Em agosto, os fundos de renda fixa registraram a melhor captação líquida mensal positiva de 2020, totalizando R$ 44,5 bilhões. De acordo com dados da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), o montante é maior que todos os meses do ano, inclusive janeiro e fevereiro, antes do início da pandemia de Covid-19.

A classe de renda fixa correspondeu a 67% do total captado pela indústria no mês, que foi de R$ 66,5 bilhões – diferença entre os R$ 728,6 bilhões aplicados e R$ 662,1 bilhões sacados pelos investidores no período. No ano, os fundos ainda mantêm resgates líquidos de R$ 4 bilhões.

“Desde maio, a classe de renda fixa dá indícios de recuperação. Os movimentos de agosto só confirmam o previsto: os efeitos da crise estão se atenuando e teremos uma retomada gradual e, o mais importante, consistente”, afirma Carlos André, vice-presidente da ANBIMA.

Os fundos multimercados e de ações repetiram o bom desempenho dos demais meses em agosto, com captações líquidas positivas de R$ 17,1 bilhões e R$ 4,4 bilhões, respectivamente. O tipo livre (não tem compromisso de concentração em nenhuma estratégia específica) das duas classes foi destaque com a melhor captação. Nos multimercados, ele correspondeu a 53% do total captado no mês, enquanto nos fundos de ações representou 62%.

“Mesmo com os efeitos da pandemia, os investidores mantiveram a estratégia de busca por retorno, assumindo mais risco. Prova disso são as captações das classes de ações e multimercados no ano, que superaram os números registrados em 2019. Esse movimento mostra maior educação financeira dos brasileiros e confiança na indústria”, afirma Carlos André.

Rentabilidades

Os fundos investimento no exterior, que podem aplicar mais de 40% do seu patrimônio líquido em ativos lá fora, registraram os maiores retornos no mês na classe de multimercados, totalizando 2,1%. Nos fundos de renda fixa, o tipo de dívida externa (investe, no mínimo, 80% do patrimônio líquido em papéis da dívida externa) teve rentabilidade de 5,3% Quase todos os tipos dos fundos de ações acompanharam a queda do Ibovespa de 2,7% e tiveram retornos negativos. O destaque foi o tipo investimento no exterior, que teve variação de 0,64%.

(MR – Agência Enfoque)

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