Nesta semana, optamos por realizar apenas uma troca na Carteira Semanal, dando um aspecto mais defensivo a nossa carteira, dada a esperada maior volatilidade para os próximos dias. No exterior, o maior destaque será a reunião do FOMC nos EUA, além do PIB do 4T21 americano e o deflator do PCE de dezembro. Localmente, acompanharemos o IPCA-15 de janeiro, a pesquisa PENAD Contínua, referente a taxa doméstica de emprego de novembro, além do IGP-M, e possíveis notícias relacionadas a PEC dos combustíveis.


EDP ON( ENBR3)

BR Malls ON (BRML3)

Performance:

A Carteira Semanal teve performance positiva. No acumulado do mês a carteira segue acima do seu índice. No exterior, observamos mais resultados corporativos da temporada do 4T21, e índices americanos em mais uma semana de queda, com mercado repercutindo as possíveis altas de juros pelo Fed, o que fez com que o yield da Treasury de 10 anos fechasse em 1,75%. Na Europa, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde afirmou que não terá uma postura tão hawkish como aquela anunciada pelo BC americano. Por aqui, o Ibovespa se descolou novamente do exterior, impulsionado pelas commodities, se aproximando dos 110 mil pontos.

Na semana os papéis da brMalls foram os que mais se apreciaram, enquanto que os da Suzano foram os que tiveram a maior depreciação.

Trocas

Nesta semana, optamos por realizar apenas uma troca na Carteira Semanal, dando um aspecto mais defensivo a nossa carteira, dada a esperada maior volatilidade para os proximos dias. No exterior, o maior destaque será a reunião do FOMC nos EUA, além do PIB do 4T21 americano e o deflator do PCE de dezembro. Localmente, acompanharemos o IPCA-15 de janeiro, a pesquisa PENAD Contínua, referente a taxa doméstica de emprego de novembro, além do IGP-M, e possíveis noticias relacionadas a PEC dos combustíveis.

Bradesco PN (BBDC4)
O Bradesco está entre os maiores bancos do Brasil, sendo o segundo maior banco privado. O banco consolidou-se como um importante player no País através de diversas incorporações e aquisições, com destaque para a compra do HSBC Brasil em 2010, expandindo as atividades das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

O banco apresenta uma grande base de clientes atendidos por uma ampla rede de distribuição, que opera tanto através das mais de 3100 agências físicas quanto através dos canais digitais, permitindo a distribuição de diversos produtos e serviços. A companhia apresenta uma grande expertise na concessão de crédito, evidenciada pelo extenso histórico de bom desempenho, e uma atuação relevante no mercado de seguros, previdência e capitalização, com um market share de aproximadamente 23%.

O Bradesco reportou um bom resultado, com lucro líquido recorrente de R$6,8 bilhões e ROE de 18,6%, 6% acima do consenso de mercado. A melhora do resultado frente ao trimestre passado decorreu principalmente da recuperação do resultado das operações de seguros, com alta de 104%, apesar da manutenção da sinistralidade em níveis mais elevados, devido ao expressivo resultado financeiro da seguradora. Outros destaques foram a evolução da margem com clientes, que atingiu R$ 14 bilhões devido ao maior volume de carteira e mix mais voltado para linhas de crédito com maiores spreads, e crescimento da receita de serviços, impulsionada pelas receitas de cartões, além da revisão do guidance.

Energias do Brasil ON (ENBR3)
A EDP Energias do Brasil, controlada pela EDP em Portugal, uma das principais operadoras europeias no setor energético, é uma holding que detém investimentos nos segmentos de Geração, Distribuição, Comercialização, Transmissão e Serviços de Energia Elétrica. No segmento de Geração, controla as operações de empreendimentos de fonte convencional (Usinas Hidroelétricas e uma Usina Termelétrica) em 6 estados do país (Mato Grosso, Tocantins, Ceará, Pará, Amapá e Espírito Santo) e detém 2,9 GW de capacidade instalada. No segmento de Distribuição, atua com duas distribuidoras nos estados de São Paulo e Espírito Santo (EDP São Paulo e EDP Espírito Santo), além de possuir participação de 29,90% no capital social da Celesc, em Santa Catarina. No segmento de Comercialização, negocia contratos de compra e venda de energia com clientes distribuídos em todo território nacional. No segmento de Transmissão, a Companhia iniciou sua atuação em 2016 e possui 8 projetos, totalizando 1.924 km de extensão. No segmento de Serviços, através da EDP Grid, presta serviços técnicos e comerciais, incluindo sistemas de transmissão, distribuição e manutenção para clientes corporativos, projetos de eficiência energética e geração distribuída fotovoltaica.

A empresa possui mais de 1.000km de linhas de transmissões em construção, somando mais de R$3 bilhões em investimentos. Além disso, possuem histórico de sucesso na conclusão antecipada de obras, com custo abaixo do esperado. Entre seus maiores clientes, estão as companhias integradas de energia, como Copel e Cemig, e possui uma alta taxa interna de retorno em seus projetos em comparação com seus concorrentes.

A companhia reportou resultado levemente acima das expectativas de mercado, sendo R$729 milhões de Ebitda ajustado, 4% acima da expectativa de consenso de R$699 milhões, gerado por um aumento na bandeira tarifária, compras mais altas de energia e diminuição dos custos.

