CENÁRIO ECONÔMICO & MERCADOS
Os EUA estão neste momento em seu período de maior dificuldade em relação ao COVID-19, com picos diários da doença, elevação no número de mortes e saturação do sistema de saúde.
A exemplo do que aconteceu em outros países, tais eventos soam inevitáveis, apesar dos preparos ocorridos, mesmo que em alguns casos, isso tenha ocorrido com certo atraso. O exemplo a ser seguido no Brasil; o qual na verdade parece adiantado em diversos aspectos, é que a preparação ajuda a dirimir os impactos no sistema de saúde.
Eis o ponto de um país se preparar com hospitais de campanha, respiradores, testes com as drogas vigentes e distanciamento social: evitar um colapso do sistema de algo que soa estatisticamente inevitável, como uma onda de tsunami. Ou seja, a preparação não vai evitar mortes, mas tentar reduzi-las ao máximo.
Ao estar inserido em tal cenário, a tendência para o mercado europeu e americano é de maior sensibilidade em meio às incertezas; deixando em aberto que se pode considerar como um “fundo de poço” no valor dos ativos. Eis que a volatilidade é a única certeza.
A reação dos ativos hoje, ainda que sem grande força é focada nas pretensas conversas entre russos e sauditas, intermediadas por Trump na tentativa de um acordo sobre a redução da produção de petróleo. O interesse, obviamente, vai além do preço da commodity.
Nos atuais níveis, a produção americana se aproxima dos custos de produção tanto para o xisto, quanto para o petróleo, ou seja, completamente inviável. Além disso, os estoques americanos, ainda que sofram variações semanais, continua elevado em padrões históricos, complementando a redução global de demanda.
Ainda que o conflito seja entre Rússia e Arábia Saudita, os EUA são um dos maiores danos colaterais em tal cenário, por ser hoje o maior produtor mundial e ter reduzido sua dependência da commodity. Para russos e sauditas, o ‘sangramento’ do mercado americano de Shale é uma consequência aceitável às perdas que tem sofrido até agora.
A Whiting Petroleum foi a primeira “vítima” da guerra de preços, com o pedido de falência da empresa focada em Shale Oil e mais estão a caminho, daí o interesse de Trump em avançar nas conversas.
Além do petróleo, a agenda econômica com indicadores de março, como os pedidos de auxílio desemprego nos EUA chamam a atenção; devido à perspectiva de recordes, em vista à paralisação das atividades.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, com o petróleo como protagonista. Na Ásia, fechamento sem rumo, com mercados entre fortes altas e quedas.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas generalizadas.
O petróleo abre em alta, com as conversações lideraras por Trump.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -6,89%.