Os juros dos treasuries seguem estressando os investidores, por mais que a economia americana continue a mostrar boas indicações.  Mais ainda com a expectativa de divulgação do pacote de infraestrutura de mais de US$ 3 bilhões que Biden pretende anunciar amanhã. Já aqui, o câmbio, a covid-19 e o descontrole fiscal espanta os investidores, mas, ainda assim, a Bovespa conseguiu emplacar o quarto pregão seguido de alta, mesmo com o dólar açoitando a cotação de R$ 5,80 novamente.

No exterior, a Alemanha anunciou que os trabalhadores da indústria receberão “corona bônus” de 500 euros a partir de julho. Ainda na Alemanha, a inflação de março preliminar foi de 0,5%, com a taxa anual de 1,7%. Na Turquia, o vice-presidente do banco central pediu demissão e a lira turca voltou a cair no mercado internacional. Já o Banco Mundial quer reformas fiscais que ajudem a sustentabilidade florestal no pós-pandemia.

Nos EUA, a confiança do consumidor do Conference Board de março subiu para 109,7 pontos de previsão em 96,8 pontos. O que está preocupando também é o pacote de infraestrutura, com declarações de que quer elevar impostos corporativos de 21% para 28%, tributar lucro de subsidiárias estrangeiras, taxar ganhos de capital dos mais ricos e ampliar o imposto de renda. Tudo para tentar arrecadar algo como US$ 1,8 trilhão. Mas o FMI diagnostica que a recuperação está mais forte nos EUA e na China.

Aliás, o FMI revisará suas previsões de crescimento global para melhor na próxima semana. Entende que a base está mais firme para recuperação com vacinação, mas existe ainda perigo. Estima que a renda per capita de países desenvolvidos deve cair 11% em 2022 e que nos emergentes isso deve ficar em 20%.

Hoje tivemos também declarações de dirigente do FED, dizendo que a covid-19 destacou a vulnerabilidade do setor financeiro ao risco operacional, mas, Bostic, do FED de Atlanta, acredita em rápida recuperação do emprego. No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY teve dia de queda de 1,98%, com o barril cotado a US$ 60,34. O euro era transacionado em queda para US$ 1,17 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 1,73%. O ouro e a prata com fortes quedas na Comex e commodities agrícolas com perdas na Bolsa de Chicago, lastreada em desaceleração na China.

No segmento doméstico, a inflação segue dando as caras. O IGP-M de março subiu para 2,94%, com a inflação em 12 meses atingindo 31,10%, a maior alta desde maio de 2003. Já o IPP de fevereiro (preço do produtor) subiu 5,22% (anterior em 3,55%), acumulando em 12 meses, alta de 28,58%. Também tivemos o anúncio do déficit do governo central em fevereiro de R$ 21,2 bilhões e no bimestre superávit de R$ 22,3. O déficit do INSS de fevereiro foi de R$ 18,6 bilhões e o déficit do governo central em 12 meses atinge 9,9% do PIB.

Novamente o ministro Paulo Guedes foi comemorar em coletiva os dados do Caged com a criação líquida de 401,6 mil vagas formais, liderada pelo setor de serviços, mas com todos os setores positivos. Ocorre que a metodologia foi modificada e economistas alertaram que os dados da PNAD possuem maior coerência com a situação da economia. O presidente do Bacen também fez discurso super otimista e ajudou na melhora dos mercados. Situou a alta da inflação em grande parte pelos preços das commodities e o câmbio.

Já Bolsonaro, com Brasília fervilhando pela demissão conjunta dos militares do Exército, Marinha e Aeronáutica, voltou a declarar na saída do Planalto que “eu não fecho nada”. Bolsonaro também sancionou lei criando o Fundo de Investimentos do Agronegócio. Resta ver qual será a saída para as pedaladas, o mais provável é que o relator retire emendas.

No mercado, muitas oscilações ao longo do dia em função do clima no governo e militares, na véspera de 31/3, data da revolução de 1964. Na Bovespa, na sessão de 26/3, os investidores estrangeiros voltaram a sacar recursos no montante de R$ 857,4 milhões, deixando março com saídas líquidas de R$ 4,97 bilhões e o ano ainda com ingressos da ordem de R$ 11,8 bilhões.

No mercado acionário, dia de alta de 0,53% na Bolsa de Londres, Paris com +1,21% e Frankfurt com +1,29%. Madri e Milão com valorizações de respectivamente 1,21% e 0,88%. No mercado americano, dia de Dow Jones com -0,21% e Nasdaq com -0,11%. Na Bovespa, alta de 1,24% e índice em 116.849 pontos.

Na agenda de amanhã terem os dados da PNAD contínua de janeiro, a nota de política fiscal de fevereiro e o fluxo cambial da semana anterior. Nos EUA, teremos a pesquisa ADP sobre criação de vagas no setor privado (que antecede o Payroll de sexta-feira com feriado no Brasil), as vendas pendentes de imóveis de fevereiro e os estoques de petróleo e derivados da semana anterior. Durante a noite, o PMI industrial da China em março.

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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