O avanço do ouro como porto-seguro para investidores do mundo inteiro em meio às incertezas diante da pandemia tem elevado o valor do metal a níveis recordes nas últimas semanas. Pela primeira vez na história, a onça-troy foi negociada a mais de US$ 2 mil nos mercados internacionais no início de agosto – e segue batendo recordes.
No início de agosto, os contratos para dezembro chegaram a atingir US$ 2.014,50 a onça.
“A pandemia, junto com a crescente tensão e troca de acusações entre Estados Unidos e China, leva o mercado a ficar bastante apreensivo. É justamente nesse momento que a cotação do ouro acaba subindo bastante, já que ele é uma reserva de valor durável”, aponta o diretor de câmbio da Ourominas, Mauriciano Cavalcante.
Em reais, o ouro se valorizou 71% em um ano, com o valor da onça em R$ 10.300 no dia 11 de agosto. Na Bolsa de Valores (B3), o valor de compra da grama (medida mais negociada) chegou a atingir R$ 342, um recorde para o ano. Desde o dia 29 de julho o metal tem apresentado altas constantes diárias após o fechamento do mercado.
Mauriciano explica que o ouro não está sujeito às mesmas flutuações inflacionárias do papel-moeda e nem das grandes oscilações do mercado de ações. “Isso faz com que ele seja uma das melhores opções de investimento em contextos de turbulências, como a atual”, complementa.
Quem quiser participar deste mercado tem algumas opções para escolher. Conforme a Clear Investimentos, são três as principais formas de negociar ouro.
A primeira é adquirindo barras, embora seja uma opção pouco prática e pouco segura. Além disso, a liquidez também é menor do que comprando títulos que representem o metal. O ouro físico pode ser comprado por meio de instituições autorizadas pelo Banco Central e pela CVM.
A segunda forma é comprando contratos futuros na Bolsa de Valores. A negociação do ouro como produto financeiro no Brasil é realizada na B3. Por meio do home broker, plataforma de negociação que toda corretora ou banco de investimento tem, é possível negociar os seguintes contratos: Lote Padrão de 250g (OZ1D) e Lote Fracionário de 10g (OZ2D).
Conforme a Clear, esses são os dois contratos de ouro mais líquidos que existem no mercado. Para investir em ouro por meio da Bolsa de Valores, existem duas taxas: a taxa de custódia e a de corretagem. Além disso, a tributação segue a mesma regra dos investimentos em ações: até R$ 20 mil de movimentação está isento.
A terceira forma é por meio dos Fundos de Investimento. Existem no mercado fundos que permitem a proteção de carteira e possuem maior liquidez em relação aos demais caminhos. A grande vantagem é o aporte inicial, que muitas vezes é mais baixo em comparação as duas opções citadas acima: há alternativas a partir de R$ 500.
No entanto, é preciso se observar as taxas de administração. Via de regra, estas variam de 0,5% a 1,5% sobre a aplicação ao ano. “Os fundos são as formas mais recomendáveis de se aplicar em ouro por serem uma maneira fácil e barata de diversificar e proteger a carteira”, avalia Marcelo Fayt, analista de ações da The Capital Advisor.