Hoje, foi o dia da verdade para os mercados no Brasil tendo que se ajustar para a decisão do Copom de cortar juros em 0,75, colocando a Selic em 3%, e ainda abrindo espaço para mais um corte na próxima reunião, que pode ser de igual tamanho. Também foi o dia de declarações realistas de formadores de opinião sobre a situação do Brasil e do mundo.

Logo cedo tivemos o anúncio dos pedidos de auxílio-desemprego na semana anterior nos EUA com queda de 677 mil, para 3,17 milhões de pedidos, mas ainda assim é maior que o previsto. Também tivemos o secretário de Trump, Mike Pompeo voltando a criticar a China por ainda se recusar a compartilhar dados e informação sobre o Covid-19, com falta de transparência. Já o FMI divulgou que 100 países já pediram recursos ao órgão para atravessar a crise.

A presidente do FED de São Francisco, Mary C. Daly, também jogou um pouco de água fria, dizendo que os empresários não esperam uma recuperação do país em “V”. O BIS (banco central dos bancos centrais) declarou que os mercados estão preocupados com as condições de financiamento dos bancos no longo prazo.

Sobre as eleições americanas, a assessoria de Biden diz que o candidato tem que se aproximar dos jovens e latinos para herdar o legado de Sanders. No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY perdeu toda a alta do início da manhã, engatando queda de 1,42%, com o barril cotado a US$ 23,65. O euro era transacionado em alta para US$ 1,082 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros em queda para 0,63%. O ouro e a prata com fortes altas na Comex e commodities agrícolas com altas na Bolsa de Chicago.

No cenário local, a hora da verdade. O co-presidente do Itaú, Roberto Setúbal deu declarações duras e realistas sobre o futuro do Brasil, reforçando que perseguir as reformas mais para frente é essencial e que os investimentos têm que voltar. Acrescentou que aumento de salário para servidores públicos é alienação total. Do lado político, o presidente da Câmara destacou o conflito entre o presidente Bolsonaro e a equipe econômica por conta do socorro aos Estados.

Declarações também do vice-presidente Mourão de que esse governo foi eleito para zerar o déficit fiscal em quatro anos e atacar a baixa produtividade numa plataforma liberal que deve retornar quando emergirmos da crise. Diz que vão manter a regra de ouro e voltar com as reformas. Bolsonaro, o ministro Paulo Guedes e empresários estiveram com o ministro Toffoli para encontro.

Paulo Guedes vinha sendo muito comentado que poderia se afastar do governo pela decisão do legislativo de ampliar categorias que não teriam salários congelados. Pois bem, Guedes pediu que acatem salários sem reajustes até dezembro de 2021 e disse que o presidente vetará os aumentos na sanção do socorro. Bolsonaro confirmou isso e Mourão já tinha dito antes que não havia recursos para tal. Bolsonaro disse não haver mais espaço para postergar a abertura da economia.

Na Petrobras, o presidente Castelo Branco conversou com funcionários dizendo que a empresa terá que se adequar para preço do petróleo em US$ 40, e que vão fazer mais cortes de custos. Já a poupança anunciou que em abril houve captação positiva de R$ 30,5 bilhões, deixando o ano de 2020 positivo em R$ 26,7 bilhões.

No mercado, investidores tiveram que ajustar expectativas para a decisão do Copom de ontem e também para os ruídos políticos. Com isso, os DIs tiveram dia de queda e o dólar subiu forte (no exterior em queda), mesmo com o Bacen fazendo operação nova de swap cambial. O dólar encerrou o dia com alta de 2,43 e cotado a R$ 5,84.

No mercado acionário, dia de alta da Bolsa de Londres de 1,40%, Paris com +1,54% e Frankfurt com +1,44%. Madri e Milão registraram altas de respectivamente 1,02% e 0,50%. No mercado americano, o Dow Jones com +0,89% e Nasdaq com +1,41%. Na Bovespa, muita oscilação durante todo o dia entre positivo e negativo, para fechar com -1,20% e índice em 78.118 pontos.

Na agenda de amanhã, teremos o anúncio do IGP-DI de abril e a inflação oficial de abril pelo IPCA. Nos EUA, o dado principal será o Payroll de abril com a criação de vagas nos setores público e privado e a taxa de desemprego.

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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