A inflação medida pelo PCE em maio surpreendeu marginalmente para cima as expectativas do mercado. Ainda assim, o índice subjacente alcançou a menor marca na variação em 12 meses desde 2011.
PCE Deflator maio (MoM): 0.096% (esperado: 0.0%; anterior: -0.459%)
PCE Deflator maio (YoY): 0.549% (esperado: 0.5%; anterior: 0.551%)
PCE Core maio (MoM): 0.095% (esperado: 0.0%; anterior: -0.391%)
PCE Core maio (YoY): 1.021% (esperado: 0.9%; anterior: 1.043%)
As variações em três meses anualizadas demonstram de forma evidente a perda de momento nos índices de preço em consequência da pandemia: o headline variou -1.6% (anterior: -0.2%) nesta métrica, enquanto o core registrou queda de -0.6% (anterior: 0.7%).
Por componentes, vemos queda de -2.1% (YoY) nos bens, enquanto serviços expandiram 1.8% (YoY). Bens duráveis mostraram aceleração no mês de 0.152%, mas a leitura anual segue indicando -2.65%. Evidentemente, o cenário para a inflação permanece benigno.
Personal Income mostrou queda de -4.2% no mês de maio, consequência principalmente da redução de benefícios governamentais para compensar o impacto da pandemia. Por outro lado, o aumento de seguros desemprego compensou parte da retirada dos auxílios emergenciais.
Finalmente, personal spending aumentou de forma significativa em 8.2% em consequência da reabertura e da demanda represada. Ainda assim, fica evidente o impacto econômico da retração do consumo quando observamos a variação trimestral anualizada em -40.4%.
De forma geral, o dado de inflação reforça a posição do FED de perseguir postura monetária expansionista, enquanto os dados de receitas e despesas refletem a forte volatilidade associada ao comportamento do consumidor ante o choque do COVID19 e os planos de assistência governamental.
Felipe Sichel
Estrategista do banco digital modalmais
Fonte: https://www.modalmais.com.br/blog
