Inflação baixa, estável e previsível só faz bem para a economia. Por isso é importante estarmos sempre atentos a eventuais “soluços”. De acordo com o Boletim Focus do Banco Central, as projeções do mercado para este ano são de 4,36% para o crescimento do PIB e de 5,44% para a inflação. Já o próprio BC estima 4,6% de PIB e 5,8% de inflação.   

No relatório de abril, apresentado no final de maio, o governo informou uma Dívida Pública Federal de R$ 5 trilhões (em números redondos), representando retração de 2,92%, em termos nominais, na comparação com o mês anterior (março). O movimento, de retração, desacelera um pouco o coração. Mas saindo da prancheta e caindo na vida real (aquela que a famosa “dona de casa” conhece direitinho, fazendo malabarismos para pagar quase R$ 10 no quilo do feijão por exemplo) há motivos para preocupação, sim.

Não obstante os 14 milhões de desempregados (oficiais), o custo de vida tem batido forte no brasileiro. E quanto menor a classe social, mais apanha para a inflação. Para ficarmos em único exemplo, a FecomercioSP divulgou pesquisa mostrando que a estratificação social mais baixa da população tem sido a mais penalizada na Região Metropolitana de São Paulo (ou Grande São Paulo, de cerca de 20 milhões habitantes). Enquanto para a Classe A a inflação dos 12 últimos meses foi de 6,72%, a Classe D experimentou aumento de 11,04% e a E de 11,09%.  A B ficou com 6,85% e a C com 8,86% no mesmo período. Além dos alimentos – que, isoladamente, aumentaram absurdamente na pandemia, representando na média 15,36% para a Classe E –, os serviços administrados como água, luz, gás de cozinha e combustíveis entram nesta conta.

Friamente, não existe termo de comparação entre a projeção inflacionária de 5,8% ao ano e a realidade de 84% AO MÊS, que o governo Sarney nos deixou em 1990. Mas, friamente, gato escaldado tem medo de … água fria, diz o provérbio popular. Ou, aqui no caso, gato escaldado tem medo de inflação. Para quem tem menos de 30 anos e não sabe o que é isso, uma dica: “fuja, porque isto é mó cringe!”. 

CAI, CAI

… balão, na noite de São João…

Ao final do festivo mês de junho, o ministro da Economia, Paulo Guedes, entregou ao presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), a chamada segunda fase da Reforma Tributária.

A proposta, que traz a taxação de dividendos (20%) e também dos Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs, em 15%), a partir do ano que vem, esfriou o mercado e o Ibovespa caiu quase 2% no fechamento de sexta-feira (registrando o terceiro recuo na mesma semana) face à reação negativa do investidor.

SOBE

Em evento (online) promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, mostrou-se convicto no crescimento do país, no segundo semestre, apesar da pandemia.   

Na véspera, o BC tinha divulgado aumento de projeção de 3,6% para 4,6% do crescimento do PIB para este ano.

IPO

Você, que tem um jeito fitness de levar a vida, anote: no próximo dia 14 de julho a Smart Fit vai tocar a campainha e começar a negociar suas ações na B3.

O período de reserva tem início dia 29 (terça-feira).

ENERGIA

A FGV Energia receberá Rodolfo Saboia, diretor geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), neste dia 28 (segunda-feira), às 18h, em webinar. Junto dele estarão Sérgio Bandeira de Mello (Sindigás) e Helder Queiroz (UFRJ) debatendo as boas práticas regulatórias do setor, bem como os aspectos econômicos do mercado de gás. A transmissão, ao vivo, será pelo canal da FGV:  https://www.youtube.com/c/FGV/featured

ESTRADAS

O movimento registrado nas estradas administradas pela CCR subiu 12,4% no período entre 18 e 24 de junho, comparado a igual período de 2020, informou a companhia em comunicado ao mercado.

Animada, a CCR destaca que a maior contribuição para esta performance veio dos automóveis de passeio, com aumento de 23,4%, enquanto os comerciais representaram 6,2% na equação.   

Quando comparado o período de 1º de janeiro a 24 de junho deste ano, com igual tempo de 2019, o volume consolidado demonstra alta de 5,9%.

EXPLORAÇÃO

A VLI, empresa de logística que opera terminais, ferrovias e portos, anuncia a adesão ao Pacto Empresarial contra a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes nas Rodovias Brasileiras.

O pacto, proposto pela Childhood Brasil, em parceria com o Instituto Ethos e apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT), tem como principal estratégia sensibilizar os caminhoneiros, para que atuem como agentes de proteção dos direitos de crianças e adolescentes, com foco no enfrentamento da exploração sexual.

BIODIVERSIDADE

Interligar meio milhão de hectares de áreas de mata nativa (hoje fragmentadas) nos biomas de Mata Atlântica, Cerrado e Amazônia. Este é o compromisso da Suzano, até 2030, anunciado dia 25 (sexta) último. Depois de calcular que o perímetro é aproximadamente quatro vezes a cidade do Rio de Janeiro, a companhia disse, em sua “ESG Call”, que a decisão de formar esses corredores, ajudando na preservação da biodiversidade, é resultado de consultas a mais de 50 stakeholders nacionais e internacionais, incluindo ONGs, academia, mais os setores público e privado.    

