Na Bahia, o total de desempregados ficou em 1,273 milhão de pessoas no terceiro trimestre, uma alta de 8,8%, ou 103 mil pessoas a mais, no período de um ano.
O quadro é ainda pior quando se leva em conta os trabalhadores que gostariam de trabalhar, mas não procuram emprego, ou trabalham menos horas do que gostariam. A taxa composta de subutilização da força de trabalho, espécie de taxa ampliada de desemprego, que inclui essas pessoas, ficou em 45,9% na Bahia, ante os 30,3% do País como um todo.
Os Estados nordestinos são campeões nessa medida mais ampla do desemprego. Segundo o IBGE, a taxa composta de subutilização na região Nordeste como um todo ficou em 43,5% no terceiro trimestre.
Adriana Beringuy, gerente da Pnad Contínua, explicou que isso se dá por causa do predomínio do trabalho informal no Nordeste. “A informalidade puxou muito a queda na ocupação. E esse processo de subutilização está ligado à informalidade”, afirmou a pesquisadora do IBGE.
A informalidade está associada à subutilização porque no caso do trabalho informal, especialmente entre os trabalhadores por conta própria, como vendedores ambulantes, a saída da ocupação pode se dar quando o trabalhador fica em casa sem trabalhar – e não porque foi demitido ou dispensado. Ao longo da pandemia, o pagamento do auxílio emergencial sustentou a renda desse tipo de trabalhador, mas fora da força de trabalho.
Se a Bahia tem a maior taxa de desemprego, o salto mais forte, na comparação com o segundo trimestre, foi visto na Paraíba, com 16,8%. No segundo trimestre, a taxa de desocupação estava em 12,8% por lá. Em apenas um trimestre, 32,7 mil pessoas passaram ao desemprego na Paraíba, um salto de 62% ante o segundo trimestre. Pelo conceito mais amplo, falta trabalho para 814 mil por lá. A taxa composta ficou em 43,1% na Paraíba.
Na outra ponta do ranking, Santa Catarina ficou com a menor taxa de desemprego do País, como ocorre tradicionalmente. No terceiro trimestre, o indicador ficou em 6,6%, menos da metade da taxa nacional. A lista dos Estados com menores taxas se segue com Mato Grosso (9,9%), Paraná (10,2%) e Rio Grande do Sul (10,3%).
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