🌎 CENÁRIO EXTERNO: NY dá sinais de vida

Mercados… Bolsas asiáticas encerraram a sessão com viés predominantemente negativo, repercutindo o desempenho fraco dos mercados ocidentais nesta 3ªfeira. Na zona do euro, bolsas amanheceram em tom de recuperação, com o Stoxx 600, índice que abrange uma gama de ativos de risco da região, avançando 0,6% até o momento. Em NY, índices futuros também voltaram a operar no verde, ensaiando uma abertura favorável para ativos de risco americanos; enquanto o dólar (DXY) segue retomando fôlego contra os seus principais pares. Em relação às commodities, ativos operam sem direção única. Na ponta positiva, o preço do petróleo (Brent crude) avança 1,1%, negociado em torno de US$ 40,20/barril.

NY dá sinais de vida… Após 3 dias de quedas fortes que contaminaram bolsas ao redor de todo o mundo, índices futuros de Nova Iorque voltaram a apontar para uma abertura favorável para ativos de risco americanos. Em geral, mercados globais operam em ritmo de recuperação, dando uma pausa na dinâmica baixista que tem sido verificada desde a última 5ªfeira (03/09). No noticiário, no entanto, o fluxo de notícias segue mais negativo, com uma das vacinas mais promissoras no combate à COVID-19 tendo seus testes atrasados por um resultado negativo com um dos pacientes.

Testes em standby… A AstraZeneca Plc, que vem desenvolvendo uma vacina contra o coronavírus em parceria com a Universidade de Oxford, parou de administrar doses experimentais em voluntários durante a sua 3ª fase de testes após um dos indivíduos ficar doente. Como ainda não há explicação para os sintomas apresentados pelo paciente; que foi testado no Reino Unido, o laboratório pausou os testes para que seus pesquisadores consigam entender a reação. A notícia tem conotação negativa pelo fato de que esta vacina é vista como uma das mais promissoras atualmente; mas o imprevisto não deixa de ser normal em testes como este. Para uma eventual última fase de testes, após este problema ser resolvido, a parceria pretende alistar 50 mil voluntários para uma última fase de testes nos EUA, Reino Unido, Brasil e África do Sul, com uma possível última rodada acontecendo no Japão e na Rússia.

Na Agenda… Divulgada ontem à noite, a inflação ao consumidor na China desacelerou o ritmo de alta de 2,7% a/a em julho para 2,4% a/a em agosto (est.: 2,5% a/a). A inflação ao produtor, por sua vez, apresentou deflação de 2,0%, em linha com que estava sendo esperado pelo mercado. Hoje, em dia de agenda praticamente esvaziada, o investidor avalia o relatório de emprego Jolts de julho (11h) e os pedidos de hipotecas semanal nos EUA (8h).

BRASIL: GOVERNO ABANDONA DEFESA DO VETO DA DESONERAÇÃO DA FOLHA EM 2021

Governo abre mão de veto da desoneração da folha para impulsionar reformas… Após meses articulando em prol da manutenção do veto que extingue a desoneração da folha de pagamento de 17 setores em 2021; o governo finalmente cedeu e aceitou a queda iminente da interdição presidencial. Em troca, os líderes prometeram apoiar as reformas prioritárias do governo (administrativa, tributária e gatilhos do teto). Agora, a derrubada do veto que desonera encargos trabalhistas é tida como certa. O acordo foi revelado pelo líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), em entrevista ao Valor. A equipe econômica calcula que a queda do veto deve agregar R$ 10 bi ao déficit primário de 2021.

Uma batalha quase invencível… Apesar dos nobres esforços do governo para conter o crescimento da dívida pública em 2021, a manutenção deste veto sempre foi uma finalidade quase que irrealizável. Tanto no Senado quanto na Câmara dos Deputados, a importância de estender a desoneração da folha para estes 17 setores sempre foi julgada como indispensável. O presidente da Câmara, Rodrigo Mara (DEM-RJ), se posicionou de forma intransigente em relação a derrubada do veto desde que a canetada presidencial ocorreu no início de julho.

