Esta avaliação já constou no comunicado da semana passada, quando o Copom reduziu a Selic (a taxa básica de juros) em 0,25 ponto porcentual, de 2,25% para 2,00% ao ano.
Na ata de divulgada nesta terça, assim como no comunicado, o BC afirmou que “a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado”.
Balanço de riscos
Ao decidir por um corte de 0,25 ponto porcentual na Selic, o Copom manteve a assimetria de balanço de riscos, com uma chance maior de a inflação ser mais alta que a projetada no horizonte relevante. Isso foi reforçado pela ata.
De um lado do balanço, continua o risco da elevada ociosidade da economia produzir inflação abaixo da esperada. “Esse risco se intensifica caso uma reversão mais lenta dos efeitos da pandemia prolongue o ambiente de elevada incerteza e de aumento da poupança precaucional”, destacou o Copom.
Porém, o BC considera que medidas de enfrentamento à pandemia de covid-19 que piorem a trajetória fiscal de forma prolongada – ou mesmo a frustração com as reformas – podem elevar os prêmios de risco.
Além disso, o Copom avaliou que os programas de renda e crédito adotados pelo governo podem atenuar a queda na demanda agregada. Daí a assimetria do balanço de riscos. “Esse conjunto de fatores implica, potencialmente, uma trajetória para a inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária”, explicou o BC.
Essas considerações, publicadas nesta terça na ata do Copom, também já constavam do comunicado divulgado na semana passada.
Taxa estrutural
O Banco Central reafirmou nesta terça, por meio da ata, que perseverar no processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para permitir a recuperação sustentável da economia. “O Comitê ressalta, ainda, que questionamentos sobre a continuidade das reformas e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a taxa de juros estrutural da economia”, registrou a ata.
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