Entenda o que são os fundos ESG, como surgiram e o que esperar deles aqui no Brasil

A pandemia causada pela Covid-19 atingiu o mundo todo e está fazendo muita gente repensar alguns hábitos de consumo e também os investimentos realizados. O que a grande maioria ainda desconhece é que é possível fazer a diferença mesmo dentro do mercado financeiro. Os fundos ESG podem ser a resposta para quem se preocupa com o meio ambiente e quer investir mesmo nesse momento de crise que estamos lidando.

A sigla ESG está em inglês e, traduzindo, significa: meio-ambiente (environment), sociedade e governança. Esse tipo de fundo tem por principal objetivo investir em projetos sustentáveis, por isso, já existem muitos investidores à procura das ações mais baratas da Bolsa para aplicar de acordo com os seus valores e ideologias.

A cada ano, os fundos ESG ganham mais adeptos, isso porque cada vez mais as pessoas estão buscando alinhar os seus ganhos financeiros com os seus valores morais.

Além disso, esse tipo de investimento ainda permite: obtenção de um retorno no mínimo igual ao do mercado tradicional e a geração de um impacto positivo nas esferas ESG, demonstrando responsabilidade na gestão.

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O que são fundos ESG

ESG é o termo que vem ganhando cada vez mais força no mercado financeiro para representar fatores ambientais. Esses três fatores – ambiental, social e governança – vêm sendo utilizados como critério de análise que ultrapassam as barreiras econômicas e financeiras e recebem um volume de investimento cada dia mais alto.

De forma resumida, a análise de um investimento inclui a qual impacto que o mesmo causa na sociedade, além de avaliar seu risco e retorno também. Os investimentos que se preocupam com fatores ESG focam em alguns pontos principais:

  • Mudança climática e emissão de carbono;
  • Uso de recursos naturais;
  • Poluição e resíduos;
  • Saúde, segurança e diversidade;
  • Responsabilidade com o consumidor;
  • Relação com a comunidade;
  • Atividades beneficentes;
  • Direitos dos acionistas;
  • Composição do Conselho de Administração;
  • Política de remuneração da diretoria;
  • Fraudes.

História dos fundos ESG

A preocupação com investimentos mais responsáveis sob diversos aspectos não é novidade mundo afora. O forte ativismo contra a Guerra do Vietnã na década de 1970 levou a criação do primeiro fundo de investimento sustentável nos Estados Unidos, o chamado Pax World Fund.

Esse fundo evitava investir em empresas e grandes companhias que contribuíam para a continuação do conflito. Já na década de 1980, o congresso norte-americano decidiu banir investimentos na África do Sul por conta do regime de apartheid vigente na época.

Hoje em dia, as empresas têm enfrentado muitas exigências de seus stakeholders, principalmente em relação à transparência sobre sua relação com o meio ambiente, sua relação com a sociedade e colaboradores e sobre a ética nos negócios.

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De que forma os fundos ESG selecionam os seus ativos?

Em busca de agradar um investidor mais consciente com a situação mundial, os Fundos ESG têm se tornado a solução para essas pessoas. Desde o início dos fundos muita coisa mudou e se modernizou, graças ao crescimento e popularidade desse tipo de investimento.

Antigamente, a estratégia inicial usada era apenas compor carteiras que excluísse dos fundos ações de empresas que não fossem “limpas”, como por exemplo petroleiras ou fabricantes de cigarros.

Com o passar dos anos, a partir do surgimento das certificadoras, uma metodologia de avaliação e premiação passou a influenciar os indicadores das gestoras, que passaram a fazer uso dos mesmo para selecionar seus ativos.

Hoje em dia, somente nos Estados Unidos, 25% dos investimentos seguem para esse mercado. Esse total representa US$ 12 trilhões somente para os setores de meio ambiente, governança e sociedade.

ESG e fundos de investimento

Atualmente, o mercado mundial já soma mais de US$ 30 trilhões em ativos sustentáveis e o número de fundos voltados para esses ativos têm crescido todos os dias. No Brasil, o tema ainda é muito recente e são poucos investidores que fazem questão desse tipo de fundo.

O Brasil é um dos signatários do Acordo de Paris e, por conta disso, busca bater a meta de investir US$ 152 bilhões até o ano de 2030 para a recuperação de pastagens degradadas e florestas. Além do que, nosso país se comprometeu a aumentar a participação das fontes renováveis e limpas na matriz energética.

Assim, a B3 conta com 3 ETSs diferentes voltados para fundos ESG:

  • Índice Carbono Eficiente (ICO2): seu objetivo é estimular as empresas de setores mais tradicionais da economia a se prepararem para um futuro de baixa emissão de carbono;
  • Índice de Governança Corporativa (IGCT): esse índice é fundamental para que o mercado de capitais atraia novos investidores efetivamente preocupados com a ética nos negócios,
  • Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE): esse índice funciona como uma espécie de vitrine para as empresas e a cada ano atrai maior interesse.

Dessa forma é possível perceber um notável crescimento nos fundos ESG principalmente com os acontecimentos envolvendo o meio ambiente a sociedade mundial nos últimos anos.

É de se esperar que o mercado financeiro seja impactado por essas mudanças e os fundos ESG podem ser o começo de um movimento muito maior.

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