A pandemia de covid-19 não deixou de assustar desde o início do ano, mas agora volta com força em diferentes países da Europa e também na Ásia e nos EUA. Durante o final de semana tivemos relatos de recorde de contágio pela Europa e também nos EUA, com fechamento de mercados, estado de emergência e possibilidade de novos decretos de lockdown. Isso afetou a precificação dos ativos nos mercados de risco, como já vínhamos alertando.

De outra feita, os investidores também bastante preocupados com as divergências sobre pacote fiscal nos EUA, apesar de estar prevista nova conversa entre a presidente da Câmara americana, Nancy Pelosi e o secretário do Tesouro, Mnuchin. Talvez não seja possível ter o acordo antes das eleições, mas pode haver espaço para que aconteça logo em seguida. Sabemos que a Casa Branca já aceita um pacote de US$ 1,9 trilhões, mas se discute sua abrangência.

Já Angela Merkel, primeira-ministra da Alemanha, disse hoje que terão meses difíceis pela frente com a segunda onda de covid-19. O Bundesbank (BC alemão), projetou crescimento mais lento no quarto trimestre do ano, mas ainda assim de expansão. Já o presidente Donald Trump, estimou que terá 100 milhões de doses de vacinas até o final do ano. Nos EUA, as vendas de imóveis novos de setembro encolheram 3,5%.

A China é que anunciou sanções contra empresas de mídia estabelecidas no país, em represália ao anúncio idêntico feito pelos EUA contra chineses. Ao que parece, a “guerra fria” está crescendo entre os dois países. Falando nisso, inclusive com certo alerta para o Brasil, a OCDE-Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico disse ser importante organizar de forma cuidadosa o leilão de 5G, para garantir a competitividade entre as empresas fornecedoras.

No mercado internacional, o petróleo WTI teve dia de forte queda em função da covid-19 ampliando contaminação e possível descompasso entre oferta e demanda, mesmo com a Rússia concordando, aparentemente, em manter corte de produção também em 2021. O petróleo WTI negociado em NY mostrava queda de 3,29% e com o barril cotado a US$ 38,54. O euro era transacionado em queda para US$ 1,18 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 0,80%. O ouro e a prata com quedas na Comex e commodities agrícolas com viés mais para positivo. O minério de ferro é que teve nova queda de 0,84%, com a tonelada fechando em US$ 114,63.

No segmento doméstico, a nova pesquisa semanal Focus do Bacen veio mostrando a inflação oficial em alta para 2,99%, de anterior em 2,65%, com alta também para 2021 de 3,10%. A taxa Selic de 2021 também subiu para 2,75% (anterior em 2,50%), mas o PIB previsto para o ano melhorou para queda de 4,81% (de -5%) e a produção industrial com queda de 5,90% (de -5,98%). Taxa cambial também em alta para R$ 5,40 e superávit da balança comercial em US$ 58 bilhões.

O Bacen também anunciou o estoque de crédito subindo para R$ 3,81 trilhões, com expansão de 1,9% em setembro e inadimplência no crédito livre caindo para 3,1% (de 3,3%). Em 12 meses, em função da pandemia, o crédito mostra expansão de 13,1%, e subiu a participação no PIB para 52,8%. O endividamento das famílias estava em julho em 47,5%, considerando o crédito imobiliário.

No mercado, dia de dólar em queda de 0,19% e cotado a R$ 5,617. Na Bovespa, na sessão de 22/10, os investidores estrangeiros sacaram recursos no montante de R$ 112,34 milhões, deixando o saldo de outubro ainda positivo em R$ 2,78 bilhões e o ano de 2020 com saques líquidos de R$ 84,97 bilhões.

No mercado acionário, dia de queda da Bolsa de Londres de 1,16%, Paris com perda de 1,90% e Frankfurt em queda livre de 3,71%. Madri e Milão com perdas de respectivamente 1,40% e 1,76%. No mercado americano, o Dow Jones com queda de 2,29% e Nasdaq com -1,64%.

Na Bovespa, chegamos a perder temporariamente o patamar de 100 mil pontos, para fechar com queda de 0,24% e índice em 101.016 pontos.

A agenda da semana está lotada de eventos e resultados de empresas importantes do terceiro trimestre, com capacidade de mexer com os mercados. Amanhã teremos o IPC da Fipe da terceira quadrissemana de outubro, o INCC de outubro e a confiança do segmento de construção. Saem também a nota de mercado aberto e o relatório da dívida pública de setembro e leilão de NTN-B. Nos EUA, as encomendas de bens duráveis de setembro, a confiança do consumidor do Conference Board de outubro e o índice da atividade industrial de Richmond.

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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