Derrota fiscal é uma vitória no combate ao desemprego… A oneração do governo federal não ocorrerá em vão, a isenção dos encargos para os vários setores excluídos pelo veto terá um impacto benéfico expressivo na evolução da taxa de desemprego em 2021. Menos encargos trabalhistas significa mais empregos preservados/recriados.

Relator da PEC da prisão em segunda instância finaliza parecer… O relator da PEC da prisão após segunda instância, o deputado Fábio Trad (PSD-MS), apresentou o seu parecer referente à proposta. A emenda constitucional se encontra inerte desde que chegou na comissão especial encargada com a sua análise em dezembro de 2019. A esperança do relator é que a apresentação do parecer ajude a proposta a reconquistar o seu ímpeto. Nossa avaliação é que mesmo com a apresentação do parecer do relator, a proposta não deve ser analisada este ano pelo colegiado.

Exclusão da retroatividade… A alteração mais relevante do relatório recém apresentado é a exclusão da retroatividade da medida. Ou seja, a prisão após condenação em segunda instância só impactará processos iniciados após a aprovação da PEC.

Lula livre… Este ajuste garante que o ex-presidente Lula não voltará à prisão – pelo menos não pela mesma condenação que originalmente deu vez a sua encarcerarão na Superintendência da Polícia Federal em abril de 2018 – antes que todos os seus recursos sejam esgotados. A mesma regra vale para qualquer processo já instalado contra o petista.

Mas sem direitos políticos… Nada obstante, como a lei da ficha limpa continua vedando a participação de candidatos condenados em segunda instância, Lula dificilmente terá seus direitos políticos restituídos, inviabilizando uma nova candidatura do ex-presidente em 2022.

Origem da iniciativa… A PEC tem como intuito reverter a determinação do STF que estabeleceu que o cumprimento da pena só deveria ocorrer após a exaustão de todos os recursos em todas as instâncias, efetivamente postergando a reclusão do réu condenado. Esta determinação resultou na soltura do ex-presidente Lula em novembro de 2019 que abalou o mercado.

Na agenda… Após os IGPs de agosto apontarem para uma aceleração no ritmo de inflação em agosto, o IPCA para o mesmo mês saiu às 9h; e ajuda a balizar expectativas do mercado com relação ao que será decidido na próxima reunião do Copom, daqui a uma semana. Com relação ao indicador, esperamos um avanço da ordem de 0,3% m/m; resultado que levará a inflação acumulada em 12 meses para próximo do piso da meta do CMN em 2020 (2,5% a/a).

E os mercados hoje?… Mercados globais iniciam o dia em tom de recuperação, com bolsas de NY pausando a sequência de quedas que contaminou índices ao redor de todo o mundo. No noticiário, a pausa nos testes da vacina em desenvolvimento pela AstraZeneca Plc. pesa sobre as expectativas na fronte da batalha contra o coronavírus.

No Brasil, o investidor avalia o IPCA de agosto, calibrando expectativas com os juros após um IGP-DI acima das expectativas auxiliar na alta dos DIs intermediários na sessão de ontem. No pano de fundo, segue o receio com o fiscal, dado que o governo ainda não apresentou uma forma de financiar o Renda Brasil. Em Brasília, a notícia de que o governo abriu mão do veto que extingue a desoneração da folha de pagamento de 17 setores em 2021 contribui com esta preocupação.

De qualquer maneira, esperamos que ativos de risco locais sigam refém dos movimentos verificados no exterior, se beneficiando da dinâmica mais positiva verificada nesta manhã. Afinal foi importante que, apesar de acompanhar as quedas de NY nos últimos dias; o Ibovespa conseguiu “segurar a barra”, sustentando os seus 100 mil pontos (mesmo que por pouco).

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