Ontem, foi dia de desastre em todos os mercados do mundo e até o ouro que é sempre a proteção recorrente teve comportamento frágil ao longo de quase todo o dia. Mercados afetados pela composição desastrosa de expansão do coronavírus fora da China (já esperada) e a guerra fria entre a Arábia Saudita e a Rússia por conta do preço do petróleo no mercado internacional, com o barril girando ao redor de US$ 30.

Hoje, ao contrário, mercados de risco reagem com boas altas desde o meio da madrugada, a partir de decisões de vários países em elaborar medidas contra o coronavírus e produzir estímulos fiscais. Só para lembrar, ontem a Bovespa encerrou em queda de 12,17%, com índice em 86.067 pontos, o Dow Jones com -7,78% e Nasdaq com -7,29%. Na Bovespa, foi a maior queda percentual desde 1998.

Hoje, toda a Ásia encerrou com mercado acionário em alta, com destaque para Xangai com +1,82%, Europa operando com altas superiores a 3% e mercados futuros americanos com valorizações maiores que 4%. Aqui certamente há muito espaço para recuperações, depois da queda de Petrobras ontem de 29,70%. Hoje, os ADRs de Petrobras negociados em NY mostravam valorização de 11%.

Na China, durante a madrugada foi anunciado que o coronavírus deu um trégua com somente 19 novos casos de infecção, no menor nível desde o início do surto. As mortes foram de 17 pessoas. O presidente Xi Jinping viajou em visita na cidade Wuhan, início da contaminação. Ainda na China, a inflação medida pelo CPI (consumidor) de fevereiro mostrou expansão anualizada de 5,25% e alta no mês de 0,8%. Já o PPI (atacado) teve deflação de 0,4% de previsão de -0,3%.

O Japão planeja gastar US$ 4,1 bilhões com o coronavírus e vai usar US$ 15,1 bilhões para socorro de empresas afetadas pelo vírus. OS EUA e a Austrália também indicaram medidas fiscais para suportar a economia, depois de terem reduzido os juros básicos. A notícia agressiva fica por conta da petroleira saudita Aramco que anunciou expansão da produção em abril para 12,3 milhões de barris de petróleo dia (BPD).

No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava alta de 9,41%, com o barril cotado a US$ 34,06. O euro era transacionado em queda para US$ 1,136 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 0,73% (ontem estava na casa de 0,40% no início do dia). O ouro mostra queda e a prata operava em alta na Comex e commodities agrícolas com comportamento de alta na Bolsa de Chicago.

No segmento local, o presidente Bolsonaro disse que vai decidir ainda nesse mês sobre as reformas Tributária e Administrativa, e já existem pressões para acabar com o teto de gastos e retomar investimentos, mas na nossa visão ainda é muito cedo para se fazer isso, num país que precisa de muitos ajustes, é  necessário conter gastos. Já o presidente da Câmara Rodrigo Maia disse que o Executivo é que tem que liderar medidas contra o coronavírus e disse que o Congresso tem condição de aprovar rápido a reforma Tributária.

A Fipe acaba de anunciar o IPC da primeira quadrissemana de março em alta da inflação de 0,15%, contra anterior de 0,11%. Já ANP (Agência Nacional do Petróleo), disse que os preços baixos do óleo não resistem por muito tempo.

Expectativa para o dia a Bovespa podem recuperar parte das acentuadas perdas de ontem e outros dias, dólar dependente da atuação do Bacen, mas com espaço para realização de lucros depois da alta para R$ 4,72 e juros com viés de queda.

Na agenda teremos a produção industrial de janeiro a ser divulgada pelo IBGE e o relatório de oferta e demanda de agrícolas nos EUA, além da SuperTerça de convecção dos democratas em seis Estados americanos.     
Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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