Os Indicadores Industriais, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), apontam para a perda de dinamismo do setor industrial entre março de abril de 2022. Queda do emprego, horas trabalhadas na produção, massa salarial e faturamento real da indústria caíram e afetaram negativamente o desempenho da indústria.
Segundo o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, a fragilidade atual da indústria é resultado da persistência e do agravamento da escassez e do alto custo dos insumos, aliada a uma demanda também frágil, reduzida pela inflação alta.
‘São quedas que revertem pequenos ganhos ocorridos no primeiro trimestre. Em um cenário de inflação persistente e juros altos é difícil prever desempenho muito positivo, sobretudo sustentado, nos próximos meses. A economia brasileira precisa de uma alavanca para atrair investimentos e voltar a crescer, que deveria ser a reforma tributária, mas todos os esforços nesse sentido têm sido frustrados’, afirma Marcelo Azevedo.
Emprego
O emprego industrial registrou queda de 0,5% em abril de 2022, na comparação com março. A queda de abril ocorre após série de altas consecutivas ao longo da segunda metade de 2020 e 2021. Na comparação com abril de 2021, há crescimento de 1,6%.
Faturamento
O faturamento real da indústria de transformação caiu 0,6% em abril de 2022. A queda reverte a alta de 0,7% registrada em março. Na comparação com abril de 2021, a queda do faturamento é de 5,8%.
Horas trabalhadas
As horas trabalhadas na produção apresentaram queda de 2,2% em abril de 2022. Após quatro meses consecutivos de alta, entre novembro de 2021 e fevereiro de 2022, o número de horas trabalhadas interrompeu a trajetória de crescimento. Em relação a abril de 2021, o indicador é 0,2% menor.
Massa salarial
A massa salarial real da indústria de transformação registrou queda de 0,5% em abril de 2022, após cinco meses de crescimento ou estabilidade. Na comparação com abril de 2021, a massa salarial real mostra crescimento de 0,2%.