Ele disse que este não é um problema do governo atual ou do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. “É um problema de 30 anos; não há títulos de propriedade de terra (na Amazônia); o Código Florestal, que levou dez anos para ser aprovado, não foi implementado adequadamente até agora e tem também o pagamento por serviço ambiental (PSA), que nunca aconteceu”, relatou.
Toda essa imagem externa do Brasil em relação à Amazônia e ao desmatamento ilegal, segundo Jank, “é uma pena”. “Se formos analisar o que a Amazônia oferta de alimentos não é quase nada: apenas 3% da soja e 10% da carne bovina. Mas se ela não é fundamental no agro brasileiro, é fundamental sob o aspecto político e de imagem”, continuou. “Hoje a preocupação com a floresta é global e vai além de ONGs; já atinge bancos, e outros mercados que fazem pressão sobre o Brasil.”
Para Jank, em relação à sustentabilidade do setor agropecuário, há uma “nova revolução” em curso, que relaciona agricultura e pecuária. “Pelo menos 15 milhões de hectares no País já viraram sistemas integrados, entre lavoura, pecuária e floresta”, citou. “Há, nesse sentido, pastos que estão virando floresta, porque se mostrou que não são terras aptas ao cultivo ou à pecuária”, disse. Por isso, Jank disse que essa alternância entre pasto, floresta e agricultura será “a grande revolução (do setor agropecuário) nesta década”.