Apesar do ainda elevado nível de informalidade, o mercado de trabalho manteve em janeiro de 2020 os bons resultados que obteve nos meses de novembro e dezembro do ano passado, segundo Adriana Beringuy, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Em janeiro, o mercado de trabalho ainda não reverteu os bons resultados que conseguiu ao fim de 2019. A gente ainda não está num processo de dispensa de trabalhadores temporários”, disse Adriana.

A proporção de trabalhadores ocupados contribuindo para a Previdência Social ficou em 63,1% no trimestre encerrado em janeiro de 2020, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).

Embora o País tenha registrado 94,151 milhões de pessoas trabalhando, o mercado de trabalho tinha 38,3 milhões de pessoas atuando na informalidade. O levantamento, considerado uma proxy da informalidade, inclui os empregados do setor privado sem carteira assinada, os trabalhadores domésticos sem carteira assinada, os trabalhadores por conta própria sem CNPJ, os empregadores sem CNPJ e o trabalhador familiar auxiliar.

“Estou diante de um trimestre que inclui janeiro e os meses de novembro e dezembro (de 2019), que são meses que foram muito bons para o mercado de trabalho em termos de população ocupada. E existe queda acentuada na desocupação”, lembrou Adriana.

A taxa de informalidade caiu de 41,2% no trimestre até outubro de 2019 para 40,7% no trimestre até janeiro de 2020. No trimestre terminado em janeiro de 2019, a taxa de informalidade era de 41,0%.

“Até mesmo a informalidade pode estar sendo reduzida pelos efeitos ainda do final do ano passado, onde teve aumento da carteira e um pouco de aumento do trabalho por conta própria com CNPJ. E a redução no trabalhador familiar auxiliar também é importante. Quem está aqui? O trabalhador na agricultura. Ele também contribui para abaixar essa informalidade”, justificou Adriana Beringuy.

Outro fenômeno que impediu uma piora na taxa de desemprego em janeiro foi a elevação da população inativa, ou seja, pessoas que nem estão trabalhando nem procuraram uma vaga. Adriana lembra que o mês de janeiro mostrou uma retenção dos trabalhadores ocupados contratados nos meses de novembro e dezembro de 2019, mas também houve uma interrupção acentuada do processo de procura por trabalho, com aumento da inatividade para patamar recorde.

“Está um pouco mais atípico. Mas nada impede que todo esse contingente volte para a força de trabalho em fevereiro ou março. Não tem como antecipar, dizer que mudou tendência. Existe uma série de interrogações que a gente só vai entender melhor quando tiver os dados de fevereiro e março. É muito cedo ainda para afirmar que essas pessoas vão se retirar do mercado de trabalho. É um movimento que acontece em janeiro, mas as pessoas tendem a voltar para o mercado de trabalho. O mês de janeiro é um mês de transição”, disse a pesquisadora.

A população inativa cresceu em 873 mil pessoas no trimestre encerrado em janeiro ante o trimestre terminado em outubro de 2019. A taxa de desemprego ficou em 11,2% em janeiro, ante 11,6% em outubro.

“O aumento da inatividade explica bastante a queda da taxa de desocupação. São pessoas que decidiram que não querem trabalhar”, afirmou Adriana, lembrando que a população em situação de desalento permaneceu estatisticamente estável em janeiro.

Segundo ela, nos meses de janeiro, de modo geral, há uma procura menor por emprego. “Pode ser, por exemplo, mulheres que, em função das férias escolares dos filhos, não estão disponíveis naquele período para encontrar um trabalho”, explicou.

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