A valorização do dólar ante o real tem impulsionado os preços dos bens industriais na porta de fábrica, junto com o movimento de aumento na demanda por produtos brasileiros e de valorização de commodities no mercado internacional, explicou Manuel Campos, gerente do Índice de Preços ao Produtor (IPP) no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O Índice de Preços ao Produtor (IPP), que inclui preços da indústria extrativa e de transformação, teve alta recorde de 3,28% em agosto, informou o IBGE. Em julho, a inflação da indústria já tinha avançado 3,22%. Pela primeira vez, todos os 24 segmentos investigados registraram aumentos de preços na pesquisa iniciada em janeiro de 2010.

“O dólar subiu 3,4% ante o real em agosto. Em um ano, a valorização foi de 32,9%”, ressaltou Manuel Campos.

O IPP acumula um aumento de 13,74% em 12 meses. A valorização da moeda americana encarece as commodities cotadas no mercado internacional e os produtos exportados pelo País. Além disso, o aumento na demanda externa por itens alimentícios brasileiros também tem pressionado a inflação. “Foram as duas coisas, câmbio e demanda”, disse Campos.

Em agosto, as maiores elevações foram registradas nos preços das indústrias extrativas (8,43%), refino de petróleo e produtos de álcool (6,24%), outros produtos químicos (4,13%) e alimentos (4,07%), também as principais pressões sobre a inflação do mês.

Os preços dos alimentos já subiram 27,45% em 12 meses, alta recorde na série histórica. No mês de agosto, os maiores impactos foram do encarecimento de resíduos de soja, óleo de soja, arroz e leite.

“A soja é produto de exportação, o que influencia mais no mês. O leite agora está acabando o período da entressafra”, observou Campos.

Nas indústrias extrativas, houve pressão do minério de ferro, mas também de óleo bruto de petróleo, que passa por um período de recuperação de preços, o que afeta também a atividade de refino de derivados do petróleo e biocombustíveis.

Segundo Campos, o avanço nos preços industriais na porta de fábrica não chega integralmente ao consumidor porque o varejo não repassa todos os custos e também oferta itens importados. Além disso, os bens exportados pela indústria brasileira – que entram no cálculo do IPP e não são comercializados no País pelos mesmos preços que no exterior – estão ajudando a impulsionar o resultado da inflação industrial.

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