Brasil: PMC (abril)
A pesquisa mensal do comércio para o mês de abril mostrou de forma evidente a desaceleração da atividade econômica decorrente das medidas de isolamento social implementadas em resposta à pandemia:

PMC restrita (%MoM, SA): -16.8% (esperado: -12.1%; anterior: -2.1%)
PMC restrita (%YoY): -16.8% (esperado: -14.1%; anterior: -1.2%)
PMC ampliada (%MoM, SA): -17.5% (esperado: -20.4%; anterior: -13.7%)
PMC ampliada (%YoY): -27.1% (esperado: -30.2%; anterior: -6.4%)
Todos os grupos de consumo desaceleraram, mas com amplitude diferenciada entre cada um deles. Dentre eles, as vendas em supermercados e hipermercados mostraram queda de -11.8% após acelerarem 14.17% no mês passado.

O grupo de tecidos e vestuário intensificou a queda de -42.44% no mês passado para -60.58% agora. Por outro lado, no ampliado, materiais de construção reduziram o ritmo de queda de -17.29% para -1.88%.
Em suma, o número mostra de forma evidente o profundo impacto da pandemia sobre o comportamento de consumo dos agentes. Vimos retração em todos os grupos, com retração mais acentuada em produtos não essenciais. Nossa suposição inicial de que o pior momento da atividade tenha sido atingido em abril leva a crer que teremos uma estabilização no dado à frente.


EUA: vendas no varejo (maio)

As vendas no varejo nos EUA surpreenderam as expectativas do mercado em maio e apresentaram também revisões relevantes nos números do mês de abril.

Retail Sales Advance maio (MoM): 17.7% (esperado: 8.4%; anterior: -16.4%; revisado para -14.7%)
Retail Sales Ex-Auto maio (MoM): 12.4% (esperado: 5.5%; anterior: -17.2%, revisado para -15.2%)
Retail Sales Ex-Auto & Gas maio (MoM): 12.4% (esperado: 5.1%; anterior: -16.2%, revisado para -14.4%)
Retail Sales Control Group maio (MoM): 11% (esperado: 5.2%; anterior: -15.3%, revisado para -12.4%)

O statement não faz referência a erros na coleta de dados, notando somente (como na divulgação anterior), que apesar das limitações, os dados respeitam os critérios de qualidade do departamento responsável.
Por dentro do índice vimos melhora generalizada de todos os grupos na variação mensal, com toda as treze categorias apresentando expansão mensal (versus uma somente na leitura passada e cinco em março). Por outro lado, a análise da variação trimestral mostra a discrepância entre a retomada na ponta versus a queda do nível de atividade se comparado com o momento anterior da pandemia. Nesta leitura, a média de três meses anualizada mostra queda de -41.8%.

Destaque na evolução do consumo de móveis (+89.7% MoM) e vestuário (+188% MoM), ambos revertendo as fortes quedas observadas nos dois meses anteriores. Outro destaque é a estabilização em bens médicos e de cuidado pessoal, que mostrou avanço de somente 0.4% no mês após queda de 14.8% no mês anterior.

A indicação inicial do dado é de retomada da atividade após a redução das medidas de isolamento social. Evidentemente a retomada não será linear. A variação mensal representa um forte avanço frente a uma base absolutamente comprimida (o mês anterior com atividade estagnada por conta do isolamento social).

Fizemos diversas vezes uma ressalva relevante que devemos reforçar: na medida em que há dificuldade considerável em modelar os principais indicadores macroeconômicos ante um choque de dinâmica sem precedentes recentes, a informação que pode ser obtida da magnitude das surpresas entre leitura e expectativa é reduzida. Verifique-se para isso a elevação absolutamente atípica no desvio padrão das expectativas (último gráfico abaixo).

Em suma, o dado reforça a mensagem passada por outros indicadores (em termos de hard data: encomendas de bens duráveis e payroll) e mostra uma retomada da atividade americana mais rápida do que o antecipado. Evidentemente, o segundo trimestre será de forte contração agregada, mas poderemos ver uma queda menor do que a suposta anteriormente
Felipe Sichel
Estrategista do banco digital modalmais
Fonte: https://www.modalmais.com.br/blog

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