizendo que produziria ainda mais.

Mas os americanos tiveram uma postura mais séria com relação ao distanciamento social, prorrogando até 30/4, mais testes diários de infestação (Trump anunciou 50mil/dia) e o secretário do Tesouro Mnuchin dizendo que com grande rapidez os recursos chegarão a população de vulneráveis. Também tivemos a notícia do PBOC (BC chinês) de redução dos juros para operações de recompra reserva para 2,2%, de anterior em 2,4%.

Na Alemanha, a inflação medida pelo CPI (consumidor) de março foi de +0,1% e no comparativo anual com +1,4%. Nos EUA, o índice de atividade industrial de Dallas encolheu bastante em março para -35,3 pontos, vindo de anterior em +16,4 pontos. Já as vendas pendentes de imóveis cresceram 2,4% em fevereiro de previsão em +0,5%. Bullard do FED de St. Louis, disse que o objetivo de comprar ativos é a retomada do bom funcionamento dos mercados e que trabalha com juros baixos por bastante tempo.

No segmento local, a nova pesquisa semanal Focus do Bacen mostrou inflação em 2020 caindo para 2,94% e em 2021 em 3,57%. A taxa de juros Selic também em queda para 3,50% e PIB encolhendo 0,48%, de anterior em +1,48%. A Produção industrial do ano também reduzindo expansão para 0,85% e superávit da balança comercial de US$ 35 bilhões. Segundo a Focus o déficit nominal de 2020 deve chegar a 6%, em alta, mas tanto esse indicador como o PIB devem piorar mais nas próximas semanas.

Já o déficit do governo Central de fevereiro foi de R$ 25,86 bilhões. Boa parte do déficit mensal se deve a repartição de recursos com entes federativos. O déficit de fevereiro do INSS foi de R$ 18,27. Foi o pior mês de fevereiro desde 2017 e a insuficiência para a regra de ouro está em R$ 354,3 bilhões, devendo chegar a 6% em alta, mas tanto esse indicador como o PIB devem piorar mais nas próximas semanas.

Aliás, o secretário do Tesouro Mansueto de Almeida disse ser importante separar o déficit circunstancial determinado pelo coronavírus do déficit estrutural. Falou também ser importante a decisão do ministro Paulo Guedes se a ajuda na folha de pagamento será maior que os R$ 34 bilhões previstos. Mansueto ainda adverte que o déficit primário irá aumentar muito nos próximos 3w ou 4 meses e deve ser maior que R$ 350 bilhões, também por conta de frustração de receitas.

Fato é que as moedas do Brasil, México e Rússia são as que mais desvalorizaram recentemente. A S&P prevê que o PIB do Brasil irá encolher 0,7% em 2020, mas comedida que muitas outras avaliações.

No mercado, dia de DIs com juros em alta para os principais vencimentos e dólar operando com alta de 1,53% e cotado a R$ 5,18, mesmo com o Bacen tendo atuado na venda de posição à vista de US$ 625 milhões. Na Bovespa, na sessão de 26/3, os investidores estrangeiros voltaram a sacar recursos no montante de 740 milhões, deixando o saldo negativo de março em R$ 21,3 bilhões e o ano com saídas líquidas de 61,4 bilhões.

No mercado acionário, de alta de 0,97% para a Bolsa de Londres, Paris com +0,62% e Frankfurt com +1,90%. Madri com queda de 1,74% e Milão com alta de 0,30%. Nos EUA, dia de Dow Jones com +3,19% e Nasdaq com +3,62%. Na Bovespa, alta de 1,65% e índice em 74.639 pontos.

Na agenda de amanhã, teremos a confiança empresarial de março pela FGV, dados da PNAD contínua do trimestre encerrado em fevereiro e a nota de política fiscal de fevereiro. Nos EUA, os preços Case-Shiller de imóveis residenciais e a confiança do consumidor do Conference Board de março.

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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