A empresa divulgou ontem, após o pregão, seu resultado do 3T20 que apresentou uma expressiva recuperação dos efeitos da crise no 2T20 e também números operacionais muito melhores que no mesmo período do ano passado. Porém, aumentos de custos levaram a perdas de margens operacionais, sendo que o lucro foi impulsionado pela redução das despesas financeiras.
No 3T20, o lucro líquido da Localiza alcançou R$ 326 milhões (R$ 0,43 por ação), valor 262,1% acima do trimestre anterior e 59,0% maior que no 3T19.
A Localiza já conseguiu no 3T20 superar totalmente os efeitos da crise provocada pela pandemia de Covid-19; que para seu combate levou a severas medidas de distanciamento social.
Sempre comparando ao 3T19, nos números do segmento de Aluguel de Carros (RAC) houve um aumento de 3,6% no número de diárias. A frota média alugada no trimestre (139 mil carros) aumentou 5,4%. A utilização da frota deste segmento caiu de 78,6% no 3T19 para 75,9% no 3T20. A tarifa média do RAC no trimestre foi de R$ 66,80, 3,7% menor que no 3T19, mas 24,2% acima do trimestre anterior.
A Gestão de Frotas (GTF) seguiu crescendo no 3T20. O número de diárias deste segmento no 3T20 aumentou 8,6%. A tarifa média da GTF no 3T20 foi de R$ 53,90, praticamente estável (+0,1%) com o 3T19. A frota média (61,8 mil veículos) ficou 3,3% abaixo do mesmo período do ano passado. A empresa lançou no final do trimestre o Localiza Meoo, seu produto de “carro por assinatura de longo prazo”, que pode contribuir significativamente para os resultados no futuro.
O segmento de Seminovos também mostrou uma completa recuperação da crise. O número de veículos vendidos somou 45,5 mil unidades, com aumento de 23,7% em relação ao 3T19. A compra de veículos ainda está bem abaixo do normal, com a aquisição de 22,9 mil unidades no trimestre; volume 61,7% menor que no 3T19, levando a idade média da frota operacional a crescer 44,9%. O número de lojas ao final do trimestre era de 129, quatro mais que no trimestre anterior.
Apesar dos bons números nas três divisões, a margem bruta apresentou uma redução de 5,0 pontos operacionais em relação ao trimestre anterior e 0,7 pp comparado ao 3T19. Isso ocorreu, principalmente, pelo aumento de 20,6% dos custos, comparado ao 3T19. Por outro lado, houve uma grande redução (23,3%) na depreciação, influenciada pelos aumentos nos preços dos carros.
As despesas operacionais também cresceram bastante (10,6%), comprometendo a margem EBITDA, que ficou estável na comparação anual, mas caiu 6,6% em relação ao 2T20. O EBITDA total no 3T20 atingiu R$ 648 milhões, 18,9% mais que no mesmo período do ano passado.
A forte redução dos custos financeiros contribuiu para o resultado do trimestre. As despesas financeiras líquidas negativas no 3T20 somaram R$ 54,5 milhões, valor, 42,1% menor que no 3T19. Isso ocorreu pela queda nas despesas financeiras, impactadas pelas menores taxas de juros; a marcação a mercado (positiva) dos contratos de swap e do deságio conseguido no programa de recompra de debêntures. Ontem, o Conselho de Administração da Localiza aprovou a ampliação deste programa de R$ 500 milhões para R$ 1,3 bilhão, o que indica a boa situação financeira da empresa.
A dívida líquida da Localiza ao final do 3T10 era de R$ 6,2 bilhões, 19,9% menor que no trimestre, mas que aumentou 9,7% em doze meses. A relação Dívida Líquida/EBITDA no 3T20 foi de 2,6x, vindo de 3,4x no trimestre anterior.
Este ano, as ações da Localiza subiram 37,1%, enquanto o Ibovespa teve uma desvalorização de 13,9%. A cotação de RENT3 no último pregão (R$ 64,57) estava 2,5% abaixo da máxima alcançada em 2020 e 214,5% acima da mínima.
