O mercado local perdeu um pouco de tração. Isso é fácil de constatar, pois, estamos oscilando nessa faixa ao redor de 101 mil pontos do Ibovespa desde meados de julho. Uma parte da explicação fica por conta de investidores locais dando saída para investidores estrangeiros. Outra por conta do volume de IPOs e Follow-ons ocorridos e anúncios de outros, retirando pressão do mercado secundário (Anbima anotou em julho R$ 34 bilhões em renda fixa e variável) e também pela preocupação dos investidores com o desempenho de nossas contas públicas.

Tudo isso, sem contar todos os problemas externos de nova contaminação pela covid-19, as relações diplomáticas deterioradas entre EUA e China e dificuldades de aprovar novos pacotes de estímulo fiscal. Resultado, o fluxo de recursos carreado para os mercados foi reduzido e já tínhamos alertado sobre a rotação de ativos que tiveram boa valorização, por outros que tinham ficado atrasados, mas que agregam maior volume de risco.

Na semana passada, a Bovespa registrou queda, enquanto o Dow Jones e Nasdaq seguiam em alta e hoje lutamos quase todo o dia para permanecer no campo positivo, enquanto Bolsas da Europa fechavam em forte alta e mercado americano (exceto Nasdaq) operando também no positivo. No final da sessão, o mercado americano também perdeu tração e encerrou com quedas.

Na China, novos empréstimos de julho caíram quase pela metade ao atingir US$ 142,8 bilhões, enquanto as vendas de veículos de julho observavam expansão de 16,4%, em alta pelo quarto mês seguido. Na Rússia, o PIB do segundo trimestre mostrou contração de 8,5% anualizada e na Nova Zelândia, na região de Auckland, foi determinado novo lockdown, depois de novos casos.

Já o presidente Trump declarou que não conversa com o presidente da China, Xi Jinping há bastante tempo e, que, o acordo comercial com a China significa muito pouco, fazendo novas críticas. No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava perdeu na parte da tarde toda alta da manhã e operava próximo da estabilidade, com o barril cotado a US$ 41,94.

Hoje teremos a divulgação dos estoques da API e amanhã do departamento de Energia americano. O euro era transacionado em leve alta para US$ 1,175 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 0,65%. O ouro e a prata com quedas enormes e realização de lucros recentes na Comex perdiam respectivamente 5,36% e 12,84%, e commodities agrícolas com comportamento misto na Bolsa de Chicago. O minério de ferro na China teve mais um dia de alta de 1,55% e tonelada fechando em US$ 121,09, mas não foi suficiente para segurar as ações da Vale em alta.

No segmento doméstico, logo cedo, tivemos a divulgação da ata do Copom seguindo os termos do comunicado pós reunião da semana passada, quando reduziu a Selic para 2%. Repete que há pouco espaço para quedas de juros, mas não antevê redução do grau de estímulo apesar do balanço de riscos. Reforça o ponto da necessidade de manter reformas estruturantes e que, com a crise, a posição desinflacionária pode durar. As opiniões se dividiram entre manter Selic em 2% até o final do ano, ou incorporar mais uma queda depois de setembro.

O IBGE anunciou que a produção industrial de junho cresceu em 14 de 15 atividades consideradas, mas no comparativo com igual período de 2019 houve queda em 12 atividades. O IBGE também mostrou a estimativa de safra 2020 em 250,5 milhões de toneladas de grãos, com expansão de 3,8% e área plantada expandindo 2,6%, para 64,9 milhões de hectares.

O conselho curador do FGTS aprovou a distribuição de R$ 7,5 bilhões de lucros aos trabalhadores e isso representa uma rentabilidade de 4,9%. Ao final de dezembro, o FGTS estava com R$ 422,2 bilhões. No mercado, dia de dólar encerrando com -1,28% e cotado a R$ 5,40. No mercado acionário, dia de alta de 1,71% para a Bolsa de Londres, Paris com +2,41% e Frankfurt com +2,04%. Madri e Milão com altas de respectivamente 2,97% e 2,84%. No mercado americano, dia de Dow Jones com -0,38% e Nasdaq com -1,69%. Na Bovespa, o dia foi de queda de 1,23% e índice em 102.174 pontos.

Na agenda de amanhã teremos as vendas no varejo de junho e o fluxo cambial da semana anterior. Nos EUA, a inflação pelo CPI (consumidor) de julho, o resultado fiscal de julho e estoque de petróleo na semana anterior. Na sequência, discursos de dirigentes regionais do FED.

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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