Em março, o crédito ampliado ao setor não financeiro alcançou R$12,5 trilhões (165,4% do PIB), crescendo 1,5% no mês e 16,9% em doze meses, segundo dados do Banco Central (BC). A variação mensal refletiu, principalmente, o crescimento do saldo de empréstimos, tanto aqueles tomados no mercado doméstico quanto aqueles que integram a dívida externa. Já a variação em 12 meses é influenciada pelo crescimento da carteira de títulos públicos, assim como pelo crescimento da carteira de empréstimos nesse período.

O crédito ampliado às empresas somou R$4,4 trilhões (57,9% do PIB), com crescimento de 2,8% no mês e de 12,4% em doze meses. Esse agregado manteve comportamento similar ao observado no mês anterior tanto em relação à variação mensal quanto a em doze meses, que refletiram os aumentos nos empréstimos, tanto no mercado doméstico quanto na dívida externa.

O crédito ampliado às famílias totalizou R$2,5 trilhões (33,1% do PIB), com crescimento de 1,0% no mês e de 11,6% em doze meses; explicada pela variação dos empréstimos do SFN – que cresceram, respectivamente, 1,0% e 12,1%.

Operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN)

O saldo das operações de crédito do SFN totalizou R$4,1 trilhões em março, com expansão de 1,5% no mês, refletindo crescimento tanto na carteira de pessoas jurídicas (saldo de R$1,8 trilhão e variação de 2,0%) quanto na de pessoas físicas (R$2,3 trilhões, 1,0%). O crescimento em doze meses da carteira total desacelerou de 16,1%, em fevereiro, para 14,5%, em março. Destaca-se a desaceleração do saldo com pessoas jurídicas, passando de 22,8% a 17,7%. Já a carteira de pessoas físicas acelerou de 11,3% para 12,1%.

O crédito livre a pessoas jurídicas totalizou R$1,1 trilhão, acréscimo de 3,0% no mês, com destaque para a modalidade de desconto de duplicatas e recebíveis, em parte devido ao comportamento sazonal da modalidade. Em doze meses, a variação de 22,5% refletiu principalmente o crescimento na carteira de capital de giro.

O crédito livre a pessoas físicas totalizou R$1,3 trilhão (0,9% no mês e 11,1% em doze meses), com destaque para as modalidades de crédito pessoal na expansão mensal. Na variação em doze meses, as carteiras de crédito rotativo apresentaram crescimento de 3,9% enquanto as carteiras de crédito não rotativo expandiram 13,3%.

No crédito direcionado, as operações com pessoas jurídicas atingiram R$684 bilhões, variações de 0,4% no mês e de 22,9% em 12 meses, com aumento na carteira de crédito rural. As operações com pessoas físicas situaram-se em R$1 trilhão, variações de 1,2% no mês e 13,2% em doze meses; com destaque para aumentos nas carteiras de crédito rural e financiamento imobiliário.

As concessões totais de crédito somaram R$407,1 bilhões em março. Na série ajustada sazonalmente, houve aumento de 0,9% no mês, com crescimento de 10,1% em pessoas jurídicas e declínio de 4,0% em pessoas físicas. Comparando-se as concessões acumuladas no ano com o mesmo período do ano anterior, as concessões nominais cresceram 0,9%, compostas por expansão de 2,7% em pessoas jurídicas e retração de 0,8% em pessoas físicas. Já na série dessazonalizada, usando a mesma base de comparação, houve crescimento de 0,2%, efeito de uma contração de 5,5% em pessoas jurídicas e expansão de 5,5% em pessoas físicas.

O Indicador de Custo do Crédito (ICC), que mede o custo médio do crédito do SFN, situou-se em 17,1% a.a., reduções de 0,1 p.p. na variação mensal e de 3,0 p.p. na comparação interanual. No crédito livre não rotativo, o ICC permaneceu estável no mês, 22,6% a.a., e continuou em redução na comparação interanual (-3,3 p.p.). O spread geral do ICC situou-se em 12,1 p.p. (-0,2 p.p. no mês, e -2,3 p.p. em doze meses).

