Em sua última estimativa oficial, o Ministério da Economia calculava um déficit primário do setor público de R$ 708,7 bilhões em 2020. Hoje, Mansueto disse que uma projeção de rombo na casa dos R$ 700 bilhões seria “otimista”.
Economistas e a Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado já projetam um déficit até maior, passando dos R$ 900 bilhões.
Diante da situação das contas, Mansueto destacou a necessidade de manter o compromisso com o teto de gastos, mecanismo que limita o avanço das despesas à inflação e hoje funciona como uma espécie de “superâncora” para sinalizar compromisso com o ajuste.
Segundo o secretário, mudar a Constituição para flexibilizar o teto “está fora de cogitação”. “Se o governo não conseguir resistir à pressão (contra o teto), isso pode elevar juro, risco-país, aumentar período de restrição, carga tributária”, alertou.
Ele ressaltou que o teto de gastos impede a manutenção de gastos emergenciais deste ano em 2021, a não ser que eles sejam incluídos no Orçamento e devidamente compensados. Do contrário, seria preciso mudar a Constituição.
“Se não respeitar o teto, vai ser pior”, advertiu o secretário em videoconferência promovida pelo Infomoney.
O secretário disse ainda que a crise atual não é só de liquidez, é de solvência também.”Não sabemos quais empresas vão sobreviver e como será comportamento de consumidor”, afirmou.
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