A recuperação do setor industrial brasileiro foi interrompida em março, pois a alta dos casos da doença do coronavírus 2019 (COVID-19) e a implementação de novas restrições levaram a uma redução no índice de novos pedidos. Subsequentemente, as empresas reduziram a produção, cortaram empregos e reavaliaram suas previsões para o ano. Os resultados também destacaram interrupções graves na cadeia de suprimentos, o que levou a um aumento acentuado dos custos de insumos e dos prazos de entrega. Para proteger as margens, as empresas elevaram os preços de venda novamente.

Por conta de um aumento acentuado nos prazos de entrega dos fornecedores (em geral, um reflexo de melhoria das condições de demanda), o Índice Gerente de Compras™ do setor industrial da IHS Markit para o Brasil (PMI®) permaneceu acima da marca inalterada de 50,0 em março. Todos os outros quatro subcomponentes do índice geral permaneceram em território de contração. Consequentemente, o PMI caiu de 58,4 em fevereiro para o menor patamar em nove meses: 52,8.

Em meio a relatos de restrições associadas à COVID-19 e uma deterioração na demanda, os pedidos de fábrica caíram em março. A redução foi a primeira em dez meses, embora tenha sido, no geral, moderada. Ao mesmo tempo, o índice de novos pedidos para exportação estagnou.

A produção industrial caiu em março, encerrando uma sequência de nove meses de expansão. De acordo com os participantes da pesquisa, a produção foi reduzida em resposta à crise da COVID-19, a controles mais rígidos, à queda nas vendas e à escassez de matéria-prima.

As empresas permaneceram confiantes de que a produção aumentará ao longo do ano. Contudo, preocupações crescentes com o aumento dos casos de COVID-19 diminuíram o sentimento positivo. O grau geral de otimismo atingiu a maior queda em dez meses.

As empresas tentaram reduzir as despesas diminuindo os números relativos à folha de pagamento. A queda no índice de emprego foi modesta, mas encerrou uma sequência de oito meses de expansão.

Os dados de março destacaram um aumento acentuado nos preços de insumos, com a taxa de inflação se mostrando mais forte do que qualquer uma vista antes de outubro de 2020. Quase 84% dos participantes da pesquisa indicaram custos mais elevados, citando como causas as interrupções na cadeia de suprimentos, maiores tarifas de transporte, a escassez de matéria-prima e a depreciação do real.

Consequentemente, os preços de venda subiram ainda mais em março. A taxa de inflação dos preços foi acentuada e mais forte do que nunca antes de setembro do ano passado. Embora o índice de quantidade de compras tenha aumentado, a taxa de expansão diminuiu consideravelmente desde fevereiro. O aumento foi marginal e o mais lento na atual sequência de nove meses de crescimento.

As empresas que aumentaram a compra de insumos mencionaram esforços para se proteger contra a escassez de matériaprima. Diversas empresas se abstiveram de fazer novas compras devido aos preços elevados, às vendas fracas e à pandemia da COVID19. Os dados mais recentes indicaram uma pressão crescente sobre as cadeias de suprimentos, com os prazos médios de entrega se ampliando ao maior patamar desde o início da coleta dos dados, em fevereiro de 2006. Os participantes da pesquisa relataram dificuldades nas remessas internacionais e uma indisponibilidade de matériaprima. Os estoques de itens de pré e pós-produção caíram em março. A queda nos estoques de insumos foi associada aos atrasos na entrega, ao adiamento das compras e à escassez de matéria-prima.

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