A Aeris é uma fabricante de pás eólicas que detém hoje 62% de participação do mercado brasileiro e 7% do internacional (ex-China). A companhia possui como clientes as cinco empresas mais relevantes do setor e se destaca por ter uma equipe bastante capacitada, que proporciona um serviço e material de alta qualidade e uma baixíssima taxa de erros, além de estar localizado próximo aos principais parques eólicos do país, garantindo uma logística superior. Sua estreia na B3 ocorreu recente, a partir de uma oferta pública inicial de ações que teve seu preço fixado abaixo da faixa determinada de R$6,50 a R$8,10, em R$5,50, e levantou R$1,13 bilhão.

Quanto mais verde, melhor… A busca por investimentos ESG, que consiste em empresas que atrelam os valores sociais, ambientais ou de governança corporativa a sua estratégia de crescimento, vem ganhando espaço no mercado, pois a alocação de recursos em empresas ESG tende a gerar retornos melhores do que o de empresas que não possuem as práticas ESG no longo prazo. Ainda, a entrada de Joe Biden no cargo de presidente dos EUA tem chamado ainda mais atenção para questões de sustentabilidade, pelo seu discurso e ainda o pacote ambiental anunciado, que contém medidas como a de fazer o país voltar a pertencer ao Acordo de Paris e eliminar subsídios aos combustíveis fósseis, ambas em prol da criação de um ambiente de negócios mais voltado para estas práticas. Esta tendência beneficia companhias que atuam na cadeia de geração de energia renovável, como é o caso da Aeris, líder na produção de pás para geração de energia eólica, fonte que hoje domina parte pouco relevante do mercado, mas que deve crescer cerca de 7% a.a. até 2050, chegando a representar aproximadamente 30% da matriz energética, segundo o Plano Nacional de Energia (PNE).

O mercado de energia eólica… Até pouco tempo, a energia eólica era considerada pouco acessível no Brasil, no entanto, o avanço de tecnologias, somado ao crescimento de políticas e campanhas de conscientização focadas em fontes de energia limpa, vêm contribuindo para que a capacidade da indústria brasileira de energia eólica tenha aumentado de forma significativa nos últimos anos. Atualmente, o potencial de oferta da fonte no país é bastante relevante, com capacidade instalada total de 164 GW, segundo estimativas da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Ainda, vale dizer que a região do Nordeste brasileiro concentra ventos de altíssima regularidade e potência, muito acima da observada nos Estados Unidos e Europa, com baixas turbulências e uma única direção, o que impulsiona a capacidade de produção de energia das máquinas. A região detém 90% do potencial eólico do Brasil.

Conhecendo a Aeris… A Aeris, como previamente introduzimos, é uma grande produtora de pás eólicas para clientes espalhados por todo o globo que sejam fabricantes de aerogeradores, dentre os quais se encontram os grandes líderes do mercado, como a Weg, GE, Nordex e Vestas. Os contratos estabelecidos com estes têm duração de médio ou longo prazo, chegando a durar entre 3 e 5 anos, o que fornece grande previsibilidade de receita. Sua capacidade produtiva hoje totaliza 4,5 GW, ou aproximadamente 4 mil pás por ano. A companhia detém duas unidades industriais, localizadas no Complexo Industrial e Portuário de Pecém (CIPP), no Ceará, região próxima dos parques eólicos da região do Nordeste. Outro ponto importante para a escolha da localidade é o fato de o Porto de Pecém facilitar o carregamento de pás da fábrica às embarcações, e, portanto, contribuir para a redução de custos e despesas. No ano de 2017, a empresa deu início a suas exportações para os Estados Unidos, o que evoluiu para a aquisição de sua subsidiária Aeris Services no ano seguinte, com o objetivo de que esta ficasse responsável pela prestação de serviços de manutenção e reparação de pás de rotor na região, que correspondem a parcela relevante da produção da Aeris (70% do volume total em 2019).

Capacidade de crescimento nos próximos anos… A Aeris já possui ampla presença no mercado, o que sugere que seu IPO veio para a fortalecer ainda mais o seu crescimento. Com a oferta, a companhia pretende, principalmente, ampliar sua planta em Pecém, no Ceará, onde se localizam suas unidades industriais. A expansão irá contribuir para que a companhia aumente de forma significativa sua capacidade de produção de pás por ano, atingindo um patamar em torno de 6,6 GW por ano, vs. 2,1GW fabricados pela empresa em 2019. Destacamos a vantagem frente a seus pares, que hoje se encontram em estágios mais avançados e, portanto, estáveis do ciclo de crescimento, enquanto a Aeris deve percorrer curva mais agressiva ao longo dos próximos anos. Ainda, é importante ressaltar a vantagem da empresa a estar localizada no Brasil, região onde os custos de instalação são mais baixos que a média do mercado, e ainda dentro do Nordeste brasileiro, onde os ventos são de extrema qualidade, em um porto, que também reduz os custos de transporte das pás fabricadas. Além disso, segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), o país tem potencial para gerar 500 gigawatts (GW) de energia eólica, considerando apenas o ambiente interno (já que o externo envolve novos custos e despesas), o que é bastante superior sua capacidade instalada atualmente de 160GW. Aeris ainda, com o capital levantado na oferta, reforçar sua estrutura de capital e realizar amortização de dívidas. Com os recursos do IPO, a Aeris pretende fortalecer sua estrutura, de modo a aumentar seu volume de produção e poder atender um maior número de clientes, como Siemens Gamesa, empresa espanhola com qual a companhia negociou contrato válido até 2023 na semana passada, e reduzir a concentração de sua receita.

Seu principal player listado… No mercado brasileiro não existem pares diretos para a Aeris, no entanto, em uma escala global, podemos compará-la à TPI Composites, uma empresa americana. Esta, no entanto, já se encontra em um estágio mais avançado do ciclo normal de uma companhia, e logo mais estável. Por isso, a Aeris acaba tendo maiores taxas de crescimento e rentabilidade, além de ser maior pagadora de dividendos. Destacamos ainda o fato de a Aeris é hoje negociada a um valuation descontado (P/E de 29,4x vs. o de 34,8x da TPI e EV/EBIT de 22,7x vs. 23,7x da TPI), ao mesmo tempo que  possui menores custos e despesas que a TPI, devido ao seu modelo de negócio onde suas unidades industriais já se localizam próximas do Porto de Pecém, equipe com diversidade de gênero e experiências, além de ter um track record já provado através do aumento de parcerias e regiões cobertas pela empresa e qualidade de execução, além de uma menor taxa de erro em suas entregas. Diante disso, nossa recomendação é de compra no papel, com preço alvo de R$14,50.

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