🌎 CENÁRIO EXTERNO

Recuperação

Mercados

Bolsas asiáticas encerraram a semana sem direção única. Na zona do euro, bolsas amanheceram com viés ligeiramente positivo: o Stoxx 600, índice que abrange uma gama de ativos de todo o continente, registra alta de 0,3% até o momento. Em NY, índices futuros operam na mesma direção, com ganhos da ordem de 0,3%, enquanto o dólar (DXY) se desvaloriza contra os seus principais pares. Na fronte das commodities, ativos têm sessão predominantemente positiva. Na contramão, o preço do petróleo (Brent Crude – ICE) registra queda de 1,6%, negociado próximo de US$ 63,00/barril, devolvendo os ganhos dos últimos dias na medida em que a produção da commodity no Texas se resume aos poucos.

Recuperação

Mercados globais amanheceram em tom predominantemente positivo, com alta das bolsas e commodities, estabilidade dos juros nos países desenvolvidos e o enfraquecimento do dólar. Ao todo, apesar dos altos e baixos da semana, ativos de risco mantêm tendência positiva; com foco na continuidade da retomada econômica nas principais economias do mundo na medida em que a vacina permite a volta à normalidade. Como principal risco do cenário, o investidor segue acompanhando a velocidade da abertura da taxa de juros no mundo desenvolvido que, naturalmente, acompanha tal movimento.

Economia europeia

A leitura preliminar de fevereiro dos Índices de Gerentes de Compras (PMIs, na sigla em inglês) apontou para uma continuidade no processo de robusta recuperação da indústria enquanto o setor de serviço segue encontrando dificuldades para se reerguer. O PMI industrial, com ganhos liderados pela Alemanha, avançou para 57,7 dos 54,8 registrados em janeiro (uma leitura acima de 50,0 aponta para expansão da atividade e abaixo, contração) na medida em que o avanço das campanhas de vacinação melhorara as expectativas futuras no setor. Já no setor de serviços, a pesquisa apontou para uma nova aceleração no ritmo de contração da atividade, com queda da leitura de 45,4 registrada em janeiro para 44,7 na mais nova leitura. Naturalmente, o setor segue prejudicado pela manutenção de medidas restritivas relacionadas ao coronavírus. Ao todo, os PMIs mais recentes reforçam a noção de que a economia europeia pode voltar a registrar uma queda no PIB neste 1º trimestre de 2021. Nesta fronte, apesar do início das campanhas de vacinação contribuir para a confiança da classe produtiva, o seu desenrolar será providencial para a retomada da demanda dos consumidores por serviços, o setor com maior peso na economia do bloco.

Na agenda

Assim como foi na Europa, o principal destaque da agenda econômica americana será a divulgação das leituras preliminares dos PMIs de fevereiro, às 11h45.

CENÁRIO BRASIL

Pacheco promete votar PEC emergencial dentro de uma semana

PEC Emergencial na quinta-feira

Em tentativa de reorientar os holofotes em direção à pauta econômica, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), revelou a sua intenção de votar, já na próxima quinta-feira (25), a proposta da PEC emergencial – com uma contrapartida que libera o auxílio emergencial – em plenário. O projeto deve, por meio de uma “cláusula de calamidade”, abrir uma exceção orçamentaria que disponibilizaria os recursos necessários para financiar a política assistencialista. O número de beneficiados, parcelas e custo do programa ainda não foram revelados; mas a expectativa é que o programa de substituição de renda não custe mais que R$ 30 bi. Também não foram revelados os gatilhos de cortes de gastos que serão instalados pela PEC e como estes impactarão as contas do governo no futuro.

Zerar imposto federal

Em sua tradicional live realizada toda quinta-feira nas redes sócias, o presidente Jair Bolsonaro prometeu zerar o PIS/Cofins que incide sobre o diesel por dois meses a partir de março. “Então, por dois meses não haverá qualquer imposto federal em cima do diesel”, prometeu. O presidente pretende usar o período para buscar uma solução para a alta do preço do diesel, uma pauta de grande interesse dos caminhoneiros.

“Uma coisa vai acontecer na Petrobras”

Ainda sobre a estatal, o chefe do executivo se mostrou frustrado com o presidente da empresa que, segundo Bolsonaro, falou que “não tem nada a ver com caminhoneiros”. Fato que levou Bolsonaro a prometer que as palavras do presidente da estatal, Roberto Castello Branco, resultarão em “uma consequência”. Logo em seguida, o presidente voltou a prometer que não interferirá na petroleira – presumidamente se referindo à política de preços da estatal. O episódio representa a segunda crise entre Bolsonaro e o presidente de uma grade estatal. Em janeiro, rumores em torno do desejo de Bolsonaro de demitir o presidente do Banco do Brasil para evitar o fechamento de agencias foram arejados, mas não se concretizaram.

Silveira

A Câmara dos Deputados pretende avaliar hoje a prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), preso em flagrante por determinação do ministro Alexandre Moraes após publicar um vídeo que ameaçava ministros do STF e fere a lei de Segurança Nacional. A expectativa é que a casa chancele a decisão do STF e não libere o deputado. O relator que avalia a determinação do STF, Carlos Sampaio (PSDB-SP), já revelou que entende que as declarações do deputado constituem um crime. A anuência dos parlamentares frente a determinação dos ministros deve evitar mais atritos entre os dois poderes.

Na agenda

Não existem indicadores relevantes a serem divulgados ao longo desta 6ªfeira.

E os mercados hoje?

Ativos de risco iniciaram a sessão em tom positivo, com expectativa pela aceleração do ritmo de recuperação econômica sustentando a tendência positiva dos mercados. Na zona do euro, os PMIs voltaram a apontar para uma retomada robusta da indústria enquanto o setor de serviços continua encontrando grandes dificuldades. No Brasil, a política segue tomando a frente do noticiário, sobrepondo-se a qualquer desenvolvimento na fronte econômica (auxílio emergencial, resposta fiscal, etc.). Desta vez a decisão do governo de zerar o PIS/Cofins sobre o gás de cozinha (definitivamente) e o diesel (por 2 meses) sem apresentar nenhuma medida de contrapartida fiscal, acompanhada de uma ameaça de Bolsonaro ao presidente da Petrobrás, foi a bola da vez. Assim, esperamos uma abertura de viés neutro/positiva para a bolsa local; que deve continuar se beneficiando da alta contínua das commodities, mas com ganhos reduzidos pela falta de avanços nas pautas econômicas em Brasília.

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