Petrobras PN (PETR4)
A Petrobras segue apresentando bons resultados em meio a retomada dos preços do petróleo e o dólar em patamares mais elevados. Apesar dos riscos de uma possível intervenção na política de preços da companhia, em meio a escala do preço do combustível, avaliamos que a governança da companhia evoluiu muito ao longo dos últimos anos e tem conseguido blindar possíveis intervenções, mesmo com a recente troca no comando.

A companhia segue apresentando bons volumes de produção e redução no seu lifting cost (custo de extração) com maior participação das operações do pré-sal no portfólio. Esperamos a entrada em operação de novos poços a médio prazo, contribuindo para o aumento na produção. No curto prazo, alguns triggers: (i) continuidade da venda de ativos não estratégicos; (2) avanço do projeto de desinvestimento das refinarias; (3) perspectiva de novos anúncios de dividendos.

A Petrobras divulgou um ótimo resultado operacional referente ao 3T21 após a divulgação de produção, no dia 21/10. O EBITDA ajustado recorrente, por sua vez, somou R$ 63,8 bilhões (+6,4% t/t e 71,4% a/a) frente a uma estimativa de mercado de R$ 56 bilhões. A companhia se beneficiou principalmente da valorização dos preços do Brent (Brent médio no período no valor de US$ 73,5/bbl, 6,7% superior ao 2T21), além do aumento de vendas para o mercado interno. Com relação à sua gestão de portfólio, item importante da tese, até o dia 27 de outubro a Petrobras já havia assinado a venda de 17 ativos, com destaque para as vendas da RLAM, BR Distribuidora e Gás Petro, além dos campos terrestres, totalizando uma entrada de caixa de aproximadamente US$ 3,0 bilhões.

A Petrobras vem reposicionando seu portfólio em ativos de maior rentabilidade, com foco na desalavancagem financeira da estatal, que deve atingir o patamar abaixo de US$ 60 bilhões em dívida bruta ao final do ano, destravando a nova política de dividendos. Entre os riscos: (i) queda mais acentuada do preço do barril de petróleo; (ii) paralisação do processo de venda de ativos são fatores que podem pressionar o papel; (iii) eventual intervenção na política de preços da companhia.

Suzano ON (SUZB3)
A Suzano é uma das maiores produtoras verticalmente integradas de papel e celulose da América Latina, com mais de 90 anos de experiência no setor. A Companhia, por meio de suas empresas controladas, opera, preponderantemente, em dois segmentos: celulose e papel, cujo portfólio é integrado por celulose de mercado, celulose fluff, papéis de imprimir e escrever (revestido e não-revestido), papel cartão e papel tissue. A estrutura da Suzano inclui escritórios administrativos em Salvador (BA) e em São Paulo (SP), três fábricas integradas de celulose e papel, sendo duas localizadas no estado de São Paulo e uma no estado da Bahia.

A companhia tem por objeto a fabricação, o comércio, a importação e a exportação de celulose, papel e de outros produtos oriundos da transformação de essências florestais, incluindo a reciclagem destes, bem como de madeira e de produtos relacionados ao setor gráfico. A Suzano é uma empresa totalmente integrada, desde a plantação de florestas à fabricação do papel e geração própria de energia.

A empresa reportou no 3T21 resultados sólidos, acima da expectativa do mercado, com EBITDA recorde, impulsionado pelo segmento de papel e de celulose, que apresentaram volumes e preços superiores ao 2T21. Foi também anunciada a aprovação dos investimentos para o Projeto Cerrado, ampliando a capacidade inicial de 2,3 milhões de toneladas de celulose para 2,55 milhões de toneladas, enquanto a estimativa de investimento total permaneceu em R$ 14,7 bilhões com início da produção em 2024.

Acreditamos que a Suzano deva ter sua performance positiva refletida em seus papeis, impulsionada pelo preço da commodity, dólar em patamar elevado além da eficiência operacional.

Vale ON (VALE3)
Temos uma visão construtiva para a Vale. Ressaltamos o foco do management no controle de custos, além da contínua redução de capex e endividamento. Além disso, os preços de minério continuam em patamares elevados (fruto da menor oferta no mercado), enquanto a empresa negocia a múltiplos descontados.

Alguns triggers são: (i) forte valorização do minério no mercado internacional e (ii) a maior demanda da China por minério de maior qualidade; além (iii) das melhorias operacionais, reflexo da forte redução de custo caixa, deverão compensar tais efeitos negativos e queda de produção; (iv) diversificação geográfica no Brasil bem verticalizada, contando com capacidade de transporte e remessa própria.

Vale apresentou um resultado levemente abaixo de nossas expectativas, com receitas somando US$ 12,7 bilhões. O EBITDA totalizou US$ 7,1 bilhões. As quedas na comparação trimestral se devem a uma menor receita do negócio de minerais ferrosos e metais básicos, com as diminuições vistas para os preços do minério de ferro (-31% t/t no preço realizado pela Vale), além de menor receita vinda do níquel, sobretudo pela paralisação dos funcionários em Sudbury.

Avaliamos a entrada em Vale nesse momento a patamares interessantes, negociada com desconto em relação aos pares australianos.

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