Os bancos digitais podem oferecer vantagens na redução da burocracia e em custos mais baixos, mas também podem ter desvantagens em termos de segurança e cobertura de valores aplicados.

Especialistas consideram estas instituições mais frágeis tanto em regulação pelas autoridades monetárias quanto em cobertura para eventuais perdas. Por outro lado, elogiam as taxas mais baixas e a agilidade no atendimento aos clientes.

Estes serviços se popularizaram muito no Brasil nos últimos anos. Um levantamento feito pela Forbes sobre os melhores bancos brasileiros em 2019 mostra que as três primeiras colocações foram ocupados por empresas digitais – Nubank, Inter e Neon. Os quarto e quinto lugares ficaram, respectivamente, a Caixa Econômica e o Itaú Unibanco.

“O formato digital” barateia muito os custos de prover o serviço, além de ter uma experiência bem melhor. Entretanto, produto por produto, ainda não vi nada transformador”, afirma o analista financeiro Robinson Dantas, CEO do Gorila Invest .” Ou seja, as modalidades de empréstimos e investimentos não diferem muito das instituições tradicionais, de forma que seus diferenciais são justamente os custos menores.

O grande alerta para quem vai abrir uma conta digital é saber se a Fintech está cadastrada no Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que cobre perdas de até R$ 250mil por pessoa se o banco quebrar. Nem todas startups estão neste grupo – muitas são apenas contas digitais ou canais financeiros digitais, sem a complexidade de uma instituição financeira. Ainda que algumas utilizem o termo “banco” ou bank” no nome, isso não significa que sejam protegidas pelo FGC. Para saber se a instituição conta com o FGC, basta acessar o site do Banco Central ou fazer a consulta no site do FGC .

Confira abaixo as vantagens e desvantagens dos bancos digitais em relação aos tradicionais

Burocracia

As startups trazem a vantagem de o cliente não ter que apresentar cópias impressas de documentos para abrir uma conta corrente – basta enviar uma foto pelo aplicativo. Além disso, as tarifas de cadastro são reduzidas ou inexistentes e o atendimento é feito online. Já os bancos tradicionais solicitam a entrega de RG, CPF, comprovante de residência e de rendimentos presencialmente na agência. Os digitais também oferecem diversos canais virtuais de atendimento, como chat, Facebook e WhatsApp, o que não ocorre em grandes instituições.

Custos

Sem agências físicas, as instituições que oferecem serviços como cartões, transferências e pagamentos de contas pela internet a custos mais baixos que os cobrados pelos bancos tradicionais. Serviços como Agibank, Inter e Neon isentam o cliente da taxa de manutenção. Bancos tradicionais costumam cobrar mensalmente de R$ 15 a R$ 25 pela cesta de serviços. Praticamente todos bancos digitais isentam o uso de cartões de crédito, enquanto bancos tradicionais costumam ter anuidades a partir de R$ 180.

Segurança

Conforme especialistas em finanças pessoais, bancos tradicionais precisarem atender um nível de exigência maior que o imposto às Fintechs, ainda que ambas sejam submetidas à fiscalização do Banco Central . As exigências menores seriam o motivo pelo qual os bancos digitais conseguem oferecer serviços mais acessíveis aos clientes. Além disso, a falta de agências físicas e de documentos por escrito e impressos podem dar sensação de insegurança aos clientes acostumados a conversa “olho no olho” com o gerente.

Proteção

As contas digitais que são vinculadas aos bancos têm a cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Crédito),, que garante até R$ 250 mil por CPF caso o banco venha a falir. Entretanto, as contas digitais que não são de bancos não contam com a cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) – são os casos das contas digitais sem caixas eletrônicos, que não concedem empréstimos ou fazem investimento, como Banco Maré, Pag!, Digi+, Social Bank, entre outros. Ou seja, são apenas um meio de pagamento eletrônico. Nesses casos, o cliente precisa estar ciente de que o dinheiro não está protegido pela cobertura oficial.

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