A taxa média de juros das operações contratadas em março alcançou 20,0% a.a., aumento de 0,2 p.p. no mês e redução de 2,7 p.p. em doze meses. O spread geral das taxas das concessões situou-se em 15,1 p.p., com declínios de 0,5 p.p. e 2,9 p.p., nos mesmos períodos.

No crédito livre, a taxa média de juros das concessões atingiu 28,6% a.a., elevando-se em 0,5 p.p. no mês e reduzindo-se em 4,7 p.p. na comparação interanual. No crédito às empresas, a taxa média de 13,8% a.a. permaneceu estável no mês e apresentou redução de 2,8 p.p. em 12 meses. Já o spread, no patamar de 8,2 p.p., apresentou queda de 0,9 p.p. no mês e de 3,1 p.p. em 12 meses. No crédito livre às famílias, a taxa média elevou-se 0,9 p.p. em março, para 41,0 % a.a. (cartão rotativo +8,1 p.p., crédito pessoal não consignado +0,9 p.p., composição de dívida +3,7 p.p., aquisição de veículos +0,6 p.p.). Na comparação intranual, a taxa do crédito livre às famílias apresenta redução de 5,4 p.p..

A inadimplência recuou para 2,2%, variação de -0,1 p.p., distribuído nos segmentos de pessoas jurídicas (-0,2 p.p.) e físicas (-0,1 p.p.). Nas operações com recursos livres, a inadimplência permaneceu estável em 2,9%. Nas operações com recursos direcionados, o indicador recuou para 1,1%; com queda de 0,2 p.p., também distribuída nos segmentos de empresas (0,5 p.p.) e de famílias (0,1 p.p.).

Agregados monetários

A base monetária atingiu R$385,2 bilhões em março, diminuição de 0,9% no mês e aumento de 25,3% em doze meses. No mês, o papel-moeda emitido reduziu-se 2,2% e as reservas bancárias cresceram 11,2%.

Entre os fluxos mensais dos fatores condicionantes da base monetária, apresentaram impactos contracionistas: operações do Tesouro Nacional, R$45,8 bilhões; operações do setor externo, R$45,6 bilhões (notadamente operações de venda à vista de moeda estrangeira, R$37,2 bilhões, e operações a termo, R$8,8 bilhões); operações da Linha Temporária Especial de Liquidez, R$ 1,6 bilhões; e depósitos de instituições financeiras, R$ 0,9 bilhão (com destaque para liberações de recursos de depósitos de poupança, R$1,6 bilhão, e recolhimento de recursos de depósito a prazo, R$3,2 bilhões). Por outro lado, as operações com títulos públicos federais foram expansionistas em R$75,5 bilhões (resgates líquidos de R$3,5 bilhões no mercado primário e compras líquidas de R$72,3 bilhões no mercado secundário).

Os meios de pagamento restritos (M1) somaram R$570,3 bilhões no mês, redução de 0,5%, reflexo da combinação entre o encolhimento do papel-moeda em poder do público de 2,1% e o crescimento dos depósitos à vista de 1,2%. Considerando-se dados dessazonalizados, o M1 recuou 0,7% no mês.

O M2 avançou 1,0% no mês, totalizando R$3,9 trilhões; apesar do recuo de 0,5% no saldo do M1 e de 0,2% no saldo dos depósitos de poupança. Esse resultado reflete o crescimento de 1,8% no saldo dos títulos emitidos por instituições financeiras, que alcançou R$2,3 trilhões. No período, foram registrados resgates líquidos de R$3,5 bilhões no saldo dos depósitos de poupança. O M3 variou 0,6% no mês, somando R$8,0 trilhões. O saldo das quotas de fundos do mercado monetário registrou diminuição de 0,1%, totalizando R$3,9 trilhões; enquanto as operações compromissadas com títulos federais e títulos privados avançaram, respectivamente, 6,4% e 9,3%. O M4 avançou 1,7% no período, totalizando R$8,5 trilhões. Em 12 meses a variação foi de 16,6%.

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