FÓRUM

Empresa de tecnologia para serviços ambientais, a Moss promove nestes dias 29 e 30 de junho evento denominado Global Carbon Forum. O foco do debate é a Amazônia e os instrumentos para torná-la sustentável.

Estarão presentes nesta ação online o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman; o pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da USP, Carlos Nobre; e a presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Marina Grossi e o CEO da Moss, Luis Felipe Adaime, entre outros.

Inscrições: https://globalcarbonforum.live.ft.com/home

CORRUPÇÃO NÃO

Evento “ESG – Caminhos Para o Brasil” marcará os seis anos de criação do Instituto Não Aceito Corrupção. No formato online, acontecerá entre os dias 5 e 21 de julho (todas as segundas e quartas-feiras).

A abertura será da Eliana Calmon, primeira mulher a integrar o Superior Tribunal de Justiça. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo link https://novidade.naoaceitocorrupcao.org.br/evento-esg-inscricao

THINK

A Thinkseg, empresa de tecnologia em seguros, com uso de inteligência artificial, registrou na Securities and Exchange Commision (SEC) pedido de listagem direta. A start up vai ofertar cotas a investidores norteamericanos. É um processo mais ágil e barato que o IPO tradicional.

Até setembro a operação deverá ser levada a efeito. O valor mínimo de cada cota deverá ser de US$ 500.

INTELIGÊNCIA

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) lançou a plataforma IASMIN – Inteligência Artificial, Soluções para Manufatura Inteligente, constituindo um centro de pesquisa aplicada para evolução das indústrias do país no padrão 4.0. Serão 73 pesquisadores brasileiros e seis internacionais, além de seis empresas parceiras, cujo desafio será levar conhecimento, em inteligência artificial, resumiu o presidente do IPT, Jefferson Oliveira Gomes.

De acordo com Igor Nazareth, diretor de Relações Institucionais da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), os recursos de IA deverão aumentar a produtividade e a competitividade do setor produtivo brasileiro. “Países que utilizam IA crescem, em média, 25% mais do que aqueles que não lançam mão da ferramenta”, pontuou.

ARTIGO

ESG: Comunicar é importante, mas não basta

(*) Maria Eugênia Buosi

Ultimamente temos ouvido algumas máximas entre os executivos que estão se acostumando com as demandas ESG do mercado. Além do tradicional “ESG sempre esteve no nosso DNA”, que já rendeu alguns memes no perfil @esgdadepressao do Instagram, uma fala frequente é “A gente já faz tudo, mas não comunica direito. Temos que mostrar o que fazemos para o mercado”. Via de regra, quando nos aprofundamos nas práticas da empresa, não é bem assim…

Comunicar as iniciativas e resultados das práticas ESG não é importante só pela reputação. É uma questão de transparência e prestação de contas. Diz respeito à forma como a companhia está endereçando seus riscos, oportunidades de negócio, a como está se antecipando e adaptando a exigências de mercado e regulatórias. Sob essa perspectiva, o relato deixa de ser um instrumento de mera comunicação e se torna um documento importante para a tomada de decisão financeira.

Lembro de uma discussão de muitos anos atrás, em que uma executiva de grande empresa me perguntou como fazer para os investidores lerem os relatórios de sustentabilidade, dado o esforço que as companhias faziam para deixá-lo interessante e bonito. A resposta foi categórica: faça um relatório feio! Demonstrações financeiras, formulários de referência e outras peças de prestação de contas são duras, difíceis, mas passam o recado que vieram dar. O mesmo vale para a comunicação ESG: a linguagem e os recursos visuais são importantes, mas não mais que o conteúdo e os resultados.

O processo começa desde o levantamento de materialidade. Não bastam pesquisas online com públicos que muitas vezes não têm um conhecimento aprofundado do assunto. Existem muitos materiais relevantes sobre o tema que podem apoiar nesta definição, inclusive dentro da própria empresa. A matriz de riscos corporativos, os relatórios de satisfação de clientes, a avaliação de pares de mercado, além de referências internacionais como a SASB e a GRI, todas se somam para definir uma materialidade que não serve ao relatório, mas à empresa. Um bom estudo do tema é um apoio incrível para o próprio planejamento estratégico e definição de riscos e, em muitos casos, sequer passa pela diretoria e Conselho de Administração das companhias.

Com o aumento da demanda sobre as práticas ESG pelo mercado de investimentos, as perguntas agora se centram em indicadores e metas. Analisar emissões, números e comparativos pode não ser suficiente sem a clareza do que compõe cada indicador ou de que forma ele se relaciona com o desempenho da companhia. São poucas empresas que reportam indicadores relativos, que dão clareza da memória de cálculo dos números e menos ainda as que trazem bons comparativos com o seu mercado de atuação.

Começar a agenda ESG pelo relatório talvez seja como começar a maratona pela linha de chegada. O tema é urgente, a ansiedade é grande, mas reconhecer o estágio inicial nessa jornada é fundamental para que ela seja percorrida de forma efetiva e que a comunicação, quando ela acontecer, reflita a maturidade de cada empresa no tema.

(*) Maria Eugênia Buosi é CEO da Resultante ESG.

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