Mais um dia positivo em alguns dos principais mercados acionários, mas, via de regra, com pouca tração. Por aqui, os investidores lastrearam a alta no processo de pacificação entre Rodrigo Maia e Paulo Guedes, num guisado de bode ontem à noite, quando Maia pediu desculpas ao ministro pelos excessos cometidos. No exterior, investidores otimistas com Trump sem sintomas mais graves e querendo voltar ao salão oval. Além disso, declarações sobre novos estímulos por parte de Lagarde, presidente do BCE (BC europeu).

Mesmo com tudo isso, não podemos dizer que o dia foi muito firme, e houve alternância de sinais em vários mercados ao longo da sessão.

Nos EUA, soou como combinação as declarações de dirigentes do FED sobre a necessidade de novos estímulos fiscais, inclusive por parte do presidente Jerome Powell. Powell destacou a importância de novos estímulos, pois a economia denota alguma perda de fôlego, e acrescenta que a retomada está sendo incompleta e com riscos. Diz que os preços podem subir moderadamente e a inflação pode ficar acima de 2% por um tempo.

Já Christine Lagarde indica que pode adotar ainda maior flexibilização e cortes de juros. Fala também em recuperação incompleta (serviços fracos), incerta e desigual. Discurso muito semelhante ao de Powell e Harker do FED de Filadélfia. Por outro lado, Nancy Pelosi, presidente da Câmara e Mnuchin, secretário do Tesouro, seguem conversando sobre pacote de estímulo fiscal. Porém, no final da tarde Trump deu uma declaração instruindo os Republicanos a suspenderem negociações sobre pacote fiscal até depois das eleições e rejeitou proposta de Democratas. Os mercados inverteram a tendência de alta. O interessante disso é que Trump pode até ganhar as eleições e perder a maioria no Senado.

Ainda nos EUA, o saldo da balança comercial de agosto mostrou déficit de US$ 67,1 bilhões, com importações expandindo 3,2% e exportações maiores em 2,2%. O relatório Jolts mostrou queda na criação de vagas para 6,5 milhões, de anterior em 6,7 milhões. Tivemos ainda leilão de T-notes de três anos com demanda acima da média e yield de 0,191%.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) disse ser possível ter vacina até o final do ano. No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY teve dia de nova recuperação forte, baseado no fortalecimento do furacão Delta que está no Golfo do México. O óleo era negociado em alta de 2,17%, com o barril cotado a US$ 40,07. O euro era transacionado em leve alta para US$ 1,175 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 0,74%. O ouro e a prata com quedas na Comex e commodities agrícolas com comportamento de alta na Bolsa de Chicago. O minério de ferro segue sem negociar por conta de feriado prolongado na China.

No segmento doméstico, o vetor principal foi mesmo a pacificação entre Rodrigo Maia e Paulo Guedes e a notícia de que Bolsonaro colocará ordem na casa na reunião ministerial de hoje. O Congresso nacional agendou que vai analisar os vetos do presidente Bolsonaro somente em 4/11, inclusive os da desoneração da folha de pagamentos. Alcolumbre, presidente do Senado, cancelou pela segunda vez a instalação da CMO (Comissão Mista do Orçamento) no Congresso.

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) divulgou que o faturamento real em agosto expandiu 2,3% e já recupera 37,9% desde o mês de maio. No mercado, dia de dólar oscilando bastante e chegando na mínima de R$ 5,47, para fechar com +0,50% e cotado a R$ 5,595.

No mercado acionário, dia de alta de 0,12% para a Bolsa de Londres, Paris com +0,48% e Frankfurt com +0,61%. Madri e Milão com altas de respectivamente 1,44% e 0,85%. No mercado americano, muita oscilação entre positivo e negativo, com o Dow Jones encerrando com -1,34% e Nasdaq com -1,57%. Na Bovespa, dia também de muitas oscilações e encerramento em queda de 0,49% e índice em 95.615 pontos. Máxima do dia chegando a atingir 97.404 pontos.

Na agenda cheia de amanhã teremos a FGV mostrando indicadores do mercado de trabalho e o IGP-DI de setembro, o IC-Br de setembro (commodities) e o fluxo cambial da semana anterior. Nos EUA, o volume de hipotecas MBA do início de outubro, os estoques de petróleo na semana anterior e crédito ao consumidor de agosto. O dado mais importante será a ata da última reunião do FED e muitos discursos de dirigentes do FED.

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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