Depois de vários adiamentos, a empresa divulgou neste final de semana seus resultados do 4T19, que mostraram queda das vendas, na receita e rentabilidade operacional, levando a um aumento do resultado negativo. Porém, o ponto fundamental para o prejuízo do trimestre foi a provisão de R$ 3,4 bilhões; referente à implementação das medidas de remediação dos problemas gerados pela exploração de sal em Maceió.

No 4T19, a Braskem sofreu um prejuízo de R$ 2,9 bilhões (R$ 3,67 por ação), 229% maior que trimestre anterior e mais de 37 vezes superior ao resultado negativo do 4T18.

Em 2019, a Braskem sofreu com a redução do spread petroquímico (diferença entre o preço da matéria-prima e das resinas); redução de vendas e fatores não recorrentes, como a elevada provisão para reparação dos danos em Maceió. Porém, não se pode esquecer que ocorreram também ganhos não recorrentes expressivos em 2019; como o reconhecimento dos créditos de PIS/Cofins no valor de R$ 2,1 bilhões. O EBITDA recorrente no ano foi de R$ 5,9 bilhões, 46,4% menor que em 2018. O prejuízo em 2019 somou R$ 2,8 bilhões, contra um resultado positivo de R$ 2,9 bilhões no ano anterior.

Os números da Braskem no 4T19, sempre comparando ao 4T18, apresentaram uma grande redução na rentabilidade em todas as divisões da empresa (Brasil, Estados Unidos & Europa e México). Esta queda foi decorrência da diminuição dos preços e dos spreads em todas as regiões.

No 4T19, sempre comparado ao 4T18, o resultado da unidade de negócios do Brasil mostrou aumento de volume, mas a redução de spreads e a alta dos custos determinou perdas grandes de rentabilidade. No trimestre, as vendas de resinas no Brasil aumentaram 3,1%, mas as dos principais químicos (eteno, propeno, butadieno, cumeno, gasolina, benzeno, tolueno e paraxileno) caíram 13,7%. As exportações das resinas no período aumentaram 0,4%. Com isso, o EBITDA no Brasil caiu 79,9% para R$ 306 milhões (US$ 74 milhões).

O resultado nos Estados Unidos & Europa foi também fraco, influenciado pelo mau desempenho do mercado de polietileno na região, como consequência do processo de desestocagem devido às incertezas econômicas. Além disso, estas operações sofreram com paradas programadas e problemas operacionais nas unidades dos EUA. Assim, houve uma forte redução no preço e no spread do PP vendido, não compensado pelo aumento das vendas. O EBITDA desta região no 4T19 foi de US$ 47 milhões, 42,0% abaixo do ano anterior.

No México (Braskem Idesa), as vendas foram positivamente impactadas pela melhoria no fornecimento de etano (matéria-prima que faltou nos últimos trimestres), mas que também foi incapaz de compensar a forte queda nos spreads. O EBITDA no México caiu 48,7% para US$ 77 milhões.

Foi fundamental para o prejuízo do trimestre, a contabilização de um conjunto de provisões no valor total de R$ 3,9 bilhões. A mais importante destas provisões (R$ 3.383 milhões) foi referente à implementação das ações previstas para reduzir os efeitos dos danos provocados pela operação da empresa em Maceió – AL.

Com as fortes reduções de rentabilidade em todas as regiões, o EBITDA consolidado no 4T19 foi de R$ 1.047 milhões (recorrente de R$ 993 milhões); valor 45,1% menor que 3T19 e 36,3% abaixo do trimestre anterior. A geração livre de caixa no 4T19 atingiu a R$ 292 milhões, menor 33,3% na comparação com o 4T18 e 27,2% em relação ao período anterior.

No 4T19, o resultado financeiro negativo consolidado da Braskem foi de R$ 834 milhões, menor que no trimestre anterior (57,1) e que no 4T18 (20,1%). No trimestre, as menores variações monetárias e maiores compensações via Hedging Accounting reduziram o número.

Ao final do 4T19, a dívida líquida (sem considerar a Braskem Idesa) era de US$ 5,3 bilhões, 1,9% maior que no 3T19 e 4,7% acima do 4T18. A dívida bruta da empresa era 95,8% denominada em dólares ao final do trimestre (96,9% no 3T19). A relação dívida líquida/EBITDA em dezembro/2019 era de 3,7x, sendo que esta relação era 2,7x no trimestre anterior e 2,1x no 4T18. Este forte aumento decorreu mais da queda do EBITDA que da expansão da dívida.

Nos últimos doze meses, BRKM5 caiu 67,0% e o Ibovespa teve uma redução de 26,4% no período. A última cotação de BRKM5 estava 59,9% abaixo da máxima alcançada em 2020, mas 56,2% acima da mínima.

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