Após um rombo de quase R$ 800 bilhões neste ano devido aos gastos de combate à covid-19, a equipe econômica encaminhou ao Congresso Nacional uma proposta orçamentária que prevê mais uma sucessão de déficits entre 2021 e 2023 que, somados, representarão um buraco de R$ 572,9 bilhões.
No ano que vem, o governo prevê déficit de R$ 233,6 bilhões nas contas do governo central, que reúne Tesouro Nacional, INSS e Banco Central. Em 2022, a projeção é de resultado negativo em R$ 185,5 bilhões. Já em 2023, o rombo será de R$ 153,8 bilhões.
O secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, voltou a destacar a importância da regra do teto de gastos. “O teto gera uma disciplina fiscal extremamente importante. Mesmo após a pandemia em 2020, voltaremos a ter um padrão de despesas em 2021 semelhante a 2019, graças a essa âncora fiscal”, completou.
Segundo Waldery, o encurtamento do prazo da dívida pública está sob controle. Ele lembrou a transferência de R$ 325 bilhões do resultado cambial do Banco Central ao Tesouro, autorizada na semana passada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
“Temos uma severa restrição de liquidez nesse momento e isso nos dá condições de seguir com essa gestão macroeconômica sob controle, continuando a agenda de reformas. O nível de resiliência do País é estável, desde que façamos dever de casa”, avaliou. “Mesmo a melhoria do gasto social deverá acompanhar a consolidação fiscal. O social não vive sem o fiscal”, enfatizou.
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