O dia tinha tudo para ser meio morno nos mercados de risco diante da expansão do contágio pela covid-19 em diferentes países, suspensão da reabertura das economias em localidades e novas restrições para funcionamento de lojas e shoppings. No entanto, acabou sendo bem positivo para os mercados da Europa, EUA e também na Bovespa. Além disso, podemos incorporar uma agenda complicada durante a semana e feriado na próxima sexta-feira nos EUA com as comemorações do dia da Independência americana, com o Payroll (criação de vagas) antecipado para a quinta-feira.

Três fatores servem para justificar tal comportamento.

Em primeiro lugar temos insistentemente falado do fluxo de recursos canalizado para ativos de risco, função de juros muito baixos ou negativos. Depois, ao longo do final de semana, a China anunciou testes da vacina desenvolvida em humanos, com 100% de eficácia. Além disso, hoje foram divulgados dados positivos sobre a economia americana.

Nos EUA, as vendas de imóveis pendentes de maio cresceram bem acima do previsto. Era esperado vendas maiores em 15%, e o dado apresentado foi expansão de 44,3%. Também foi anunciado pelo FED o início de compra de títulos corporativos no segmento primário. Porém, a contaminação pela covid-19 pode adiar tudo um pouco, por conta das restrições que começam a ser impostas em cerca de 12 Estados americanos.

Já na União Europeia, foi divulgada a prorrogação de sanções contra a Rússia em função da crise com a Ucrânia. Mas também tivemos a Alemanha anunciando que apoia a compra de ativos pelo BCE (BC europeu) depois do confronto na justiça alemã. Já no mercado internacional, o petróleo que mostrava leve queda no início da manhã recuperou e subiu forte, com o óleo WTI negociado em NY em alta de 3,27% e barril cotado em US$ 39,75. O euro era transacionado em leve alta para US$ 1,123 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 0,64%. O ouro praticamente estável e a prata em queda na Comex e commodities agrícolas com viés mais para positivo na Bolsa de Chicago.

No segmento local, o Tesouro mostrou déficit primário de R$72,3 bilhões em maio e o governo central com déficit gigante de R$ 126,61 bilhões, o pior déficit desde que a série é coletada. As despesas sujeitas ao teto de gastos cresceram 5% no mês (limite é de 5,9% e as despesas obrigatórias chegaram a 116% da receita. O ainda secretário do Tesouro, Mansueto de Almeida, indica que junho ainda terá déficit pior.

Dados ruins também para o Caged (Cadastro de Emprego e Desemprego), com a destruição de vagas com carteira assinada em maio de 331,9 mil, perfazendo no período de março/maio 1,49 milhão de demissões líquidas. O segmento de serviços puxou as demissões. Lembramos também que a PNAD tem mostrado que a qualidade do emprego é ruim e esses dados vão continuar dessa forma nos próximos meses.

A Fitch (uma das três maiores agências de risco do mundo) estimou que o PIB do Brasil pode encolher 7% em 2020 com o avanço da covid-19 meio sem controle, os EUA com contração de 5,6% e a China ainda conseguindo crescer 1,2%. Mas de qualquer forma, o mês de maio parece ter sido o fundo do poço para o Brasil. A boa notícia ficou por conta do Bacen dizendo que o open banking e PIX (pagamento instantâneo) vão transformar o sistema financeiro e podem ser antecipados.

No mercado, dia de dólar com grande volatilidade, mas sempre com viés de baixa, encerrando com -0,93% e cotado a R$ 5,41. Na Bovespa, os últimos pregões estão sendo novamente de saques pelos investidores estrangeiros. Na sessão de 25/6, foram sacados R$ 540,1 milhões, deixando o saldo de junho levemente positivo em R$ 846 milhões, depois de ter transitado acima de R$ 3 bilhões. No ano de 2020 registrando saídas líquidas de recursos no montante de R$ 76 bilhões.

No mercado acionário, dia da Bolsa de Londres em alta de 1,08%, Paris com +0,73% e Frankfurt com +1,18%. Madri e Milão com altas de respectivamente 1,39% e 1,65%. No mercado americano, o Dow Jones com +2,32% e Nasdaq com +1,20%. Na Bovespa, dia de alta de 2,03% e índice em 95.735 pontos, na máxima do dia.

Na agenda de amanhã, a confiança do segmento de serviços pela FGV e dados da PNAD contínua do trimestre encerrado em maio. O banco central mostra a nota de política fiscal de maio. Nos EUA, o índice Case-Shiller de preços dos imóveis em abril e a confiança do consumidor do Conference Board de junho e discurso de Jerome Powell presidente do FED e presidentes regionais.

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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